Equipamento poderá ter nome do casal Romiti

Líder do PT sugere projeto com esta finalidade

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Uma homenagem ao casal de médicos santistas, Maria José de Mesquita Romiti e Nedo Romiti, morto tragicamente em julho de 1997, foi sugerida pela vereadora Telma de Souza, líder do PT na Câmara. Telma propôs ao prefeito editar um projeto de lei atribuindo o nome do casal a um equipamento público da área de saúde.
 
Na forma de indicação ao Executivo, o documento foi subscrito pelo presidente da Câmara, Marcos De Rossis (PMDB), e por pelo menos mais um vereador do mesmo partido. “É uma justa homenagem pela contribuição, pelo empenho, dedicação e o histórico de vida destes reconhecidos profissionais da medicina”, afirmou Telma ao defender sua propositura.
 
Veja o histórico do Casal Romiti
 
Maria José de Mesquita Romiti e Nedo Romiti viveram, durante mais de 40 anos, uma verdadeira história de amor entrelaçada com a dedicação comum à Medicina. Ela, de tradicional família mineiro-fluminense, e ele, nascido em Santos, de brava gente da bela Toscana, na Itália, formaram-se na Faculdade Nacional, no Rio de Janeiro, centro de excelência científica e referência para a América Latina.
 
Em sua Turma, Maria José era a única mulher, situação que enfrentou valentemente, superando com elegância os preconceitos da época. Ao estudarem e trabalharem juntos, logo descobriram a afinidade que os uniria para sempre: a concepção da profissão que escolheram, não apenas como uma possibilidade de carreira ou emprego, mas como uma vocação, assumindo o juramento de Hipócrates no seu sentido mais profundo.
 
Este projeto de vida desenvolveu-se em Santos, terra da família Romiti, onde criaram amorosamente os quatro filhos homens com os mesmos valores do trabalho, da educação e da cultura; do respeito e do reconhecimento da dignidade de todo ser humano; da absoluta seriedade com relação aos bens e serviços públicos. Praticaram, sem alarde, mas também sem o comodismo das condescendências, uma ética inabalável, no plano pessoal e profisional.
 
Maria José, médica hematologista e de clínica geral, foi responsável pela criação de núcleos de Hematologia na Santa Casa e na Beneficência Portuguesa. Membro fundador do Colégio Brasileiro de Hematologia, participava de pesquisas, congressos nacionais e internacionais, sem jamais descurar de seus pacientes nas enfermarias, sobretudo das crianças e jovens das camadas mais desfavorecidas da sociedade. Com o flagelo da Aids, dedicou-se mais ainda, na luta cotidiana nos hospitais e na assessoria aos serviços municipais de saúde.
 
Nedo concluiu estudos de especialização em Torino, na Itália de seus pais. Médico cirurgião, conhecido por sua rapidez de diagnóstico, detentor de grande conhecimento clínico e pela excepcional habilidade e eficiência cirúrgica, criador do Serviço de Cirurgia do Tórax, desenvolveu pesquisas para transplantes e outras ousadias científicas. Formou grupos de alunos que o acompanhavam periodicamente em suas visitas nas enfermarias e deixou sua marca, forte, serena e corajosa, tanto na Santa Casa de Santos, quanto na Beneficência Portuguesa, Hospital Guilherme Álvaro, ou nos pronto-socorros onde, até o fim, não deixava de lado seus plantões de atendimento às urgências cirúrgicas.
 
Sofreram uma morte trágica, que evidentemente traumatizou a família, mas também o povo santista - que neles sempre encontrou o tratamento responsável, respeitoso, com a maior dignidade. Em Santos, na casa onde sempre viveram, encontra-se numa placa fixada à entrada principal, o seguinte dizer: “Nesta casa viveram e criaram seus filhos, e com igual dedicação e amor, exerceram sua nobre profissão, Maria José de Mesquita Romiti e Nedo Romiti, médicos. Santos, 23 de julho de 1997”.
 
Maurici de Oliveira - MTB 21503
Assessor de Imprensa
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