Odair questiona governo do estado de contruir pontes em Santos

Para vereador, projeto carece de melhor análise

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"Para vereador as obras são necessárias, mas faltam análises e projetos consistentes"

Na sessão da Câmara Municipal de Santos do último dia 22, Odair Gonzalez (PR) proferiu discurso questionando a proposta do Governo do Estado de São Paulo de construir duas pontes em Santos, no Valongo e outra na Ponta da Praia. Para o vereador santista os anúncios criam expectativa  e fazem parte de marketing, diante da campanha eleitoral de 2010.

"Estamos reivindicando essas obras há muitos anos. Mas, toda vez que se aproxima uma eleição, ou para Presidente da República ou para Governo do Estado, vem as pessoas aqui na Baixada Santista, como se fossem um bando de tolos ou imbecis, e falam assim: olha, a ponte agora vai sair. O VLT agora vai sair. O VLT já foi VLP, e agora vai para a Ponta da Praia, para o Valongo, para a praia. Aí vem um que diz que é subterrâneo, outro que é para cima, enfim, vamos ficar nessa discussão envolvendo a Câmara, toda a comunidade, sabe-se lá até quando. Eu não gostaria de ter certeza, mas me parece que, pelo andar da carruagem, acabaram as eleições, acabaram as discussões. Aí vai se voltar para o projeto, que não é uma obra prioritária, que custa 500 bilhões de dólares, que vamos precisar de parceiros. Eu já discuti isso. Temos que ver o parceiro, temos que ver o pedágio como vai ficar. O Governo do Estado tem outras prioridades. Agora, temos que voltar a dar prioridade para os remédios. Tiramos os remédios lá atrás, está morrendo muita gente, vamos tirar o dinheiro da ponte e comprar remédio. Então começa essa discussão. Não que o remédio seja prioritário; ele é. Mas não venha tirar o remédio agora dizendo que vai construir ponte, e que vai atingir grande massa da população com essa ponte que é a grande inspiração da Baixada", discursou Odair Gonzalez.

Abaixo o discurso do vereador Odair Gonzalez que também pode ser lido no site da Câmara www.camaradesantos.sp.gov.br.

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e-mail: odairgonzalez@camarasantos.sp.gov.br
Assessoria de Imprensa
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DISCURSO FEITO POR ODAIR GONZALEZ NA SESSÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTOS, DIA 22/06/2009.
 
VEREADOR ODAIR GONZALEZ
Sr. Presidente, tinha alguns trabalhos para apresentar, mas deixarei para a próxima sessão. Quero discutir duas questões que me incomodam. (...)
(...) Senhor Presidente, uma outra comunicação. Vimos estampado no Jornal A Tribuna no sábado, que a cidade será premiada com a construção de duas pontes. Agora teremos duas pontes: uma na Ponta da Praia e uma no Valongo. Olha, eu estou achando que vamos ter um túnel também. Duas pontes e um túnel. Eu já vi esse filme antes.
Eu já participei de algumas audiências públicas e quando falam: De onde sai a ponte? Há, a ponte sai dali. Dali da onde? De que rua? Quais os imóveis que serão desapropriados? Que espaço vai ter? Que vai ser ocupado da parte insular, da parte territorial? Que altura vai ter essa ponte? Quantos metros vai ter de cumprimento? Qual vai ser o impacto que vai causar na cidade? Nenhum técnico soube responder. Tivemos uma audiência para falar sobre o VLT, uma grande obra que está sendo anunciada pelo Governador José Serra, pelo menos pelos seus auxiliares, e vem aí um VLT que ele fala que vai sair do Barreiros e até o Valongo. Mas qual será o trajeto? Vamos passar no centro da Avenida Francisco Glicério. Mas o senhor conhece a Avenida Francisco Glicério? O senhor sabe aonde ela começa? Vai passar pelo meio do Orquidário? Por cima do morro? Por baixo? Tem túnel que comporta isso? Vai desapropriar prédios? Há, nós não sabemos. E não sabem mesmo.

Então eu vejo que esses anúncios de obras, ficaríamos muito contentes. Estamos reivindicando essas obras há muitos anos. Mas, toda vez que se aproxima uma eleição, ou para Presidente da República ou para Governo do Estado, vem as pessoas aqui na Baixada Santista, como se fossem um bando de tolos ou imbecis, e fala assim: olha, a ponte agora vai sair. O VLT agora vai sair. O VLT já foi VLP, e agora vai para a Ponta da Praia, para o Valongo, para a praia. Aí vem um que diz que é subterrâneo, outro que é para cima, enfim, vamos ficar nessa discussão envolvendo a Câmara, toda a comunidade, sabe-se lá até quando. Eu não gostaria de ter certeza, mas me parece que, pelo andar da carruagem, acabaram as eleições, acabaram as discussões. Aí vai se voltar para o projeto, que não é uma obra prioritária, que custa 500 bilhões de dólares, que vamos precisar de parceiros. Eu já discuti isso. Temos que ver o parceiro, temos que ver o pedágio como vai ficar. O Governo do Estado tem outras prioridades. Agora, temos que voltar a dar prioridade para os remédios. Tiramos os remédios lá atrás, está morrendo muita gente, vamos tirar o dinheiro da ponte e comprar remédio. Então começa essa discussão. Não que o remédio seja prioritário; ele é. Mas não venha tirar o remédio agora dizendo que vai construir ponte, e que vai atingir grande massa da população com essa ponte que é a grande inspiração da Baixada.

