Medalha Ana Neri homenageia profissionais da Enfermagem
 
Foi realizada nesta sexta-feira 14/12/07, sessão solene para a entrega da Medalha Enfermeira Ana Neri, que tem como objetivo homenagear cinco profissionais enfermeiros e/ou auxiliares de enfermagem que mais se destacaram no exercício de sua atividade ao longo do ano.
 
A criação da medalha foi uma iniciativa do vereador Paulo Gomes Barbosa (PSDB). A Resolução nº 94, que estabeleceu a homenagem, foi publicada em 12 de abril deste ano.
 
Nesta primeira edição, os nomes dos homenageados foram escolhidos por uma comissão composta pelos vereadores Paulo Gomes Barbosa, Suely Morgado (PT) e Marinaldo Mongon (PDT). Os indicados são: Sílvia Zarin de Oliveira, Zenaide Aparecida Ignácio de Andrade, Cristina Faccio Paolozzi, Janisete Gonzaga dos Santos e José Carlos da Costa.
 
A sessão solene aconteceu na Sala Princesa Isabel, no Paço Municipal.
 
Assessoria de Imprensa
Gabinete: vereador Paulo Gomes Barbosa (PSDB)

Confira o discurso do vereador Paulo Gomes Barbosa

Senhoras e senhores, boa noite,

É com enorme satisfação que ocupo esta tribuna hoje com o objetivo de homenagear os profissionais da área da Enfermagem que, por seu brilhantismo e dedicação, se destacaram no exercício de sua profissão ao longo deste ano.

É com muita honra que entregarei a eles a Medalha Enfermeira Ana Néri; homenagem inspirada naquela que é considerada a matriarca da Enfermagem no Brasil.

Nesta ocasião festiva, portanto, não podemos deixar de registrar a importância da trajetória desta brasileira que, por sua dedicação, coragem e devoção, entrou definitivamente para a história do País.

Ana Néri nasceu no dia 13 de dezembro de 1814, na vila Cachoeira do Paraguaçu, no interior da Bahia. A sua ligação com a Enfermagem ocorreria em 1865, após o início da histórica Guerra do Paraguai, quando seus filhos foram convocados pelo exército para lutar nas frentes de batalha.

Sensibilizada com o fato, ela decide solicitar um trabalho na guerra como enfermeira, no intuito de atenuar o sofrimento dos combatentes.

Mesmo sem ter as mínimas condições de trabalho, Ana Néri permanece quase cinco anos no front, chamando a atenção, como enfermeira, em todas as regiões por onde passava.

Com recursos próprios herdados de sua família, ela decidiu montar uma enfermaria-modelo em Assunción (capital do Paraguai), cidade que se encontrava sitiada pelo exército brasileiro.

No final da guerra, a dedicada enfermeira volta ao Brasil trazendo três pequenos órfãos - filhos de soldados desaparecidos nos combates - os quais educa como se fossem seus filhos legítimos.
 
Devido à sua posição de vanguarda, o médico e professor Carlos Chagas, diretor do Instituto Osvaldo Cruz, coloca o nome Ana Néri na primeira escola oficial brasileira de enfermagem e o presidente Washington Luiz decide, através de decreto, instituir no País o Dia da Enfermeira.

E é justamente com a mesma dedicação, coragem e devoção demonstrados por Ana Néri que os homenageados desta noite vêm pautando a sua carreira profissional. Nesta ocasião, me cabe falar de três dos cinco escolhidos:

Formada em 1975 pela Escola Auxiliar de Enfermagem da Santa Casa de Santos, a digníssima senhora Zenaide Aparecida Ignácio de Andrade, nossa primeira homenageada, é um exemplo para os colegas, em especial, para aqueles que estão dando seus primeiros passos na profissão.

Começou sua carreira como atendente de enfermagem, em 1973, na Santa Casa de Santos. Já em 1976, ingressou na Prefeitura de Santos para ocupar o cargo de auxiliar de enfermagem, função que desenvolve até hoje, sendo uma das profissionais com o maior tempo de casa.

Atuou ainda nos mais importantes hospitais da Cidade, entre eles, o Hospital Ana Costa e o Hospital dos Estivadores de Santos. Além de ter trabalhado também junto à Prefeitura de Bertioga, na década de 90.

