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Professora Kátya Patella é homenageada

Ademir Pestana lhe concedeu medalha "Bras Cubas"

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Na última sexta-feira, 22/08/08, às 19 horas na Sala Princesa Isabel, foi dada a homenagem à professora Kátya Patella, dona de imensa trajetória curricular a que se dedicou por toda sua vida. A homenagem foi prestada pelo vereador Ademir Pestana (PSB), que se considerou "honrado" em oferecer a Medalha Brás Cubas à mestra.

Professora de português, inglês e francês, palestrista, violonista, escritora, revisora, professora-visitante em universidades de Portugal, Espanha, Egito, Israel e Grécia, não é pouco, é Kátya Patella. E hoje é seu dia como de seus personagens célebres, ela personagem da cidade que a ostenta como referência do saber que ficou e não se afastou, consciente da sabedoria de suas praias, se seu jardim, de seu mar, de seu porto, suas praças, seus referenciais como um dos primeiros senão o primeiro núcleo produtivo do país.

Ela produziu e produz saber na Santos de todos os santos, fundada no Dia de Todos os Santos em 4 de novembro de 1546, antes povoada pelo Bacharel desde 1506. Santos de sua gente, de seus intelectuais e pensadores, de seus escritores que a descrevem e poetizam. A cidade que a cada dia se desenvolve e que agora com o petróleo multiplica a riqueza passada do café - e que desta vez será para todos.

Kátya escreveu livros e artigos em centenas de publicações, ministrou aulas em centros de ensino como de Direito, Comunicação, Engenharia, Administração, Pedagogia, Ciência da Computação, Fisioterapia, Letras, Biologia, Matemática.

Sua homenagem é mais do que merecida, necessária e substancial, exigível, papel a que fomos honrosamente delegados pelo acaso que supervisiona todas as coisas. Esta homenagem se dá aqui, mas apenas consagra àquela silenciosamente dada em sua longa trajetória de maestria, ampla geográfica e humanamente, em que atuou como decodificadora dos códigos do conhecimento para transmiti-lo aos seus alunos.

Iremos conhecer uma das mais excepcionais figuras do professorado brasileiro, que por gosto ficou entre nós. É professora. Em 15 de Outubro se comemora o Dia do Professor. Comemoraremos o Dia de Kátya, um das referências desta tarefa maior de manutenção e ampliação da experiência humana que se deu por razões que a ciência explica como de aumento da capacidade de raciocínio. Estamos perto do Dia dos Professores, estaremos, no dia 22, no Dia de Kátia.

Leia o Discurso do Vereador Ademir Pestana

CÂMARA MUNICIPAL DE SANTOS
GABINETE VEREADOR ADEMIR PESTANA
22 agosto 08

Senhores vereadores, senhoras vereadoras, amigos presentes:

Hoje é Dia de Kátya Patella. Hoje homenageamos uma professora-doutora, Kátia Laís Ferreira Patella Couto, que não é apenas a mestra, mas a educadora. Kátya Patella é filha, não por acaso, do secular professor de Química Roberto Patella - diretor das faculdades Unisanta de Matemática, Ciência da Computação, entre diversas outras - e Neide Ferreira Patella.

Kátya nasceu a 27 de março de 1964, fez tudo isso em apenas 44 anos de vida. É santista, brasileira, universal com seu conhecimento, que acumula e distribui, reunindo um dos maiores acervos culturais que a cidade já teve ou terá, dentro de si e para todos, abrangente e expansiva - feliz com Walter, seu marido. Nós, que presidimos a maior instituição da Colônia Lusitana na região, que fez 149 ano ontem dia 21, fundada no ano em que Darwin escreveu "Da origem das Espécies", 1859.  

Professora de português, inglês e francês, palestrista, violonista, escritora, revisora, professora-visitante em universidades de Portugal, Espanha, Egito, Israel e Grécia, não é pouco, é a professora Kátya Patella, que honra o fim humanitário pelo que optou.

E hoje é seu dia como de seus personagens célebres construtores da palavra, no idioma de Fernando Pessoa, antes de Camões, hoje de Saramago mesmo com poucas vírgulas e períodos extensos. E ela, personagem da cidade que a ostenta como referência do saber que ficou e não se afastou, consciente da sabedoria de suas praias, se seu jardim, de seu mar, de seu porto, suas praças, seus referenciais como um dos primeiros senão o primeiro núcleo produtivo do país.