Então, precisamos estar atentos porque aqui não mora nenhum imbecil. Todos sabem o que acontece aqui. Já sabem discernir o discurso eleitoreiro, que visa apenas ganhar as manchetes dos grandes jornais e dos grandes órgãos de comunicação. Nós temos que separar isso. Saber quais são as reais intenções do Governo do Estado. Ora, se for verdadeiro, estamos apoiando o governo. Queremos que de fato isso aconteça. Queremos estudos sérios. Não que um técnico vá para o computador e desenhe o trajeto que vai de Barreiros – passa uma fita azul – e vai até o Valongo. Vem com o mapa e fala que vai daqui até aqui. Tá bom. Mas sabem onde estão essas ruas que vão cruzar? Já sabem os equipamentos que vão ter que desocupar? Já sabem quantos prédios terão que ser desapropriados? Não sabem.

Então é preciso que se pare com este assunto e quando voltar, que se volte com detalhes do projeto, detalhes de custo, de desapropriação, detalhes de impacto. Ruas corretamente mencionadas. Não a Rua Glicério, o Bairro do Barreiros. Coisas genéricas que as pessoas estão falando e não sabem nem onde estão se situando. Então Senhor Presidente, essa era a segunda comunicação que eu queria fazer essa noite.

Senhor Presidente, eu tenho mais uma só para concluir. Sou presidente da Comissão que trata do Bairro da Pompéia. Eu, Vereador Roberto de Jesus, Vereador Marcelo Del Bosco, Hugo Duppre e o Vereador Benedito Furtado. Dia 04 de abril, nós protocolamos junto à Secretaria de Saúde uma solicitação de audiência ao Secretario de Saúde. No meio do mês de maio, eu, o Vereador Marcus de Rosis e o Vereador Marcelo Del Bosco, estivemos como Senador Magno Malta, senador do Espírito Santo para falar sobre a questão da pedofilia.

O SR. PRESIDENTE MARCUS VINÍCIUS GOMES DE ROSIS – Conclua vereador.

VEREADOR ODAIR GONZALEZ – Para concluir. Isso foi no meio do mês de maio. Não fazia 20 dias que estivemos lá, o Senador que não é candidato a nada no Estado de São Paulo, e é do Espírito Santo, não é candidato a Governador do Estado, não é candidato a Presidente da República. Já me ligou três vezes. Ao Vereador , Marcus de Rosis ligou outras tantas, e ao Vereador Marcelo Del Bosco outras tantas. Um Senador da República ligou três vezes em 20 dias para dar uma satisfação de uma CEV que estamos querendo montar aqui e que ele tem uma CEI no Brasil. Pois bem, o Secretário de Saúde que recebeu esta solicitação no dia 04 de abril, acabou o mês de junho e ele não deu uma satisfação, um retorno. Ele não sabe nem se vai receber a CEV. E nós estamos aqui. A comunidade nos comunica, nos cobra, quer cobrar ações. E o nosso trabalho vereador? E a nossa policlínica? E a nossa conversa? Estou esperando o Secretário de Saúde e a resposta não vem. Sou amigo dele, não estou fazendo nenhuma crítica dele. Só estou querendo o retorno. A Comissão de Vereadores quer um retorno, a Câmara quer um retorno, os munícipes querem um retorno. É a comunidade envolvida que exige retorno. Para mim, pessoalmente, ele não precisa me receber pessoalmente pois não quero falar nada. Eu quero falar é do Bairro da Pompéia através da comissão que foi instalada para isso. E o retorno Senhor Presidente, infelizmente, não veio. Vou montar aqui uma CEI junto com o Senador Magno Malta e vamos resolver o problema da Pompéia, do Estado de São Paulo, porque se depender das autoridades daqui, não sai nada Senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE MARCUS VINÍCIUS GOMES DE ROSIS – A Comunicação de V. Exa. será devidamente registrada.

VEREADORA TELMA DE SOUZA – Peço a palavra pelo artigo 68.

O SR. PRESIDENTE MARCUS VINÍCIUS GOMES DE ROSIS – Gostaria neste momento de me solidarizar com o Vereador Odair Gonzalez e que ele encaminhe à liderança do governo e a este presidente. Porque representando o Poder, no momento em que não recebe um vereador desta Casa, está desrespeitando o Poder como um todo. Vamos tomar previdências neste sentido