Em reunião realizada na última terça-feira, dia 3/6/08, ao meio-dia, em edifício em frente da obra localizada no n° 50 da Rua Álvaro Alvim, no Embaré, moradores dos imóveis situados ao redor da construção rejeitaram a retomada das operações dos bate-estacas, após exposição de motivos das construtoras responsáveis.

A reunião foi intermediada pela Cev dos Impactos dos Grandes Empreendimentos, da Câmara Municipal de Santos, presidida pela Vereadora Cassandra Maroni Nunes, e teve a presença de dezenas de moradores, além de outros representantes do Legislativo. O encontro havia sido marcado na Câmara, na última quinta-feira, quando moradores e construtoras discutiram alternativas de minimizar os enormes transtornos que a obra vem causando à vizinhança. Mais uma vez, não houve a presença de representantes da Prefeitura.

Representantes das empresas haviam se comprometido a avaliar os estragos nos imóveis afetados, visando reparação imediata dos prejuízos e prevenção de acidentes. Também, foi combinada uma trégua na operação dos bate-estacas, até a reunião de hoje, quando seria anunciado se seria possível mudar a tecnologia de execução das fundações. Além disso, as construtoras fariam levantamento dos casos de abalo da saúde de vizinhos e estudariam a possibilidade de hospedagem em hotéis da cidade, enquanto os transtornos durassem.

Mas a alternativa técnica não foi apresentada na reunião de hoje e as empresas pediram até sexta-feira para que isto ocorresse. Contudo, foi informado que a cravação de 23 estacas, cujo processo já havia sido iniciado, deveria ter continuidade, pois seria inviável a interrupção e mudança de tecnologia nestes casos. O prazo anunciado para este trabalho foi de dez dias, para os quais o horário de operação dos bate-estacas poderia ser reduzido. As construtoras anunciaram, também, que o levantamento técnico dos estragos nos imóveis vizinhos já havia sido iniciado e amanhã começaria o cadastramento dos casos de problemas de saúde.

Mas a reação dos moradores foi veemente e unanime: não há mais como suportar os abalos e ruídos provocados pelos bate-estacas, iniciados há mais de cinco meses. Unidos, os presentes acenaram com a possibilidade de ingresso imediato de representação no Ministério Público, ou até mesmo de uma ação judicial direta, contra os responsáveis pelas obras. Quanto ao levantamento dos danos, não houve oposição, pois são inúmeras as situações de risco na vizinhança e todos cobraram celeridade nos reparos.

A possível remoção de moradores para hotéis, também enfrentou resistências, pois alguns moradores possuem filhos matriculados em escolas próximas, outros têm idade avançada e sofreriam muito com a mudança. Há também casos de proprietários de animais de estimação. Portanto, no processo de cadastramento das famílias, assistentes sociais vão avaliar caso a caso e propor uma solução negociada.

Quanto à retomada do estaqueamento, nova reunião foi marcada para a próxima quinta-feira, dia 5/6, às 11 horas da manhã, no edifício de n° 41 do mesmo logradouro. Na oportunidade, os representantes das empresas deverão informar quais medidas serão adotadas, face o grau de abalo físico e psicológico provocado na vizinhança.

Ao término da reunião foi eleita comissão de moradores que deverá acompanhar os trabalhos das construtoras até a próxima reunião e servir de interlocutora com o restante dos moradores.

Para Cassandra, apesar da omissão do Executivo, “é estimulante ver a população exercendo sua cidadania e lutando pelos seus direitos”. A vereadora espera que este movimento sirva de exemplo para outras áreas da cidade igualmente afetadas por grandes obras e para que os demais vereadores reflitam acerca dos seus impactos, dedicando-se a procurar soluções no campo legislativo. “A qualidade de vida da população deve ser prioridade da Câmara, que deve estar em sintonia com a sociedade e defendê-la nas situações como as que vivem os moradores da área afetada pela obra da rua Álvaro Alvim”.

Assessoria da Vereadora Cassandra Maroni Nunes – PT/Santos
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