Executivo recebe título de Cidadão Santista

Benedito Furtado é autor da homenagem

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Discurso de saudação a Mártin Aron

“São qualidades fundamentais aos homens de sucesso: o talento, a criatividade, o trabalho com paixão, de preferência naquilo que se gosta. Os líderes relacionais são atualmente os mais procurados no mercado já que são aptos a influenciar sua equipe a trabalhar entusiasmada para o alcance das metas estabelecidas”.

O pensamento é do conferencista e escritor norte-americano John Maxwell – uma das maiores referências em carreira e liderança no mundo.   

Todos sabemos que o líder do passado enxergava os subordinados única e exclusivamente como ferramentas e recursos para o alcance de metas.

Hoje o verdadeiro líder é aquele que ouve e respeita sua equipe, contribuindo para o desenvolvimento de pessoas e construindo relacionamentos duradouros.

No momento que estamos aqui reunidos para homenagear o executivo da área portuária, Mártin  Aron,  diretor de relações institucionais da Libra Terminais, merece especial referência as  marcas de sua personalidade,  perfeitamente integradas ao perfil de um líder moderno.  

Elogios partem de companheiros de trabalho e amigos,  que não têm dúvidas de que Mártin reúne as  qualidades de líder, além de ser  ético, humano e preocupado  com as questões sociais, ambientais e com o crescimento sustentável do País. 

Além da paixão que tem pelo porto de Santos, trabalhando com entusiasmo e criatividade num setor complexo e cheio de desafios, sabe cultivar bons relacionamentos em sua área de atuação. 

Lideranças sindicais reconhecem que Mártin age com transparência nas negociações das quais participa há mais de uma década,  costurando com muita  sabedoria e sobriedade  as delicadas relações entre capital e trabalho. É reconhecido como ¨aquele que cumpre a palavra empenhada¨

Junto à empresa que trabalha, há 12 anos, é também incentivador dos principais projetos voltados às áreas social e cultural, por meio de patrocínios, entre os quais o projeto Arte no Dique, destinado às crianças e jovens de áreas menos favorecidas da Zona Noroeste, manutenção da Pinacoteca Benedito Calixto e colaboração ao Instituto Neo Mama.

Mártin nasceu em S. Paulo em 1945, é filho de imigrantes que chegaram ao nosso país, na primeira metade do século passado.     O pai Hermann Aron, judeu alemão, chegou ao Brasil em 1937, num dos últimos navios com imigrantes judeus que conseguiram escapar da perseguição nazista.

Sua mãe, Hendla Aron, veio de Varsóvia, Polônia, em 1931, quando tinha 17 anos, trazida pelo irmão mais velho que já morava em S. Paulo, onde mantinha uma pequena indústria.

Dos pais herdou os exemplos de luta, integridade e simplicidade. 

Ao lado da irmã Sophia e dos pais, passou os primeiros 9 anos de sua vida  numa pequena Vila,  de 20 casas, no bairro do  Brás, em S.Paulo,   onde moravam outras famílias de  alemães, sírios e italianos, numa salutar miscigenação de culturas.  A convivência com italianos influenciou seu gosto pelo cinema.  É apaixonado pelos filmes italianos dos bons diretores da velha guarda.   

Da infância e da adolescência revela algumas boas lembranças, como a paixão pelo futebol de várzea, praticado às margens do Rio Tietê. ¨Vendia rifas para conseguir comprar os jogos de camisa para nosso time¨, relembra. 

Aos 14 anos conseguiu seu primeiro emprego como office-boy e desde então não parou mais de trabalhar. Aos 16 anos obteve o primeiro registro profissional, na função de cronometrista na Fábrica de Brinquedos Estrela, passou por outros empregos, sempre aprimorando seus conhecimentos.

Costuma afirmar que o caráter do líder é formado com o amadurecimento pessoal, com muita reflexão, e livrando-se da tentação do autoritarismo. ¨Liderança não se outorga. Se conquista”. ¨Quando o poder é entregue para quem não está preparado há o risco de prevalecer o autoritarismo¨.

No seu entender, o verdadeiro líder conquista os subordinados pelo exemplo. ¨Quem usa a  força, nunca terá uma equipe¨, sentencia.

Casou-se com Dona Maria de Lourdes Naufal Aron em 1977. A data, (especialmente o ano do casamento) Mártin diz que nunca esquece porque foi o ano que o Corinthians, time de seu coração, voltou a ser campeão depois de mais de duas décadas sem títulos. Assistiu a memorável vitória ao lado da esposa, no Morumbi.

Dez anos depois, aos 42 anos, ganhou outro presente inesquecível, um dos mais belos de sua vida, nasceu Rebeca que hoje tem 20 anos e sabe que chegou arrasando corações. 

