Furtado quer revisão do plano da ponte estaiada

Vereadores questionam projeto do Governo do Estado

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A decisão do Governo Estadual em construir uma ponte estaiada ligando Santos a Guarujá, ou mesmo o plano anterior que previa um túnel pré-moldado submerso, ambos restritos apenas ao turismo, não está sendo bem aceita pela Câmara Municipal de Santos. Requerimento de autoria do vereador Benedito Furtado (PSB) subscrito por vários vereadores foi aprovado na sessão do último dia 28/05/09, questionando vários aspectos desse projeto.

O documento pede ¨uma reflexão mais profunda do  governador José Serra sobre o assunto", assinalando "que o perfil da obra não pode estar restrito apenas a veículos leves, ônibus e ciclovia, e sim contemplar os interesses globais da cidade e da região ¨.

O vereador garante que há  muitos setores que  não estão entusiasmados com  a opção, anunciada  no último dia 19 de maio pelo Secretário do Estado de Transportes,  Mauro Arce, aos prefeitos e secretários dos Municípios de Santos e Guarujá.

Diz o requerimento : É estranho que um projeto de R$ 500 milhões,  com previsão de ser viabilizado até 2012,  não contemple a principal atividade econômica de Santos, que é o Porto havendo vagas promessas de uma segunda ligação submersa futura para atender  o tráfego pesado.  Não foi analisada nessa opção, a urgente necessidade de se fazer a efetiva integração de Santos insular com a área continental, região que vive à margem do progresso, e que representa o único caminho para o crescimento do Município.

O vereador lembra que Santos possui  área total   de 271 km2, mas apenas 39,4km2 estão na parte insular, enquanto 231,6km2 se situam  na área continental. E conclui ¨mesmo que 150km2 (55,71%) estejam dentro de área de preservação ambiental, sobra ainda  muito espaço para empreendimentos sustentáveis, que não agridam o meio-ambiente,  para instalação de projetos habitacionais e implantação de serviços que hoje não existem naquela região semi-abandonada. Mas para que isso aconteça é fundamental a ligação seca entre a ilha e o continente.

Presidente da Cev que acompanha as reivindicações da área continental junto aos setores da administração,  e presidente da CEV criada para acompanhar todo o processo da construção da ligação entre Santos e Guarujá, Furtado explica que a ocupação ordenada da área continental não merece questionamentos. ¨O que se questiona é a instalação, por exemplo,  de empreendimentos portuários  esses sim, passíveis de degradar o meio-ambiente, rios,  matas e a fauna ali existentes¨.   

Furtado analisa ainda que a prioridade dada ao projeto de ponte estaiada parece ter sido a da criação de mais um marco arquitetônico - inegavelmente de grande beleza -   na Ponta da Praia, mas pondera que a nossa região já é repleta de marcos naturais belíssimos.   

Além do fato da ponte não contemplar o transporte pesado e nem priorizar o desenvolvimento da área continental, Furtado diz que pedestres e ciclistas já estão se manifestando de forma contrária, em sites na Internet, em relação à extensão da ligação (a  distância entre as margens, hoje de 500 metros passaria com a ponte  a quase 3 km, havendo ainda a inevitável  cobrança de pedágios extorsivos). 

¨A Codesp também já se posicionou informalmente sobre o empreendimento, deixando claro que a palavra final cabe à Autoridade Portuária. Devem ser consultados usuários do Porto, já que a entrada do canal de navegação do complexo marítimo passará a ter um limite aéreo para os navios¨.

Foi analisado ainda que o projeto preliminar prevê ponte com vão livre de 70 metros na altura do centro da estrutura, o que conflita  com o porte  de alguns navios de passageiros, que chegam a 62 metros de altura, como é o caso dos  transatlânticos Mágica e  Concordia, da Costa Cruzeiros,  e com embarcações que transportam  equipamentos portuários montados, tais como portêineres que chegam a 80 metros. E deveria prever estruturas ainda mais altas, que inevitavelmente surgirão no futuro.

Furtado lembra que não pode ser esquecido no planejamento desta obra o projeto do VLT – Veículo Leve sobre Trilho, que deve integrar Bertioga a Peruíbe. Ele entende que a relação entre os dois empreendimentos deve estar prevista no projeto da ligação seca entre Santos e Guarujá.

Por essa razão conclui que todos os prefeitos da Baixada Santista devem ser consultados sobre os detalhes de qualquer ligação seca entre Santos e Guarujá,  assim como a sociedade deve ser ouvida, empresários, moradores da área continental, Codesp, usuários do Porto. ¨Essas audiências públicas são fundamentais e devem  ser amplamente divulgadas¨.

Vereador Benedito Furtado (PSB)
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