A professora Clotilde Paul recebeu Medalha de Honra ao Mérito Braz Cubas na última terça-feira (22/04/08), às 19h, na Sala Princesa Isabel, na Câmara Municipal de Santos. O autor da homenagem foi o vereador José Antonio Marques Almeida (PDT), o Jama.
Clotilde Paul é professora titular do Departamento de História da UniSantos – Universidade Católica de Santos. Lecionou no Colégio São José, no Colégio Monte Serrat (hoje Santa Cecília), no Liceu Coelho Neto e na Escola Municipal Lourdes Ortiz, onde foi admitida por Concurso Público de títulos obtendo 1º lugar.
Leciona há 46 anos, sendo 28 no magistério universitário. “Nossa homenageada é uma reserva de cultura, inteligência e dedicação ao magistério”, observa Jama, para quem Clotilde Paul tem todas as qualidades para receber a Medalha de Honra ao Mérito Braz Cubas, “com certeza a Medalha ficou ainda com mais valor”.
Clotilde Paul, que é santista, fez seus primeiros estudos com as Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado e completo-os no Colégio Coração de Maria e no Colégio Canadá, onde cursou o Clássico. Formou-se em Línguas Neo-Latinas: Licenciatura e Bacharelado – 1960.
Em 1965, formou-se em Direito, sendo aluna jubilada da turma. Em 1969, formou-se em História. Todos esses estudos foram realizados na Universidade Católica de Santos. É Mestre em Literatura Portuguesa – PUC/SP; Mestre em História Social- USP, onde obteve nota dez.. Em 1979, doutorou-se em História Social pela USP com a Tese “Presença da Inquisição em Santos, no séc. XVIII” obtendo o conceito “Plenamente Honra”.
Fez inúmeras conferências a convite de entidades civis, militares e religiosas e apresentou trabalhos em seminários e congressos no Brasil e Portugal. Foi Diretora da Faculdade de Filosofia da UniSantos, entre 1982 e 1985; presidente do conselho coordenador do Instituto de Estudos Portugueses de Santos; membro da Comissão de Cultura e da Comissão de História da Prefeitura Municipal de Santos.
Durante sua gestão como diretora da Faculdade de Filosofia da UniSantos criou a Semana Fafiana, o Centro de Documentação da Baixada Santista, a Galeria Benedito Calixto e o Centro de Estudos Folclóricos Profº Albino Luiz Caldas.
Discurso do vereador José Antonio Marques Almeida, o Jama, em homenagem à professora Clotilde Paul
Boa noite, senhoras e senhores. Estamos reunidos nesta noite de terça-feira por um motivo feliz. Homenagear quem vem nos oferecendo cultura, sabedoria e conhecimento ao longo de 46 anos, destes, 28 na universidade.
Clotilde Paul nasceu na Cidade de Santos. É pura “prata da casa”. Filha de Norberto Alves Dias Paul e Lucília Ferro Paul, fez seus primeiros estudos com as Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado e completou-os no Colégio Coração de Maria e no Colégio Canadá, onde cursou o Clássico.
Aqui estamos, também, numa noite especial, porque falaremos sobre um assunto fundamental. A Educação. É pouco falarmos que o papel do educador e da educadora é lapidar para a construção de uma sociedade realmente feliz. Como nos ensina o educador Rubem Alves, levamos duas caixas em cada uma das mãos. A da mão direita, a mão da destreza e do trabalho, leva a caixa de ferramentas. E na mão esquerda, a mão do coração, levamos uma caixa de brinquedos.
A caixa de brinquedos está cheia de coisas inúteis, diriam alguns. Mas são essas coisas, no entanto, que nos fazem sorrir de verdade. E não é para isso que se educa? Para que nossos filhos saibam sorrir? Educação é isso: leveza, respeito, dignidade, alegria, sorriso. Não se educa para a tristeza, mas para a felicidade de um povo, de um país, de uma nação.
Mas hoje a situação não bem assim. Hoje se educa para atender apenas as pressões, ou demandas, do mercado de trabalho. Um fast-food educacional para atender ao apetite manipulado pela sociedade capitalista-consumista.
