Guardas municipais confirmam assédio moral

Eles depuseram na Comissão de Inquérito que apura denúncias

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Dois guardas municipais – Daniel Lopes dos Santos Cubells e José Roberto Laurindo dos Santos – que depuseram nesta terça-feira (dia 8 de novembro) na Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura denúncias de supostos abusos moral e sexual, relataram aos vereadores episódios de assédio e violência cometidos por um inspetor da corporação. Eles confirmaram as denúncias publicadas na imprensa e reiteraram as informações prestadas anteriormente à Corregedoria da Secretaria Municipal de Segurança.

Os dois GMs contaram que o superior humilhava seus subordinados com xingamentos e que atirava neles com armas de airsoft, que disparam balas de plástico e não são de uso da Guarda.

“Uma delas atingiu minha cabeça”, contou Daniel. Há mais de 19 anos na corporação, ele trabalhou com o inspetor no canil da GM durante três meses. Tempo suficiente para que também fosse vítima das atitudes do superior. “Ele saía da sala e atirava. A gente corria e se escondia porque aquilo machuca. As vezes ele ria”.

José Roberto, há mais de três anos na corporação, reforçou as denúncias de maus-tratos e ofensas por parte do chefe do canil. Segundo o GM, o inspetor chamava os guardas de “lixo e vagabundo”. Ele também confirmou que o superior atirava contra os subordinados. “Do nada ele aparecia e dava tiro em todo mundo. Para ele é uma brincadeira, mas eu considero uma agressão”.

As armas de airsoft, ainda segundo José Roberto, chegaram a ficar expostas na parede da sala do inspetor. A foto de uma delas foi mostrada aos depoentes, que reconheceram o equipamento. A imagem integra documentação da Comissão Permanente de Inquéritos e Sindicâncias (Cominq) da Prefeitura encaminhada à CEI.

No total, conforme declarações dos guardas, seis GMs foram vítimas de assédio moral dentro do canil. Além do superior, eles relataram que uma guarda que era protegida pelo inspetor também tinha atitudes arrogantes com os demais.

Abuso sexual

Questionados sobre o suposto episódio de abuso sexual envolvendo o mesmo superior e uma guardiã-cidadã que trabalhava no canil, os guardas disseram que não presenciaram nada, mas que ouviram relatos do caso.

Próximos depoimentos

Presidente da CEI, o vereador Reinaldo Martins (PT) marcou para o dia 17, às 14h30, os próximos depoimentos. Mais dois guardas municipais devem ser convocados. A comissão tem prazo de 60 dias para apurar as denúncias e apontar responsabilidades.

Do depoimento desta terça-feira participaram também os vereadores Adilson Junior (PT), Antonio Carlos Banha Joaquim e Manoel Constantino (PMDB), Arlindo Barros e Sadao Nakai (PSDB), Braz Antunes Mattos Neto (PPS), Odair Gonzalez (PR) e Valdir Nahora (PSB), que integram a comissão.

Os vereadores Cassandra Maroni Nunes (PT) e Geonísio Pereira Aguiar (PMDB) também acompanharam os depoimentos. Todos puderam fazer perguntas aos depoentes.

Assessoria de Imprensa
Câmara Santos
3211-4145