Estudou sempre em escolas públicas. É formado em Economia pela Universidade de S.Paulo, foi dirigente estudantil na época da ditadura militar.

Sem dúvida essa experiência, no combate a um regime opressor, na defesa da democracia e das liberdades individuais, também ajudou moldar seu caráter, inclusive na busca de relações mais justas entre o mundo empresarial e os trabalhadores. 

Mártin é membro do Conselho Fiscal da CODESP, onde tem atuação destacada. Recentemente passou a fazer parte do Conselho Consultivo regional da Ciesp-Fiesp.

No setor logístico e portuário atua desde 1986, tendo exercido as atividades de consultor e sócio proprietário da CPE – Consultoria, Projetos e Estudos, no período de 1990 a 1996. Nesse período trabalhou ao lado da esposa.  

Entre 1981 a 1985 foi Coordenador de Projetos do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de S. Paulo, junto à Secretaria de Indústria, Comércio, Ciências e Tecnologia do Estado de S. Paulo.

Sua larga experiência profissional também se estende a projetos de infra-estrutura para aeroportos. Como assessor da presidência da Hidrosérvice -, quando ainda era muito jovem, participou dos projetos do Aeroporto Internacional do Galeão (atual Tom Jobim) e do Aeroporto Internacional de Manaus.

Entre as atividades docentes, palestras e seminários, fez inúmeras exposições para o Centro de Estudos de Licitações e Contratos, tendo em vista sua especialização em matérias de licitações contratos e de formação de preços. 

Também se destacou como palestrante em seminários internos de diversas empresas como Petrobrás, Vale do Rio Doce e  Petroquímica União.

Fátima Borges, que durante 10 anos trabalhou ao seu lado na Libra Terminais, destaca nosso homenageado como profissional equilibrado, de excelente caráter e com desempenho surpreendente. Segundo ela ¨Ele  não se preocupa apenas com as questões portuárias como também com o desenvolvimento da comunidade¨ 

E completa ¨Há pessoas que se diferenciam das outras por suas atitudes educadas, inteligentes, humanas, profissionais, amigas. Porém existem ainda aqueles que conseguem reunir todas essas atitudes em pequenos gestos. Mártin Aron é um deles¨.

Sua esposa Dona Maria de Lourdes garante que é figura  suspeita, mas define  o marido como  um homem ¨especial¨  Juntos há  30 anos ,  diz que  o que mais admira no companheiro é o fato de ser um pai extraordinário. 

Dona Lourdes lembra a face de paizão, como um dos encantos do marido: ¨Ele inventava e contava histórias infantis, brincava  de lojinha, rolava  no tapete com a filha e até compôs   uma  bem humorada canção de ninar para Rebeca¨. 

E desafia :

“Quem sabe ele até se arrisque e cante essa música hoje”.
 
Na descrição da esposa, Mártin é um homem íntegro, tímido, calado, mas preocupado com o que acontece no Brasil e no mundo. Lê muito, sobretudo biografias e livros históricos.  Gosta de todos os tipos de esportes.  Adora futebol, golfe, tênis, mas prefere, nas atividades físicas, realizar longas caminhadas na orla da praia.

É fã dos bons compositores da MPB como Chico Buarque, Tom Jobim, João Gilberto, Geraldo Vandré, e da dupla Toquinho e Vinícius, que marcaram sua juventude, e até hoje se emociona quando houve a  ¨Valsa para uma Menininha¨, de Toquinho, que cantava para a filha.

Nosso homenageado também tem algumas excentricidades. É torcedor do Corinthians mas gosta do Santos e é  fã incondicional de Pelé. Chegou a dar para a filha uma camisa assinada pelo atleta do século.

O grande amor que tem pela nossa terra, vai além do futebol, das belezas naturais, da riqueza histórica, da qualidade de vida, e logicamente, de sua gente. Tem verdadeiro fascínio pelo Porto e é nesse segmento que enxerga o coração da Cidade, de extraordinária vitalidade e totalmente diferente de qualquer porto do mundo.

 ¨Quem não conhece o porto de Santos, não conhece porto no Brasil¨, ensina Mártin.  

E é justamente pela contribuição que vem dando para o desenvolvimento das atividades portuárias, pelo seu espírito empreendedor, pela conduta íntegra, pelos inúmeros amigos que conquistou na Cidade, além de serviços prestados à comunidade, que esta Casa presta esta justa homenagem a Mártin Aron, concedendo-lhe o título de cidadão santista.

Que Deus abençoe esse filho de imigrantes que soube conquistar nossa Cidade e nossa gente. 

BENEDITO FURTADO
Vereador - PSB