Seminário sobre Cultura atinge objetivo

Encontro contou com a intermediação do vereador Reynaldo Martins

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Mais de 60 artistas, produtores culturais e técnicos de prefeituras da região participaram do Seminário Cultura e Desenvolvimento. O debate, inédito na cidade, trouxe a Santos especialistas na área de Economia da Cultura e Economia Criativa.

Na abertura do evento, promovido pela Comissão Permanente de Cultura da Câmara em parceria com o Conselho Municipal e a Secretaria de Cultura, o vereador Reinaldo Martins, que preside a comissão, ressaltou a importância de se discutir abertamente números de um mercado que tem cada vez mais gerado renda e empregos no mundo todo e que recebe pouco investimento público. Em defesa de mais recursos para a área, o secretário municipal de Cultura, Carlos Pinto disse que "o processo brasileiro de produção cultural nunca é bem avaliado pelos governos. Geralmente é encarado como hobby e não como uma indústria que emprega 6 milhões de pessoas". Prestigiaram ainda o evento a deputada estadual Maria Lúcia Prandi, o presidente da Associação Comercial, José Moreira da Silva, e ex-deputada federal Mariângela Duarte.

No primeiro painel do seminário, o sociólogo Michel Nicolau, pesquisador da área da Diversidade Cultural, ex-diretor do Instituto Pensarte, Gestor do Projeto Música Brasil pela APEX, falou sobre mecanismos para internacionalizar a música produzida no Brasil e fez um breve relato sobre os conflitos entre as indústrias fonográfica e tecnológica.  
Segundo dados apresentados por Michel, o mercado fonográfico apresenta queda em todo o mundo. No entanto, entre 2006 e 2007 a venda de músicas pela internet cresceu mais de 200%. "A indústria tecnológica deixou de ter um papel de subserviência à indústria fonográfica. Atualmente, uma necessita da outra".

Em 2000, o mercado fonográfico gerava no mundo US$ 39 bilhões; em 2007 gerou US$ 32 milhões. Já a venda de música pela internet subiu de US$ 380 milhões em 2004 para US$ 3 bilhões em 2007.

O pesquisador fez questão de ressaltar que há uma preocupação com a concentração desse mercado digital, controlado por poucas empresas. "A música de graça é transmitida mediante publicidade de grandes corporações. Percebe-se que a gratuidade é tão capitalista quando o consumo". Michel aproveitou ainda para explicar como funciona o trabalho da BM&A que projeta artistas brasileiros no Exterior.
Para saber mais, acesse o site
www.bma.org.br.
 
Produção Cultural e Mercado
 
Conferencista internacional, a arquiteta Ana Carla Fonseca Reis, abrindo o segundo painel, apontou índices que representam a inserção da Cultura no cenário econômico mundial e projeções internas. Ana Carla tem larga experiência  como diretora global de marketing e gestão de conhecimento de multinacionais a sólidas atividades de pesquisa em cultura, economia e desenvolvimento. Segundo ela demonstrou, a cultura brasileira ainda não cresce tanto quanto as de outros países. "É muito mais facil ver alguém no Brasil com a camisa de 4 de julho, do lugar da de 9 de julho. Temos o costume de enxergar o país com os olhos para fora, não para dentro", disse.

Segundo Ana Carla , a Cultura está deixando de ser um anexo da economia e está dando um duplo fluxo à economia. "O Brasil é no mundo o país mais rico em diversidade de estilos e feitios, um patrimonio cultural de incalculável valor, mas ainda desconhecido", avalia. Sobre a relação mercado e produção cultural, Ana Carla expôs a situação do Brasil e como se dá o consumo interno. Apresentou as deficiências no número de salas de cinema e bibliotecas e garantiu: "Não adianta fomentar a produção cultural sem que exista mercado para ela". Neste sentido, defendeu políticas públicas sérias para o setor.
 
Sandra Perruci
Assessoria de Imprensa
Gabinete Vereador Reinaldo Martins (13) 8125-1822