Zé Macaco: vereador campeão em votos no ano de 1988
Em 7 de novembro completam-se 13 anos de sua morte
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Uma das figuras mais folclóricas de Santos tem por seu verdadeiro nome João Vicente Saldanha da Cunha, mas ficou conhecido pelo apelido ‘’Zé Macaco’’, e por sua ideia de ser um despretensioso ‘’ repórter’’ da Cidade. Ele foi eleito para vereador com 10.913 votos em 1988, e se destacou, em sua campanha, por protestar contra a classe política da época.
O ex-parlamentar usou como slogan de campanha a expressão ‘’Já que os homens não resolvem, porque não votar nele?’’. Seu estilo improvisado e criativo atraiu votos de comerciantes da Cidade. Após o resultado das urnas Zé Macaco comemorou a vitória nas ruas e agradeceu aos munícipes pela confiança.
Ao assumir a vaga no Legislativo, Zé Macaco presidiu a sessão de posse da Câmara em 1° de janeiro de 1989, na sala Princesa Isabel, – então plenário da Câmara – e diplomou a prefeita da época, Telma de Souza. Entre requerimentos e indicações ao Executivo, ele apresentou um total de 264 trabalhos e concedeu em 1990 o título de Cidadão Emérito ao ex-jogador do Santos José Macia, o Pepe.
Zé Macaco renunciou o mandato em 24 de setembro de 1992, por conta de um acidente de carro que resultou na morte de sua esposa e que o abalou profundamente.
Despretensioso Repórter
Zé Macaco ficou famoso por usar uma latinha de azeite para ouvir as autoridades e pessoas influentes de Santos. Ele revestiu o equipamento com uma lâmpada vermelha na borda e o alimentou com uma pilha. Para dar veracidade às abordagens, usou fones de ouvido nas conversas.
O plano resultou em entrevistas inusitadas com os ex-jogadores Pelé, Coutinho e Pepé; os ex-governadores Franco Montoro e Paulo Maluf; os ex-presidentes brasileiros Garrastazu Médici, Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek e o americano Dwight Eisenhower.
As gravações nunca foram veiculadas porque o aparelho era simulativo mas a ideia inusitada o fez ficar conhecido na região.
Biografia
Nascido em Vitória da Conquista (BA), em 1933, João Vicente Saldanha da Cunha chegou a Santos em 1949, aos 15 anos de idade. Desembarcou na cidade santista junto com sua família para buscar uma vida melhor. Ganhou o apelido ‘’Zé Macaco’’ ainda na infância, porque subia com muita agilidade nas árvores das ruas. Na década de 60, ficou marcado na Vila Belmiro por aparecer frequentemente com uma ‘latinha’ no gramado para suas entrevistas. Logo, casou-se com Filomena da Silva Cunha. Em sua trajetória ganhou a vida como cobrador, estivador e propagandista. Faleceu em 4 de novembro de 2006, em Santos.
