Telma protesta contra votações às pressas da Capep

"PL foi votado sem a uficiente discussão", afirmou

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Em uma das sessões da Câmara mais tumultuadas do ano, a vereadora Telma de Souza, líder do PT, classificou como um erro político do prefeito e da mesa diretora do Legislativo a pautação, às pressas, de projeto de lei sobre a Caixa de Pecúlio dos Servidores – Capep, dentro do recesso parlamentar, em sessão extraordinária. A principal crítica da parlamentar é quanto à falta de tempo para discutir a matéria.
 
Sob o protesto dos servidores, a base aliada do governo - maioria em plenário - tentou atropelar a oposição. “Para que esta falta de sensibilidade? Não é necessária esta rapidez na votação, o governo tem maioria”, disse Telma de Souza.
 
Ela se queixou do procedimento, pelo qual outras matérias igualmente importantes foram votadas com a mesma velocidade. “Já votamos, de afogadilho, a questão do repasse de recursos para a manutenção das escolas e o projeto das cestas básicas para o funcionalismo. Não precisa ser assim. É uma questão política. As tratativas deveriam ter sido feitas antes. O bom debate é bom para todos, porque o bom argumento modifica a posição de quem é adversário, e vice-versa”, disse.
 
Para Telma, a condução da crise da Capep é equivocada. “O problema se arrasta há muito tempo”, discursou a parlamentar, defendendo que houvesse o debate civilizado. Ela se referiu também a uma reunião com o prefeito, para a qual o líder do governo na Câmara, durante a sessão de segunda-feira, convidou apenas a base aliada. Percebendo a descortesia e o erro político, o presidente do Legislativo, Marcus De Rosis, estendeu o convite a todos os vereadores.
 
Na reunião com o prefeito, na terça-feira, Telma defendeu seu ponto de vista. Para ela, o projeto oferecido agora como a salvação da Capep, pode não resolver a questão. “Podemos estar discutindo o mesmo problema daqui a um ano, caso não se mude a gestão administrativa. Quanto à questão financeira, foram consultados o BNDES, foi verificado se há linhas de financiamento no governo federal ou estadual?” indagou. Ainda na sessão de ontem, uma servidora apresentou cópia de reportagem do DO, diário da Prefeitura, de dezembro de 2000, em que outro projeto já havia sido aprovado como salvação da Capep.
 
Ainda conforme a vereadora, do ponto de vista político, o desgaste poderia ser evitado, tanto para o Legislativo, quanto para o próprio prefeito. “Quando eu argumentei ao prefeito que poderia se evitar o desgaste, ele discordou. Disse que quem é eleito é eleito para sofrer desgaste. Discordei e disse a ele que quem é eleito é eleito para melhorar a vida da população e, se possível, sem desgastes”, relatou.
 
Com visível artimanha da base aliada, cujos integrantes reúnem-se em rodinhas de bate-papo, enquanto vereadores de oposição discursam, Telma pediu a atenção e deixou consignado na ata da sessão, que espera, no futuro, que o mesmo procedimento de votação às pressas, não seja mais utilizado. O projeto volta para segunda e última votação na segunda-feira (6).
 
Assessoria de Imprensa
Gabiente da vereadora Telma de Souza
Fones 3219 3888 - 3211 4100