Nossa segunda homenageada desta noite, a digníssima senhora Sílvia Zarin de Oliveira é enfermeira há cerca de 25 anos. Formada em Enfermagem e Obstetrícia pela Faculdade Dom Domênico, tem pós-gradução em Administração Hospitalar pela Faculdade São Camilo, em São Paulo.

Desde que deixou os bancos da faculdade, atuou em hospitais de São Paulo, como o Hospital Municipal Arthur Ribeiro Saboya e o Hospital de Jaraguá, ingressando nos quadros da Prefeitura Municipal de Santos em 1991.

Na Administração Municipal ocupou por dez anos a função de enfermeira plantonista, tendo sido promovida em 2002 à chefia de Enfermagem do Pronto-Socorro da Zona Leste.

A busca pelo aprimoramento intelectual e acadêmico também faz parte de sua trajetória. Prova disso, é que desde 1991 vem contribuindo para a formação de centenas de jovens que desejam ingressar na profissão. Foi professora da Faculdade de Enfermagem, Obstetrícia e de Fisioterapia da Faculdade Dom Domênico e também da Faculdade de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília.

Nossa terceira homenageada, cujo nome foi indicado pela nobre vereadora Suely Morgado – que, infelizmente, não pode comparecer ao evento em razão de estar ela mesma sendo homenageada hoje pela OAB, é a enfermeira Cristina de Faccio Paololozzi.

Formada pela Pontifícia Universidade de Campinas, em 1987, Cristina possui pós-gradução em Saúde Pública pela Universidade Católica de Santos e especialização em Enfermagem no Atendimento Pré- Hospitalar pela mesma instituição de ensino.

O início da carreira se deu por meio da Santa Casa de Santos, onde atuou por três anos. Ingressou na Prefeitura de Santos em 1990, trabalhando como enfermeira plantonista no Pronto-Socorro da Zona Noroeste.

De lá para cá, prestou serviços em todos os pronto-socorros da Cidade, tendo ocupado a coordenadoria de atenção pré-hospitalar; a coordenadoria do atendimento pré-hospitalar e do serviço de atendimento médico de urgência. Foi ainda enfermeira técnica responsável pela Unidade de Retaguarda Clínica e Convivência em Aids, em 1998, e chefe da seção de resgate no atendimento pré-hospitalar móvel, entre 1999 e 2000.

Além da constante busca pelo aprimoramento profissional, que lhe rendeu uma série de seminários e cursos no currículo, contribuiu também para a formação de novos profissionais, atuando como docente nos cursos oferecidos pelo Hospital Guilherme Álvaro.

Por todas as conquistas aqui citadas, podemos realmente dizer que estas três profissionais são um exemplo para as demais, assim como foi Ana Néri para a Enfermagem. Agradeço a todas, em nome da Câmara de Santos e da sociedade santista, pelos relevantes serviços prestados à nossa comunidade ao longo dos últimos anos. Que a sua trajetória possa servir de exemplo para aqueles que hoje estão ingressando na profissão.

Muito obrigado!

Boa noite!

Confira o discurso do vereador Marinaldo Mongon

Exmo. Senhor Presidente Marcelo Del Bosco Amaral,
Senhoras e senhores homenageados.

O Projeto apresentado e instituindo por propositura do nobre vereador Paulo Gomes Barbosa, como prêmio Ana Nery, deu-nos a oportunidade, juntamente com a vereadora Sueli Morgado, a participarmos indicando, após ter ouvido os membros desta Casa de Leis e que aprovaram por unanimidade os nomes dos indicados e que hoje são os nossos homenageados.

Em especial coube a este vereador discursar em saudação ao senhor José Carlos Costa, auxiliar de enfermagem desde 1970, iniciando como atendente de enfermagem em 1969 e a senhora Janisete Gonzaga dos Santos, enfermeira desde 1990, iniciando sua vida profissional em 1976 como auxiliar de enfermagem.

Senhor Presidente, senhores vereadores, meus colegas e meus amigos, hoje é um dia muito especial para mim. Hoje estamos aqui reunidos para homenagear profissionais representantes da classe dos enfermeiros e que dignificam essa honrada profissão. 

