A vereadora Cassandra Maroni Nunes (PT) criticou a contratação de atletas de outras cidades para representarem o Município em competições como os Jogos Aberto do Interior. Pagos com dinheiro público e sem terem vínculo com a região, essas pessoas apenas vestem a camisa de Santos durante as competições, e não trazem retorno na formação de novos atletas da Cidade.
“Qual é o significado de trazer um atleta já formado de outra cidade para representar Santos. Para Santos aparecer artificialmente? A gente dignifica o nome da Cidade apresentando um trabalho de formação pelo esporte nas escolas, nos clubes. Formando caráter e disciplina através do esporte. Essa história de ganhar (campeonatos) a qualquer custo não tem sentido. E isso significa pagar com dinheiro público pessoas que não têm vínculo com Santos. Nós estamos falando de investimento público em esporte amador”.
A crítica foi feita na sessão de segunda-feira (dia 28) durante o debate de um requerimento apresentado pelo vereador Sadao Nakai (PSDB). Nele o parlamentar solicita informações (nome, modalidade esportiva, valor da bolsa Adote um Atleta de cada um, e cidade e estado de origem) sobre os Jogos Abertos do Interior de 2010, edição realizada em Santos.
Esta não é a primeira vez que Sadao solicita as informações. Em novembro do ano passado, um requerimento do paralmentar pedia a Fundação Pró-Esporte de Santos (Fupes) relação completa dos atletas contratados para a disputa dos Jogos Abertos do Interior. No entanto, como resposta recebeu apenas um ofício alegando que devido a quantidade de atletas a documentação poderia ser verificada no arquivo da Fupes.
Indignado, Sadao reclamou em plenário e recebeu do presidente da Fupes, Rogério Sampaio, pedido de desculpa. Além disso, foi enviado ao parlamentar documento com a suposta resposta ao seu requerimento. Mais uma vez, não se tratava do que foi solicitado.
Diante do exposto, Cassandra sugeriu a criação de uma Comissão de Especial de Inquérito (CEI), uma vez que “o acesso às informações está sendo dificultado”.
Conforme o artigo 58, inciso XVIII da Lei Orgânica do Município, compete ao Executivo “prestar, à Câmara, obrigatoriamente, dentro de quinze dias, informações sobre qualquer matéria solicitada, inclusive fornecer certidões de inteiro teor de assunto de interesse do Município”.
Cassandra lembrou que “esta não é a primeira vez que nós temos um conjunto de indícios de irregularidades nesta área. Até quem não lida diretamente com o tema, como eu, tem recebido denúncias”, principalmente no programa Adote um Atleta. Dessa forma, a criação de uma CEI obrigaria ao Executivo responder, por exemplo, como são definidos os atletas adotados pelo programa, já “que não há critérios objetivos”, e a diferença de bolsas pagas a essas pessoas.
“Quando quiserem propor a criação de uma Comissão de Inquérito para averiguar os indícios de irregularidades e para obter dados que estão sendo dificultados ou negados, contem com a minha adesão”, disse Cassandra aos vereadores.
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