Presidente da CET garante que havia fiscalização nos pátios

No entanto,inventário da Companhia aponta que veículos desapareceram

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Sem admitir que houve falhas na fiscalização, o presidente da CET, Rogério Cratschaninov, prestou depoimento nesta sexta-feira (dia 9 de dezembro) na Câmara de Santos. Durante quatro horas, ele respondeu perguntas dos vereadores e sustentou que o serviço prestado pela Martha\'s, empresa que até o dia 8 administrava os pátios de veículos, era fiscalizada pela Unidade de Serviços Gerais da Companhia.

Para defender sua tese,  Cratschaninov utilizou números. Em quase quatro anos, apenas seis ocorrências com veículos recolhidos nos pátios são cerca de 27 mil carros durante o período foram registradas. “Como não tem fiscalização? A fiscalização era exercida pela Unidade de Serviços Gerais”.

A afirmação contraria a fala da chefe do setor, Maria Aparecida Rodrigues. Em depoimento (dia 29 de novembro) na Comissão Especial de Inquérito (CEI), instaurada para apurar irregularidades nos pátios, ela negou que fosse responsável pela fiscalização, depois que o serviço foi terceirizado.Para Cratschaninov, a fala de Maria Aparecida pode ser resultado de um possível “lapso de memória” provocado pela pressão de ter sido convocada a dar explicações à Câmara.
 
Não informou o número

Apesar de afirmar que a fiscalização era realizada, Cratschaninov confirmou que foi constatado o desaparecimento de veículos. Inventário feito pela CET comparou o que está nos pátios com os registros da Companhia e verificou a diferença. No entanto, ele se recusou a dizer quantos carros estão faltando, argumentando que o documento foi encaminhado ao Judiciário e que “como todo o resto está em segredo de justiça”.
Pressionado a informar a conclusão do inventário, Cratschaninov se comprometeu consultar o departamento jurídico da CET para verificar se é possível. Mesmo assim, para garantir que o documento seja entregue à CEI, os vereadores deliberaram a solicitação do inventário, por meio de requerimento.
 
O bem contra o mal

Questionado pelo vereador Adilson Júnior (PT), que preside a comissão, sobre os motivos que resultaram em tantos problemas nos pátios, o que motivou a criação da CEI,  Cratschaninov utilizou os bancos como exemplo. Segundo o presidente da CET, apesar de toda sofisticação que existe hoje para garantir a segurança desses equipamentos, eles ainda são roubados.“Enquanto tem pessoas trabalhando para o bem, tem outras trabalhando para o mal”, concluiu.
 
Rescisão de contrato e futuro

Boa parte do depoimento foi utilizada para dar explicações sobre a rescisão do contrato com a Martha\'s. O rompimento foi anunciado nesta quinta-feira (dia 8). Desde então, a CET assumiu novamente o serviço de recolhimento e guarda de veículos, desativando os pátios da Caneleira e do Monte Cabrão.
Provisoriamente, os carros apreendidos serão guardados em uma área da CET. Depois, o novo endereço do pátio será na Rua Nilo Peçanha, até que outro contrato seja firmado para o serviço.

Cratschaninov explicou, ainda, que os veículos que hoje ocupam a maioria do espaço dos pátios (cerca de 80% de tudo que é recolhido) ficarão sob responsabilidade do Estado. Para isso, o governo estadual deverá criar  área própria para a guarda de carros, motos e caminhões recolhidos por ações das polícias Militar e Civil.
Dessa forma, o próximo contrato para a terceirização dos serviços deve ser apenas para veículos recolhidos pelo Município. E, “para que eventuais fraquezas sejam corrigidas, tudo vai ser revisto no novo processo licitatório”, garantiu Cratschaninov.
 
Próxima reunião

Na próxima segunda-feira (dia 12), às 16 horas, os vereadores que integram a CEI voltam a se reunir para deliberar as próximas ações do grupo e a análise dos depoimentos e documentos. Como o prazo da comissão foi prorrogado, o relatório final só deve ficar pronto em fevereiro, após o recesso.
 


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