Entretanto, senhor Presidente, desde já ressalto que o que fazemos hoje, é celebrar a história de duas vidas ricas e bem sucedidas, todas pautadas no trabalho voltado ao bem comum, fomentando valores que transcendem o contexto formal dessa homenagem, calando em cada um de nós e servindo de exemplo de vida.

Nossos homenageados representam uma classe profissional. Honram a profissão dos enfermeiros. Ser Enfermeiro é doar-se ao semelhante, com todas as suas dimensões, potencialidades e restrições, alegrias e frustrações; é ser aberto para a vida, e ao mesmo tempo envolver-se no compromisso assumido com a Enfermagem.

O Enfermeiro ajuda os doentes a superar a doença com conhecimento científico adquirido, mas também com conforto, cuidado e atenção e é exatamente dessa forma que nossos homenageados trilharam e trilham seus caminhos.

Dedicar-se a promover a saúde no trabalho direto aos pacientes, com as mais diversas necessidades, invariavelmente trazendo sofrimento agudo ou crônico, físico ou mental, mesmo social, é um dom divino, cuja carga psicológica é amenizada na busca da solução ou no aplacar do sofrimento do nosso semelhante. 
 
O senhor JOSÉ CARLOS COSTA, carinhosamente chamado de Zé Carlos, nascido em 1946, é santista nato, casado com a Srª. Maria José Costa, pai de Carlos César que é professor de educação física e de Carolina que é psicóloga.
Concluiu os seus estudos formando-se pelo Colégio Anglo Americano e pelo Sindicato dos Enfermeiros de Santos, como auxiliar de enfermagem e, como operador de Raio X pela Escola Del Nero.

É funcionário da Prefeitura de Santos desde 1976, com atuação nos Prontos Socorros Central, Zona Noroeste, Nova Cintra e, atualmente na Zona Leste, jamais recebendo qualquer advertência funcional nesses trinta e um anos (31) de atividade profissional.

Trabalhou como auxiliar de enfermagem do trabalho na Companhia Siderúrgica Paulista - COSIPA durante 15 (quinze) anos, em regime de plantão, no denominado DSO – Departamento de Saúde Ocupacional, dentro da usina em Cubatão e, no mesmo período, também trabalhou na Clínica de Urologia de Santos sempre em jornada dupla. Igualmente trabalhou na Ultrafértil e no Hospital Ana Costa de Santos, quando tive o primeiro contato profissional com o nosso homenageado.

Hoje dedica-se exclusivamente a Prefeitura de Santos. Ao longo de sua vida profissional sempre agiu de forma exemplar amparado nos preceitos da boa-fé e da bondade, com dedicação absoluta no atendimento aos pacientes que por ele passaram.

Quem conhece as intempéries de uma siderúrgica, onde as ocorrências invariavelmente são graves, quando não fatais, sabe que os atendimentos requerem presteza e conhecimento. É rotineiro um atendimento na área industrial ser realizado pelo auxiliar de enfermagem do trabalho. Fui médico do trabalho nessa siderúrgica durante quase vinte anos, ascendendo ao cargo de supervisor de saúde, sendo testemunha de vários episódios envolvendo nosso homenageado.

Cito o caso, como exemplo, de um paciente, funcionário da COSIPA, na área do Chapão, que havia sofrido uma descarga elétrica de alta tensão (13000Volts). O pronto atendimento efetuado pelo nosso homenageado, Sr. José Carlos, foi de suma importância para que o acidentado pudesse ter a oportunidade e desfrutar de uma vida isento de seqüelas e poder retornar a uma vida produtiva.

Foi emocionante quando esse trabalhador, após o longo período de afastamento do trabalho, e retornando as suas funções, foi agradecer o empenho profissional do nosso homenageado.
Cito um caso pitoresco vivido pelo Zé Carlos. Vou contar o caso sem citar o santo, como diz o ditado: Um ex-vereador, no dia em que iria assumir a Presidência desta Casa, teve uma retenção urinária. Quem é do ramo sabe do desconforto desse quadro.

Como era paciente da clínica urológica onde nosso homenageado trabalhava, procurou atendimento de urgência. Eram duas urgências: ser atendido para sanar o desconforto e cumprir o compromisso da posse na Câmara de Santos.
A clínica não era para atendimento de emergência, portanto não havia médico de plantão, cujas consultas eram programadas.

