Vereadores vistoriam obras da travessia Santos-Guarujá

Longa espera na travessia prejudica usuários

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Vereadores da Câmara Municipal de Santos estiveram reunidos, recentemente no Terminal de travessia entre Santos e Guarujá, vistoriando as obras de restauro dos dois atracadouros que foram danificados pela colisão entre o navio de bandeira chinesa Zhen Hua 27 e a balsa FB-24, ocorridos no dia 23 de julho.

A longa espera dos usuários e a falta de informações da Dersa sobre a
restauração dos atracadouros motivaram o vereador Sadao Nakai (PSDB) a agendar uma reunião com os chefes do departamento da Dersa.

No encontro, que contou com a presença do Gerente da Divisão de
Travessias Litorâneas, Ruy Pinheiro de Oliveira Júnior, o Chefe do
Departamento de Operações, Cavour Benzi Neto, o Chefe do Departamento de Manutenção, Claudio Jose Leonardo Leite, o vereador Roberto de Oliveira Teixeira (PMDB) e o vereador Sadao Nakai (PSDB), foi exposto todo o processo de obras realizadas pela Dersa até o momento.

O cronograma oficial de reforma do atracadouro está previsto para seis meses. No local, será construído mais um sistema de embarque, que custará aos cofres públicos  entre R$ 8 a R$ 10 milhões. “A reforma dos dois atracadouros, mais a criação de um novo somará R$ 30 milhões”, avaliou o chefe de operações da travessia, Cavour Benzi
Neto.

Segundo Benzi Neto, o Governo do Estado tem se esforçado para acelerar a conclusão das obras. “Devido a uma série de leis ambientais, não podemos utilizar dinamites para destruir esta parte do cais central. A colisão danificou toda estrutura do cais central que engloba as duas gavetas de embarque. Para refazer esta área, são necessários um arsenal de maquinários, além de um guindaste para retirar em pedaços a estrutura.  Para se ter uma ideia, cada bloco retirado pesa mais de uma tonelada. O acidente é bem mais grave do que foi relatado.

Uma balsa pesa mais de 40 toneladas e um navio mais de mil. Por um
milagre, ninguém saiu ferido. As pessoas afirmam que este prazo é
muito longo. Porém, o governo estadual adiantou a verba para que as
obras saíssem do papel. Se fóssemos esperar o dinheiro da seguradora
do navio de bandeira chinesa, não haveria sequer um prazo para o
início dos reparos.

O gerente da Divisão de Travessias Litorâneas, Ruy Pinheiro de
Oliveira Júnior, reconhece que falta, por parte da Dersa, um serviço
mais eficiência na parte de comunicação. “Esta é uma luta que venho
travando com o pessoal de São Paulo para a contratação de jornalistas e assessores de comunicação para divulgar o nosso trabalho aqui. Os usuários devem saber o que a Dersa vem realizando com relação às balsas. A falta de informação faz com as pessoas se orientem pelo boca a boca formado nas filas da travessia”, explica Oliveira Júnior.

Segundo Cavour Benzi Neto, a arrecadação do Sistema de Travessias do Litoral do Estado de São Paulo, no ano de 2008, foi de R$40 milhões. Porém, os gastos superaram os R$ 100 milhões. “O que muitos não sabem é que o valor arrecadado não é investido só na região, mas em todo Estado. Há um repasse anual que está abaixo dos nossos gastos.

Só os gastos com a reforma dos atracadouros custará R$ 30 milhões”,
explicou. As críticas sobre o sistema de travessias entre Santos e Guarujá vem aumentando desde o incidente ocorrido em julho. No dia 5 de setembro, a quebra no motor de uma das embarcações e a falha no gerador da Dersa, impedindo que a rampa de acesso funcionasse, fizeram com que a travessia demorasse quase duas horas. No incidente, o vereador Sadao Nakai aguardava a travessia. Pelo Twitter,  o vereador entrou em contato com um dos repórteres de A Tribuna, motivando uma matéria.

Após o ocorrido, o vereador se empenhou em buscar esclarecimentos com a Dersa. O vereador Sadao Nakai cobrou mais capacitação por parte da empresa terceirizada Internacional Marítima. “Incidentes como esses não podem ser enfrentados com o desrespeito destes profissionais. No dia do acidente, fui questionar educadamente o fiscal da balsa e não obtive resposta. Além disso, no momento em que o motor da balsa falhou, todos ficaram de braços cruzados. Isto não pode acontecer”, afirmou Nakai.

“Essa visita foi produtiva para esclarecer situações como esta. Não
sabíamos que havia ocorrido este episódio”, afirmou Benzi Neto.