Citando o ex-líder soviético Mikhail Gorbachev, o vereador professor Reinaldo Martins (PT) afirmou, na sessão de segunda-feira (dia 28), que o Estado (Prefeitura) peca em querer controlar demais o cotidiano dos munícipes, a partir de leis ineficazes. A reflexão foi feita na discussão de um projeto do vereador Sadao Nakai (PSDB), no qual sugere o fornecimento de crachás aos trabalhadores que entregam panfletos nos semáforos.
 
“Sempre imaginei a sociedade nos moldes que pregava o Partido Comunista – no qual tive minha origem política –, e na visão de um cara chamado Gorbachev, que começou a fazer a conhecida Perestróica, para acabar com o controle extremo do Estado sobre cada passo do cidadão. Penso que esta Casa corrobora com a criação excessiva de leis que envolvem a vida cotidiana, situações que a Prefeitura não deveria cuidar”, disse Reinaldo.
 
Ainda de acordo com o vereador, as abordagens nos semáforos e nas ruas é um problema que engloba o nível de renda e a cultura da população e “não será o uso do crachá que vai regular a atividade”, emendou Reinaldo, referindo-se também aos indivíduos que pedem dinheiro. “Daqui a pouco, um cidadão que for pedir esmola vai precisar de crachá”, completou o parlamentar.
 
No caso da esmola, Reinaldo disse ser a favor da propaganda da Prefeitura que sugere a oferta de ajuda ao invés de esmola, embora considere insuficiente. “Muitos pedintes são estelionatários ou exploram seus filhos nessa prática, mas fica a critério de cada um, dá quem quer. Ou seja, cai no conto do vigário quem quer, e não é a lei que impedirá isso.”
 
A proposta de Sadao altera uma lei de 1995, sobre a distribuição de panfletos no município. Na opinião de Reinaldo, essa norma deveria ser abolida, levando-se em conta que não há uma fiscalização por parte do Poder Público a essa atividade. 

“Vamos tentar colocar em prática uma lei que vai continuar sendo desobedecida, ou seja, vamos criminalizar uma atividade que existe e existirá independentemente de nossa vontade, ou só deixará de existir quando mudar a situação econômica das pessoas. É melhor aderir à visão do Gorbachev”, finalizou Reinaldo.
 
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