“As escolas se dedicam a ensinar os saberes científicos... Assombra-me a incapacidade das escolas de criar sonhos!” É Rubem Alves outra vez nos mostrando que o sinal de alerta da Educação está aceso intensamente. Nos mostra que o sentido da Educação, que é o da alegria e o da beleza, para criar desenvolvimento com respeito e igualdade, vem sendo nocauteado pelo sentido sem alma da produção em série do mercado. Este, cada vez mais competitivo, excludente e desumano.
Os nossos alunos hoje estão distantes da alegria e do sonho, portanto. Como se constrói um País sem sonhos? Sem alegria? Como escrever, assim, um Projeto de Nação?
Os frutos desse projeto imediatista estão fundamentados na rentabilidade, no lucro, no acúmulo de riqueza. É o ensino de massa, e de baixa qualidade, que não consegue sequer corrigir a violência que permeia os locus sociais.
Ensinar é vocação, sacerdócio e nobreza. Como tal deveria ser a mais bem recompensada das atividades humanas, para reconhecer o trabalho daquele que com sabedoria e ternura constrói um mundo mais justo e igual.É importante que falemos isso no ato em que se homenageia a educadora Clotilde Paul, que trilhou um caminho de sucesso, de riqueza cultural e de sabedoria. Igual ao Rei Midas, em tudo que se empenhou, ou tocou, transformou em “ouro” educacional.
Clotilde Paul formou-se em Línguas Neo-Latinas, em 1960. Em 1965, formou-se em Direito. Em 1969, formou-se em História. Todos esses estudos foram realizados na Universidade Católica de Santos.
Continuou o caminho do saber com muita desenvoltura e sucesso. É mestre em Literatura Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica, a PUC de São Paulo; mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), onde obteve nota dez.
Como o saber não tem limite e nunca acaba, em 1979, estava lá nossa Clotilde Paul em novo desafio, doutorando-se em História Social pela USP com a Tese “Presença da Inquisição em Santos, no século. XVIII”, que lhe rendeu o conceito “Plenamente Honra”.
É professora titular do Departamento de História da UniSantos. Lecionou no Colégio São José, no Colégio Monte Serrat (hoje Santa Cecília), no Liceu Coelho Neto e na Escola Municipal Lourdes Ortiz, onde foi admitida por Concurso Público de títulos obtendo 1º lugar.
Durante sua gestão como diretora da Faculdade de Filosofia da UniSantos criou a Semana Fafiana, o Centro de Documentação da Baixada Santista, a Galeria Benedito Calixto e o Centro de Estudos Folclóricos Professor Albino Luiz Caldas.
Clotilde Paul, apesar de sua constante presença nas salas de aula, ainda teve e tem tempo de publicar livros, artigos, resenhas. Publicou “Roteiro Poético de Santos” pela editora Martins Fontes; “Caxias, uma espada a serviço da Pátria”, feita em parceria com a Revista Leopoldianum – Universidade Católica de Santos e a Fundação Cultural do Exército
Brasileiro. “Pelo mar em busca de sonhos”, lançado em Portugal-Lisboa sob o patrocínio da Embaixada do Brasil.
Tem vários trabalhos publicados nas revistas: “Leopoldianum”- Unisantos, “Ceciliana”- Universidade Santa Cecília; Ártéria”_ Secretaria Municipal de Cultura de Santos; “Revista da Academia Santista de Letras” e em diversas antologias de cidades do interior do Estado de São Paulo, onde seus trabalhos foram premiados.
Entre os inúmeros prêmios e honrarias que recebeu destacam-se: o Prêmio Pan-Americano- Medalha de Ouro - Rotary Clube de Santos; a Medalha dos Descobrimentos - Governo de Portugal; a Comenda Infante D. Henrique - Governo de Portugal; Mulher Destaque Internacional - Clube Internacional das Sorotimistas; a Medalha de Mérito Social - Unesco; o Prêmio Luiz de Camões - Lions Clube de São Vicente; e o Prêmio Patrícia Galvão- Teatro 1º Lugar – Concurso Pachoal Carlos Magno- INACEN.
A Cidade de Santos rende, portanto, uma justa e merecida homenagem.
É com muita honra que a Câmara Municipal de Santos lhe confere a Medalha de Honra ao Mérito Braz Cubas. O mérito é todo seu, minha querida Clotilde Paul! Parabéns!