Kátya escreveu livros e artigos em centenas de publicações, ministrou aulas em centros de ensino como de Direito, Comunicação, Engenharia, Administração, Pedagogia, Ciência da Computação, Fisioterapia, Letras, Biologia, Matemática. Dá aula também na CESET - Centro Educacional Tecnológico e Educação Federal de Cubatão, tem intensa atividade cultural e pedagógica.

A Santos de todos os santos, fundada no Dia de Todos os Santos em 4 de novembro de 1546, antes povoada pelo Bacharel desde 1506, lhe homenageia. Santos de Martins Fontes, de sua gente, de seus intelectuais e pensadores, de seus escritores que a descrevem e poetizam. A cidade que a cada dia se desenvolve e que agora com o petróleo multiplica a riqueza

passada do café - e que desta vez será para todos iguais como pensam os poetas e agentes do amanhã.

Esta homenagem é mais do que merecida, necessária e substancial, exigível, papel a que fomos honrosamente delegados pelo acaso que supervisiona todas as coisas. Esta homenagem se dá aqui, mas apenas consagra àquela silenciosamente dada em sua longa trajetória de maestria, ampla geográfica e humanamente, em que atuou como decodificadora dos códigos do conhecimento para transmiti-lo aos seus alunos.

Hoje iremos conhecer uma das mais excepcionais figuras do professorado brasileiro, que por gosto ficou entre nós. É professora. Em 15 de Outubro se comemora o Dia do Professor. Hoje comemoramos do Dia de Kátya, um das referências desta tarefa maior de manutenção e ampliação da experiência humana que se deu por razões que a ciência explica como de aumento da capacidade de raciocínio. Estamos perto do Dia dos Professores, estamos no Dia de Kátia - comemoremos com palmas a ela.

O professor uma das profissões mais antigas e mais importantes, tendo em vista que as demais, em sua maioria, dependem dela para introduzir conceitos e práticas. São células de organização social. Nas séries iniciais da escolarização, temos uma porcentagem elevada de mulheres exercendo a função. No Brasil, com o passar dos níveis escolares, vemos a inversão dos percentuais em favor dos homens.

Kátya é, pois, exceção nesta majoritariamente masculina no ensino superior, ela que atua na histórica Universidade Santa Cecília de tanta memória e do honrado Milton Teixeira, um dos propulsionadores de Santos em que fez escola, colégio, universidade, rádio, TV junto com seus filhos e mestres que reuniu para que a cidade crescesse no saber.

Em uma época de olimpíadas e competições de habilidades físicas glorificadas e premiadas, endeusadas e celebradas na precisão do encaixe de bolas - ou força muscular aperfeiçoadas com caros equipamentos e treinadores internacionais -, indagamos as prioridades, na disputa entre o que fica e do que permanece como aprendizado humano. Lançar bolas?  Ou estudar o ser e seus mistérios, sua palavra, seus signos - buscar a perfeição intelectual e somá-la como no ideal grego?

É que ao contrário da valorização do conhecimento, vivemos o domínio da ideologia do capitalismo, que é a "religião" atual da sociedade. Que propõe o consumo rápido e inconsistente, brutalizante e destruidor, dos bens da natureza e que são produzidos na exploração do trabalho. E que vulgariza o conhecimento em nome da rapidez e da eficiência que querem aplicar aos

sistemas econômicos, o que os desumaniza, para ampliar as taxas de lucro. E esta prática tem seus defensores!

São defensores da ideologia da acumulação do abandono de sua humanidade, de suas pessoas que explora e transforma em agentes da produção e não objetos do progresso humano. A propaganda, arma principal desse sistema, devasta vontades próprias, raciocínios, elaborações, culturas, civilizações.

Dirigida ao inconsciente, impõe ao invés e informar para julgamento. E gerando desejos satisfeitos ao alcance apenas de uns poucos, gera frustrações e reações anti-sociais com sua negação.

Quem não compreendeu a raiz da marginalidade e das drogas, nunca pensou na Saúde Social do coletivo, de todas as pessoas independente de seus países, de sua cor, de seu tamanho, de sua força, de sua riqueza ou classe, de suas propriedades nunca cogitou esta equação que produz atos anti-sociais.

O sonho do homem livre sobre a terra livre é objeto distante nesta inversão de prioridades, de desprezo pelo conhecimento e dos professores. Platão, na República já alertava da importância do papel do professor na formação do cidadão.
 
Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas. "Plátos", que formou o nome "Platão". 

