O presidente da CET, Rogério Crantschaninov, será o próximo a depor na Comissão Especial de Inquérito (CEI) instaurada para apurar irregularidades nos pátios de veículos de Santos. Ele estará na Câmara, hoje, 9/12, às 9 horas. A decisão de convocá-lo foi tomada pelos vereadores durante rodada de depoimentos realizada na sexta-feira (dia 2).

Licitação, execução do contrato e fiscalização do serviço prestado pela Martha\'s, empresa que administra os pátios, voltaram a ser alvos de questionamentos dos vereadores, que durante mais de quatro horas ouviram explicações de três funcionários da CET. E mais uma vez os membros da comissão observaram divergências nas falas.

Diferente do que foi dito pela funcionária Maria Aparecida Rodrigues, que prestou depoimento na Câmara no dia 29 de novembro, o gerente financeiro da Companhia, e que também acumula a diretoria administrativo-financeira, Amadeu Álvares Junior, disse que delegava o serviço de fiscalização dos pátios à Unidade de Serviços Gerais (subordinada à sua gerência e chefiada por Maria Aparecida).

Segundo Amadeu, desde que a Unidade passou a ser vinculada à sua gerência (em março de 2009), ele enviava despachos determinando a fiscalização semanal. Depois de executava a fiscalização, a unidade devolvia ao gerente um despacho com as informações do período verificado. “Eu não tenho conhecimento como a fiscalização era feita antes. Peguei o contrato já em andamento”, explicou.

Para comprovar sua fala, Amadeu trouxe duas pastas com os despachos determinando as fiscalizações e os retornos de cada visita ao pátio.

No entanto, Maria Aparecida afirmou que depois de firmado o contrato com a Martha\'s, a tarefa de fiscalizar os pátios não lhe foi conferida. Em depoimento prestado no mesmo dia (29 de novembro), Clodoaldo de Medeiros Guedes, que é coordenador de serviços gerais e subordinado a ela, disse que no começo do contrato o setor recebia por escrito a solicitação para verificar os carros que estavam no pátio da Caneleira. A tarefa foi realizada semanalmente durante dois meses.

Apesar das divergência nas falas, Amadeu afirmou ter confiança no trabalho de sua equipe. Tanto que eximiu a CET de responsabilidade pelas ocorrências de furtos registradas nos pátios.

Licitação

Apesar de ter sido nomeado coordenador dos trabalhos no processo de concorrência para a prestação de serviço público de guarda de veículos removidos em decorrência de infração de trânsito, o coronel Oscar Pereira da Silva, que é assessor da presidência, disse que não participou da licitação. Ele afirmou aos vereadores que foi responsável apenas pela elaboração do termo de referência que baseou o edital.

Para fazer o termo de referência, Oscar disse que visitou algumas cidades e consultou outros departamentos de trânsito. “Eu não participei de licitação em hipótese nenhuma. Não sei nem se seguiram tudo o que eu escrevi (no termo de referência)”.

Já a chefe da Secretaria Geral da CET, Silvana Aparecida Correia Nunes de Barros, citada no depoimento de Maria Aparecida, disse que o trabalho de seu departamento, no caso das licitações, se limita a montagem do processo, juntando os dados para a formatação do edital.

Documentos e visita

A Comissão também deliberou a solicitação de um inventário elaborado pela CET para identificar veículos que foram leiloados sem autorização. O documento foi encaminhado ao Judiciário para ser anexado ao processo que corre em segredo.

Uma visita à delegacia da Ciretran-Santos para entender como são definidos os carros que podem ser leiloados, também foi aprovada. No entanto, a ida dos vereadores ao posto ainda será agendada.

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