Mas, para felicidade do ex-vereador, lá estava o Zé Carlos, conhecedor do procedimento que deveria ser feito. Sondado e com a bexiga drenada, pode assumir a presidência no horário aprazado.

A senhora JANISETE GONZAGA DOS SANTOS, enfermeira, casada com o senhor Ismael Gonçalves dos Santos, mãe de Maria Aparecida e Ângela Cristina, professoras e de Fernanda, artesã. Nascida às margens do Rio São Francisco, na cidade de Barra do Itapema/Alagoas e, aos cinco anos de idade, mudou-se com seus pais, para a nossa cidade, que acolheu sua família de coração aberto, como faz com todos os migrantes.

Foi em nossa cidade que nossa homenageada iniciou uma trajetória acadêmica muito bem sucedida, e dentre os vários cursos pelos quais passou com extrema dedicação, podemos citar o curso de Enfermagem e Obstetrícia realizado na Faculdade Paulista de Saúde, além da especialização em Gerontologia Clínica, com capacitação em Enfermagem Cirúrgica, Clínica Médica, Clínica Ortopédica, Obstetrícia e Materno Infantil, Microbiologia e Parasitologia.

Importante salientar que a nossa homenageada, ao longo de sua vida profissional, sempre teve o apoio de sua família, sendo certo que eram seus pais e seu marido que auxiliavam no cuidado com suas filhas, dando-lhe todo o apoio necessário para que ela trilhasse o seu sonho. Sonho que se concretizou em 1990 com a conclusão do curso superior de enfermagem.

Ser mãe, cuidar da sua casa, assistir a família e dedicar-se a profissão que abraçou é tarefa para poucos. Durante toda a sua trajetória jamais esmoreceu aos deveres assumidos quando do juramento profissional, não deixando de estar ao lado de seus pacientes, agindo com dedicação, amor, carinho e atenção, visando a dignidade humana.

Em 1955 passou a ser Supervisora de Estágio no Hospital Beneficência Portuguesa e, no ano de 1992 a Srª. Janisete foi contratada para lecionar na tradicional Escola Modelo, onde teve a oportunidade de transmitir seus conhecimentos e, ao mesmo tempo, conviver e aprender com uma nova geração de profissionais, fato que gerou muita alegria.

Nessas atribuições é que inegavelmente nossa homenageada angariou o carinho e o respeito de sua comunidade. A Escola Modelo, onde continua a lecionar formando profissionais que, certamente, serão úteis para o bem estar da sociedade. E é com o exemplo de vida da nossa homenageada, com os conhecimentos adquiridos tanto na vida acadêmica, como na vivência profissional, forjando frutos desejáveis para o sacerdócio em prol da saúde.

Li em um texto escrito pela senhora Janisete, de Mahatma Gandhi, que diz: “Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra”. Nascemos e morremos. Certezas desta vida terrena. E entre o nascedouro e o passo para a vida eterna temos o dever de alguma forma nos dedicar ao semelhante.

Essa é a nossa missão. E foi com muita luta e extrema dedicação que nossos homenageados alcançaram seus sonhos trabalhando sempre em prol da comunidade.

Esses dois seres humanos levam a sério suas missões, pois o dom que receberam, é colocado na prática, onde é ser "gente que cuida de gente". Ser enfermeiro e ter ao seu lado a ciência que proporciona conhecimentos necessários e suficientes para atender o individuo, de forma eficiente, na busca por prevenção e tratamento.

Ainda por isso é preciso dizer que as suas histórias é a história de pessoas vencedoras; é a historia de gente que encontrou seu lugar no mundo, porque, mesmo nas maiores dificuldades, seus trabalhos tiveram e tem a força para manter acesa a chama de nossa esperança e de nossa dignidade.

Agradeço, José Carlos e Janisete, sinceramente, por terem aceitado essa nossa homenagem. É com grande orgulho que hoje incluímos nos anais da Câmara Municipal de Santos o registro dessa merecida honraria a vossas senhorias. Agradeço, por fim, a presença de todos que, pelo comparecimento, abrilhantaram a solenidade.

Muito obrigado.

Dr. MARINALDO MONGON
Médico/Verador/Líder do PDT na
Câmara Municipal de Santos