Em grego, a expressão significa amplitude, dimensão, largura - e esta é a sua Teoria do Conhecimento.  Platão ocupou-se com vários temas, entre eles ética, política e metafísica, mas é marcado pela Teoria do Conhecimento. Talvez por isso lhe fosse aposto o nome, isto posto a estrutura celular do conhecimento que é sua teoria - esta máxima de Kátya.

"(...) os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente.", escreveu Platão na "Carta Sétima", na defesa do predomínio do conhecimento e garantia do verdadeiro espaço dos que o detém e os dirigem à humanidade.

Ora, se é assim, que Kátya nos governe!

Esta afirmação de Platão deve ser compreendida baseado-nos na Teoria do Conhecimento, lembrando que o conhecimento para Platão tem fins morais.

Mas cumpre ressaltar outro aspecto: Platão acreditava que existiam três espécies de virtudes baseadas na alma: a primeira virtude era a da sabedoria, deveria ser a cabeça do Estado, ou seja, a governante, pois possui caráter de ouro e utiliza a razão.

A segunda espécie de virtude é a coragem, deveria ser o peito do estado, isto é, os soldados, pois sua alma de prata é imbuída de vontade. E, por fim, a virtude da temperança, que deveria ser o baixo-ventre do estado, ou os trabalhadores, pois sua alma de bronze orienta-se pelo desejo das coisas sensíveis.
 
São conhecimentos que interpretados à luz das experiências e conclusões atuais nos levam a projetar conceitos. A matéria é o conhecimento. Que Kátya acumulou para repartir, para procriar, para deixar além de si, para promover a busca do eterno, do imperecível - de uma forma de imortalidade.

Em Platão, no estudo da epistemologia - que é o estudo do grau de certeza do conhecimento científico em seus diversos ramos, especialmente para apreciar seu valor para o espírito humano - , estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento. Daí também designar por "filosofia do conhecimento", esta filosofia que é a "corregedoria" da ciência - que sem ela é perigosa e sem face humana.

A epistemologia se relaciona ainda com a metafísica - a doutrina da essência das coisas, do conhecimento das causas primeiras e dos primeiros princípios, o inventário, a relação dos conhecimentos provenientes da razão pura, transcendência no discorrer. E com a lógica, ciência que estuda as leis do raciocínio.

Tem a ver também com o empirismo, baseado apenas na experiência prática, uma vez que avalia a consistência lógica da teoria e sua coesão fatual, sendo assim a principal dentre as vertentes da filosofia, que é, repetimos, considerada a "corregedoria" da ciência - porque a humaniza e a recoloca no eixo da espécie humana, esta que cultua Kátya.

A problematização platônica compreende a questão da possibilidade do conhecimento: Será que o ser humano conseguirá algum dia atingir realmente o conhecimento total e genuíno, fazendo-nos oscilar entre uma resposta dogmática -, quer dizer, impositiva, autoritária, fixa e irremovível - ou empirista - , quer dizer, baseado apenas na experiência?

Outra questão abrange os limites do conhecimento: Haverá realmente a distinção entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível, o que se

pode conhecer e o que não se pode conhecer? E finalmente, a questão sobre a origem do conhecimento:

Por quais faculdades atingimos o conhecimento? Haverá conhecimento certo e seguro em alguma concepção a priori? É esta a pauta de Kátya, seu ofício, sua demanda, sua teoria que estuda e depõe sempre à luz dos conhecimentos sempre mais recentes, que vão emoldurando um cenário que se modifica como as nuvens à luz da dialética e das contradições.

Se alguém merece uma homenagem desta Câmara, esta é Kátia Patella, senão vejamos: todo este acervo ela distribuiu à larga com quem quis
 aprender, ajudando a promover a sociedade e seus seres.

Ficaríamos horas a percorrer e tentar compreender as dimensões do intelecto que esta filha de Roberto Patella guardou para transmitir, pois é imenso e que ela já trouxe dentro de si ao nascer, vide Roberto Papai.

São demais os perigos desta vida para quem tem paixão, declamava Vinícius. E Kátia não teve medo desta sua paixão que possibilitou sua dedicação vital ao conhecimento, na índole da transmissão que sintetizou em seus neurônios delicados e sensíveis, capazes da emoção ao prover de informação.

Kátya por ela mesma: "Elegi como pilastra de sustentação de minha vida a retidão de caráter, diz. Compõem esse quadro alguns elementos que não podem deixar de ser citados. Em primeiro lugar, a honestidade, ou seja, `colocar tudo a limpo´, como costumo dizer, para se evitarem fofocas ou invenções por parte daqueles que se preocupam mais com o existir alheio do que com o seu próprio".

