Especialistas debatem medicalização na educação

Audiência pública acontece hoje

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A tendência crescente de interpretar como "distúrbios" de saúde problemas não médicos enfrentados na área da educação será tema de audiência pública promovida pela Comissão Permanente de Educação, da Câmara Municipal de Santos, hoje (dia 6), às 19 horas, na Sala Princesa Isabel, no Paço Municipal, à praça Mauá, s/nº.

As professoras Marilene Proença Rebello de Souza, da USP, e Maria Aparecida Affonso Moyses, da Unicamp, são as convidadas para tratar do tema \'Medicalização de Crianças e Adolescentes: Desafios para Políticas Públicas\'.

A Comissão de Educação é presidida pelo vereador Reinaldo Martins (PT) e composta pelos vereadores Marcelo Del Bosco Amaral (PPS) e Geonísio Pereira de Aguiar (PMDB). Reinaldo Martins foi quem propôs a realização da audiência, de acordo com seu propósito de contribuir para que a Câmara de Santos abrigue debates de interesse da sociedade.

Profissionais da área da saúde e da educação lançaram, em novembro de 2010, o Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, durante o I Seminário Internacional \'A Educação Medicalizada: Dislexia, TDAH e e outros supostos transtornos\', realizado em São Paulo.

Esse fórum, de acordo com o manifesto de lançamento, tem por finalidade articular entidades, grupos e pessoas para o enfrentamento e a superação do fenômeno da medicalização, além de mobilizar a sociedade para a crítica à medicalização da aprendizagem e do comportamento. O manifesto obteve a adesão de 450 participantes do seminário e de 27 entidades.

Diz o documento que a sociedade brasileira vive um processo crescente de medicalização de todas as esferas da vida. E define: "Entende-se por medicalização o processo que transforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Problemas de diferentes ordens são apresentados como \'doenças\', \'transtornos\', \'distúrbios\' que escamoteiam as grandes questões políticas, sociais, culturais, afetivas que afligem a vida das pessoas. Questões coletivas são tomadas como individuais; problemas sociais e políticos são tornados biológicos. Nesse processo, que gera sofrimento psíquico, a pessoa e sua família são responsabilizadas pelos problemas, enquanto governos, autoridades e profissionais são eximidos de suas responsabilidades."

Ainda segundo o manifesto, "(...) A aprendizagem e os modos de ser e agir - campos de grande complexidade e diversidade - têm sido alvos preferenciais da medicalização. Cabe destacar que, historicamente, é a partir de insatisfações e questionamentos que se constituem possibilidades de mudança nas formas de ordenação social e de superação de preconceitos e desigualdades."

Para ler a íntegra do manifesto, acesse esta página na internet: http://www.crpsp.org.br/medicalizacao/manifesto.aspx

Marilene Proença Rebello de Souza 

Marilene Proença Rebello de Souza é graduada em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Realizou Mestrado, Doutorado e Livre-Docência em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo. É professora Associada da Universidade de São Paulo, coordenadora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Atua na área de Psicologia Escolar e Educacional, pesquisando, principalmente, os seguintes temas: processos de escolarização, políticas públicas em educação, formação do psicólogo e de professores, processos de sala de aula, problemas de aprendizagem e educação, direitos da criança e do adolescente. Coordena o Laboratório Interinstitucional de Ensino e Pesquisas em Psicologia Escolar e é líder dos Grupos de Pesquisa do CNPq "Psicologia Escolar e Educacional: processos de escolarização e atividade profissional em uma perspectiva crítica" e "Literatura, Educação e Diversidade: Interfaces Brasil-Canadá". Membro da Diretoria da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (2002-2012) e Conselheira do Conselho Federal de Psicologia (2010-2012).Realizou estágio Pós-Doutoral na York University, Canadá. É Bolsista Produtividade do CNPq, nível 1D.

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Maria Aparecida Affonso Moyses

Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidadede São Paulo; doutora em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Livre-Docência em Pediatria Social na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. É professora titular em Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Sua atuação em ensino e pesquisa é na área de Atenção à Saúde do Escolar, em especial nos campos de medicalização do comportamento e da aprendizagem, avaliação cognitiva; aprendizagem e desenvolvimento. Coordena o Laboratório de Estudos sobre Aprendizagem, Desenvolvimento e Direitos, no Centro de Investigações em Pediatria da Unicamp. Publicou livros e vários artigos em periódicos científicos das áreas de Medicina, Psicologia e Educação; é autora do livro \'A institucionalização invisível: crianças que não aprendem na escola\'. É membro fundadora do Fórum de Estudos sobre Medicalização de Crianças e Adolescentes. Leia também entrevista da professora: http://www2.gazetaonline.com.br/_conteudo/2010/07/648268-releia+a+entrevista+com+maria+aparecida+affonso+moyses.html

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Beto Paschoalini
Assessor de Imprensa
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