Os rojões e os animais - uma reflexão

Vereador alerta sobre direitos dos animais

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Hoje é muito mais fácil abordar direitos dos animais sem sofrer constrangimentos ou suportar brincadeiras tolas. Mas tem sido um processo lento convencer membros do Legislativo e do Executivo, e por extensão parcela da sociedade, de que os animais merecem tanto respeito quanto os  humanos,  sendo fundamental que a legislação seja continuamente aperfeiçoada,  garantindo bem estar e vida saudável a todos os seres vivos.

Não temos dúvidas de que, cada vez mais, há pessoas preocupadas em cuidar melhor dos animais, mesmo que isso represente a renúncia a vários prazeres e abandono de maus costumes. Por isso é importante que continuemos esse trabalho de convencimento, o qual, na verdade, só traz benefícios para a Cidade e reflete a educação e o avanço de seu povo.  

O hábito cultural de se fazer comemorações com bombas, rojões e fogos de artifício é comum a inúmeros festejos, mesmo os de caráter religioso, e em diferentes bandeiras. Esse tipo de espetáculo atrai multidões a estádios, praças, ruas  e praias embora tenha um  componente extremamente cruel em relação aos animais, especialmente os cães e gatos, em razão da anatomia de seu aparelho auditivo, extremamente sensível. 

Quem possui animais domésticos  conhece o terror que representa para eles  o estrondo de rojões. Muitos donos renunciam a sair de casa, em datas como a Passagem do Ano,   para diminuir o estresse dos bichos e minimizar  acidentes que costumam acontecer quando os  animais entram em pânico pelo espocar dos fogos, especialmente rojões.

Dezenas de mortes, enforcamentos nas correntes, fugas desesperadas, quedas de janelas, auto-mutilação, distúrbios digestivos acontecem na passagem do ano, porque o barulho excessivo  para os cães é insuportável, muitas vezes enlouquecedor.

Muitos cães atravessam portas de vidro, batem a cabeça contra as paredes ou grades, brigam com outros animais com os quais convivem, caem de andares altos, sofrem paradas cardiorespiratórias, e também se afogam em piscinas.  

Há também casos de fugas seguidas de  atropelamentos. Vários desses casos foram relatados por proprietários desesperados à Ong Defesa da Vida Animal, logo após a passagem do ano. Gente que perde seus animais de estimação,  em questão de minutos, de forma trágica.

É difícil impedir que comemorações barulhentas aconteçam. Mas é importante que cada vez mais as pessoas tenham noção de que a diversão de alguns pode representar  danos irreversíveis  a centenas de animais.

Sem contar, que o homem é também vítima quando há falhas na fabricação dos fogos ou seu uso errôneo. O  grande número de acidentes que ocorre em datas festivas, atingindo adultos e crianças, é bem significativo. Mas apesar das  estatísticas desfavoráveis, esse costume persiste, aumentando, ano a ano, a produção desses verdadeiros artefatos de guerra.

O que proponho hoje é uma reflexão sobre os reais benefícios de comemorações barulhentas. Será que todos gostam ? Será que os idosos e doentes aprovam ? Será que os donos de animais sentem-se felizes com os transtornos trazidos aos seus bichos de estimação ? 

Deixamos claro que não somos contra o espetáculo pirotécnico com bonito efeito de luzes e barulho reduzido. Mas abominamos os fogos que só geram estrondos,  que provocam riscos de mutilação ou morte  aos seres humanos e tornam-se instrumentos de  tortura aos  animais. Não seria a hora de se rever costumes insanos ?

Benedito Furtado
Vereador – PSB
Presidente da Ong Defesa da Vida Animal