Dessa forma, vê Kátya, a honestidade coloca-se como parceira da verdade e ambas conduzem à justiça, considera. "Ambas, diz, a verdade e justiça, sempre triunfam, não importa quanto tempo demore. E embora seja difícil aceitar tal delonga, jamais me deixo esmorecer. Ao contrário, luto, com ética, lealdade, e educação, por aquilo em que acredito, contrapondo-me a prováveis adversários que fazem uso de meios esquivos para conquistarem o que almejam", argumenta.

Kátya considera que, paralelamente ao mencionado, falharia se não mencionasse mais dois aspectos importantes de sua vida: humildade e religiosidade: "A humildade traduz-se no respeito que dispenso a qualquer pessoa que de mim se aproxima. Afinal, não me considero mais nem menos do que ninguém; sou, simplesmente, um ser humano, com qualidades e defeitos, tentando sobreviver num planeta meio
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complicado".

 A fé: para ela, a fé "traduz-se na crença inabalável numa força superior, denominada Deus. Posso dizer que se não fosse essa fé, não teria agüentado muitos dos "trancos" que já recebi e muitas das decepções

que já sofri", conta.

Lembra ainda Kátya: "Prezo, muito, a convivência com a família, as trocas fraternas, o jogar conversa fora, o simples estar com pais, irmãos, marido, filha, sobrinhos, primos, primas, tios, tias, cunhadas, cunhados. Amigos, não os tenho em excesso, mesmo porque a amizade verdadeira é profunda. Existe no falar e no calar, no rir e no sofrer, no longe e no perto. Os que considero amigos o são na verdadeira acepção da palavra".

Confessa Kátya: "Adoro ler. Tudo o que me cai às mãos é motivo de um passar de olhos. Aprofundo-me, depois, naquilo que me interessa de fato. Amo viajar, pelas aventuras que vivenciamos, pelas pessoas que conhecemos, pelos lugares que visitamos, pelo novo que se revela. Mas quero viagens com volta, pois Santos é minha casa, o Brasil é minha terra". E somos Santos, diriamos nós!
Esta é Kátya Patella e hoje comemoramos o seu dia.

O sentido evolui: em 1985, Kátya fez as habitações em Português, Inglês, Literaturas Brasileira, Portuguesa e Inglesa (primeiro e segundo). Em 1986, as habilitações em Francês e Literatura Francesa (primeiro e segundo graus). No Curso Segundo grau, fez Técnico em Tradutor e Intérprete, no Colégio do Carmo, em Santos, em 1981. Se seria cansativo para quem ouve este currículo de mais de 40 folhas, imagine para quem o cumpriu em horas, dias e anos de sua vida. Pois ela fez e transmitiu e transmite.

Quando pequena, Kátia fez o primeiro grau no Colégio São José, em Santos, que concluiu em 1978, só 14 anos, menina. Fez da boa escola seu caminho, sua busca, sua inteireza, sua mágica e sua máxima, sua gestão optativa.

Kátya Cursou ainda Enunciação e mídia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, por ocasião do Sexto Congresso Brasileiro de Língua Portuguesa, de 01 a 03 de maio de 1996. E fez ainda o Curso de Língua Portuguesa nas modalidades oral e escrita no discurso da imprensa, também na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no segundo semestre de 1995. E o curso de História das Religiões no Brasil e na América Latina, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 1995.

Kátya fez mais: o curso Tópicos em Psicolingüística: Produção de Textos - um enfoque enunciativo, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 1995. E o curso Textualidade em Língua Portuguesa, também na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 1994.

Em 1989, fez o curso: Tópicos de descrição de língua: análise do discurso,

também na PUC. E o curso Estilística do Português, em 1988, na PUC. Também o curso: Sintaxe do Português II, em 1988. O Curso: Leitura e redação em língua materna ela fez em 1988 na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

E mais, lá se vão mais de 40 folhas que é o currículo de Kátya Patella, importante exemplo de ser, que estará em nosso saite. Muito obrigado por este aprendizado em favor da sociedade, de todos nós a quem faz felizes com sua presença que se transporta na idéia do seu ser, como pretendia Platão, na essência e na potência como considerou Aristóteles. Obrigado!

Santos, 22 de agosto de 2008

ADEMIR PESTANA
VEREADOR PSB