O Porto de Santos e suas consequências econômicas na cidade foi o tema da exposição do coordenador do Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT),  Alcindo Gonçalves, no último bloco do Painel Impacto Econômico, Empregos Diretos e Indiretos do seminário "O Porto da Minha Casa". Ele falou sobre a transformação pela qual passa o porto e de como o Instituto trabalhou no último ano para avaliar a influência direta e indireta do mesmo em nossa região. "Que demanda existe na cidade, que provoca influência não só no trabalhador direto? Quais perspectivas se abrem na relação porto/região?". Alcindo ressaltou que grande parte do processo de recuperação econômica que aconteceu nos últimos 5, 6 anos foi devido às questões portuárias, já que houve investimentos de iniciativas privadas muito significativos. Fundamentando sua afirmação em dados, afirmou que, segundo pesquisa realizada pelo IPAT com empresas da cidade, 62% das empresas pesquisadas
declararam prestar serviços para o porto. Grande parte dessas são pequenas e médias empresas e para mais de 1/3 dessas, o porto representa grande parte do faturamento médio mensal.

As estatísticas comprovam que, em Santos, o porto afeta hoje cerca de 38% dos empregos e atividade econômica relacionada direta ou indiretamente com a atividade portuária. De acordo com dados levantados pelo IPAT, relacionados com o desenvolvimento da atividade portuária, alguns setores em especial tiveram crescimento significativo, entre eles: consultoria de recursos humanos, publicidade e propaganda, inspeção e vistoria de navios, agências de viagem e turismo e o setor de tecnologia da informação.

Alcindo finalizou sua palestra no evento, destacando que "hoje, o porto precisa sim da cidade, da região e de uma infra-estrutura que a cidade deve proporcionar. E a mão-de-obra qualificada não surge do dia para a noite. Isso abre um cenário extremamente atraente, com perspectivas de efetivo desenvolvimento econômico, mas é preciso estar preparado para isso com planejamento e organização".