Representantes da Alemoa solicitam revisão de projeto

Vereadora Cassandra vem intermediando questão

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Em reunião realizada na Secretaria Estadual da Habitação, em São Paulo, na última terça-feira, dia 10/6/08, representantes da Comissão de Urbanização e Legalização (Comul) da Vila Alemoa, acompanhados pela Vereadora Cassandra e da deputada Maria Lúcia Prandi, solicitaram ao titular da pasta a revisão do projeto de urbanização da favela, que atualmente prevê a demolição de cerca de 90% das moradias existentes.

A última versão do projeto foi apresntada em reunião realizada naquele núcleo, por técnicos da CDHU e da Prefeitura, empresa estadual de habitação que é parceira do Município e da União, na urbanização da favela, que faz parte do escopo do Plano de Aceleração de Crescimento da Habitação (PAC da Habitação).

A justificativa dos técnicos da CDHU para a substituição quase integral das moradias, é a necessidade de construir edifícios de 5 pavimentos, em função da densidade demográfica. Segundo haviam informado quando da apresentação da proposta, este tipo de construção exigiria um tipo de fundação que afetará as moradias existentes. Portanto, a opção seria eliminar o maior número possível de construções.

Na reunião do dia 10, técnicos e o secretário ouviram as ponderações dos moradores e das parlamentares, no sentido de que seja estudada solução menos radical, pois a experiência de conjuntos produzidos pela CDHU, em Santos, vem demonstrando que é elevado o número de famílias que acabam vendendo as unidades, pr não serem capazes de arcar com os custos de uma vida em condomínio.

Cassandra relembrou ao secretário que se trata de uma população de baixa renda, que hoje já possui enormes dificuldades para o sustento próprio. "Quando todos tiverem que pagar o financiamento, água, luz, gás, condomínio e IPTU, a situação das famílias ficará insustentável", completou a vereadora.

Para prevenir esta situação, que seria desastrosa, a busca de uma solução menos verticalizada, com casas ou edifícios mais baixos é fundamental, conforme declarou a deputada Maria Lúcia.

Mesmo com a dificuldade de se executar fundações no local, a revisão do projeto poderia ser mais simples, não fosse a exigência de reservar uma faixa de 40 metros de largura, junto à Marginal da Via Anchieta, sem edificações. Esta posição, adotada pela Agência Reguladora de Transportes de São Paulo (ARTESP), significará a demolição de dezenas de moradias de alvenaria e ua área útil bem menor para o projeto.

Todos foram veementes em solicitar que esta norma seja revista, em casos como o da Vila Alemoa, e que medidas de segurança alternativas sejam adotadas, de forma a reduzir a necessidade de remoções. Cassandra lembrou que a origem da Vila Alemoa deve-se à construção desta Marginal, que expulsou moradores para da palafitas construídas em cima do rio Furado, na década de 70. "Seria a segunda expulsão provocada pela Marginal", afirmou a vereadora.

O secretário e os técnicos não assumiram compromisso sobre os pedidos apresentados, mas revelaram que a prioridade, no momento, é terminar as obras da Nova Cintra, para o­nde devem ser transferidas 160 famílias vítimas do incêndio de 2006, na Vila Alemoa. Em seguida, serão concentrados esforços em construir 246 unidades habitacionais em terreno no São Manoel, para desadensar ainda mais a favela. Apenas então é que a urbanização da Vila Alemoa, propriamente dita, seria iniciada. Desta forma, aina há algum tempo para discutir o projeto.

O próximos passo, já prometido anteriormente, mas não cumprido pela prefeitura, será a apresentação do projeto em todas as áreas da Vila Alemoa, para que todos possam tomar conhecimento adequado da proposta, pois é fundamental que a população conheça seus detalhes.
 
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