Apenas dois dos quatro depoimentos agendados pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura supostas irregularidades envolvendo a Martha\'s (que administra os pátios de veículos de Santos) e a CET ocorreram nesta quarta-feira (dia 23 de novembro).
Clésio Aparecido de Melo, que era gestor do contrato e está afastado da empresa, e Clóvis Ferreira de Oliveira, ex-funcionário que atuava como auxiliar no departamento de licitação, foram ouvidos pelos vereadores.
Como a depoente Maria Aparecida Rodrigues passou mal e precisou ser levada ao pronto-socorro, ela e Clodoaldo de Medeiros Guedes serão reconvocados para depor na Câmara na próxima terça-feira (dia 29), às 10 horas. Os dois são funcionários da CET e eram responsáveis pela fiscalização dos pátios de veículos.
Além deles, André Medeiros, que também é funcionário da CET, será convocado para depor no mesmo dia.
Explicações
Melo, o primeiro a depor, disse que a Martha´s assumiu o contrato em Santos com um passivo em torno de 1.400 veículos (carros, motos e caminhões), que estavam recolhidos no pátio do Valongo. O montante constava em banco de dados entregue pela CET à empresa. No entanto, admitiu que nem todos foram vistoriados.
“Eu não tenho dados precisos, mas eram cerca de 1.400 veículos. Presumia-se que todos os veículos que estavam no banco de dados estavam no Valongo”, disse Melo. Transferidos para o pátio da Martha\'s, o posto do Valongo foi desativado. Além desses veículos, cinco toneladas de sucata também estavam no Valongo. “Eram amontoados de peças e veículos sem identificação”. Segundo Melo, esse material foi entregue a um ferro-velho.
Licitação
O outro depoente, Oliveira,que trabalhou no departamento de licitação da Martha´s e teria possíveis indícios de vício no contrato da CET com a empresa, não trouxe nenhum documento como prova.
Alegando que sua casa foi invadida e que o material que poderia demonstrar o problema foi furtado, ele afirmou que em 2007 houve uma negociação entre a Martha\'s e uma pessoa de Santos, que acabou resultando no contrato. Esse acerto estaria registrado em um e-mail, ainda em posse dele, e que será entregue ao Ministério Público.
“Prova direta do vício eu não tenho. Tenho apenas o e-mail da Rose (que era responsável pelo setor de licitação da Martha\'s e que já faleceu) com uma negociação explícita com uma pessoa de Santos. Mas o e-mail (utilizado pela pessoa de Santos) não é oficial da CET”.
Prorrogação
Antes de encerrar a reunião, a comissão aprovou a prorrogação dos trabalhos por mais 30 dias. Quando foi instaurada, a CEI, formada pelos vereadores Adilson Júnior (presidente) e Cassandra Maroni Nunes (pelo PT), Geonísio Pereira Aguiar (relator), Antonio Carlos Banha Joaquim, e Marcus de Rosis (pelo PMDB), Sadao Nakai (vice-presidente), Arlindo Barros e Hugo Duppre (pelo PSDB), Braz Antunes Mattos Neto (PPS), Benedito Furtado (PSB) e Odair Gonzalez (PR), tinha prazo inicial de 30 dias para apurar as denúncias. A prorrogação por igual período é prevista no Regimento Interno da Câmara.
Também foi aprovada pelos vereadores a solicitação do banco de dados dos veículos apreendidos, dos relatórios dos leilões realizados, e de outros documentos.
Assessoria de Imprensa
Câmara Santos
13-3211-4145