Em visita que fez esta semana à UME Gemma Rebelo, a vereadora Suely Morgado (PT) ficou impressionada com o ambiente estressante, fechado e totalmente inadequado para bebês de colo e crianças com até 4 anos de idade. A parlamentar considera que a creche não tem condições de atender satisfatoriamente as 239 crianças lá matriculadas, propõe a adoção de medidas emergenciais, mas entende que o ideal é a transferência da unidade para outro imóvel.

Em agosto do ano passado, a creche passou a ocupar parcialmente o  prédio da antiga Associação Instrutiva José Bonifácio, na rua Freitas Guimarães. Este ano, a Gemma Rebelo ampliou o seu atendimento, passando de 78 para 239 alunos, mas, segundo Suely, o número atual de funcionários é inferior ao recomendado pelo MEC.

Para a vereadora, o aumento no número de vagas “foi realizado a toque de caixa, porque os professores precisaram abdicar de sua sala para criar um novo espaço e diminuir o número de crianças em cada sala”.

Um dos inconvenientes da nova sede é a existência de uma escada, onde os monitores descem e sobem frequentemente, levando três crianças por vez, visto que o refeitório, a cozinha e os banheiros ficam no andar térreo. “Imaginem quantas vezes é feito esse sobe-e-desce, pois as crianças precisam se lavar várias vezes e fazem quatro refeições ao dia. Há ainda o risco de queda, porque os corrimãos são muito altos e as crianças não têm onde se apoiar”, critica Suely. 

Outro grave problema é a falta de uma área ao ar livre para que as crianças tomem sol. A única área livre disponível é um corredor estreito coberto por grama sintética. Praticamente não é usado, porque a grama sintética acumula muita sujeira. Suely diz que esse corredor lhe deu a sensação de estar em um campo de concentração, por causa da cerca de arame em formato circular. Uma outra área que poderia servir de solário também não é aproveitada porque há um criadouro de pombos no local.

Na visita à creche, a petista constatou que, apesar do forte calor, a unidade enfrenta regularmente problema de falta d’água. “É que o reservatório tem capacidade muito inferior ao número de alunos matriculados, o que, a exemplo dos corrimãos da escada, demonstra cabalmente a falta de planejamento nas obras de adaptação da nova sede”, critica Suely.

Como a unidade divide o espaço do prédio com a UME José Bonifácio, o barulho é ensurdecedor, segundo a vereadora, principalmente no horário de recreio, quando a algazarra dos alunos da escola se mistura com os choros e gritos das crianças da creche. Suely Morgado reclama ainda do fato da cozinha ser compartilhada com a UME José Bonifácio, o que cria muitos inconvenientes para as merendeiras.

Com tantos problemas, a vereadora acredita que apenas medidas emergenciais não serão suficientes para garantir o bem-estar das crianças e sugere a transferência da unidade para outro imóvel. “Do jeito que está, a UME Gemma Rebelo está mais para um depósito de crianças do que para uma creche”.
 
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