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Cultura sofre com a falta de apoio e recursos

Tema foi debatido durante audiência pública

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A ausência de uma política cultural na cidade foi exposta durante a audiência pública Fomento e Diversidade Cultural em Santos, realizada na quarta-feira (16/6), na Câmara Municipal. Presidido pela vereadora Telma de Souza (PT), o encontro foi rico em informações sobre como o setor agoniza e carece de direcionamento político e investimentos.
 
A devolução de dinheiro federal por parte da Prefeitura ao Ministério da Cultura foi alvo de discussão. Ao mesmo tempo, um abaixo assinado com 400 signatários pedindo o funcionamento do Fundo de Assistência à Cultura – Facult circulou na audiência e será entregue ao prefeito. Ninguém da Secretaria de Cultura compareceu. Durante a discussão, o vereador da base do governo, Geonísio Boquinha Aguiar, tentou em vão, agendar um encontro com o prefeito.
 
A lei que regulamenta o Facult é de autoria do professor Reinaldo Martins (PT), suplente de Telma na Câmara, e foi aprovada sob o nº 2.455, em 8 de maio de 2007, após longa consulta a todos os setores interessados. Ainda ontem, na sessão do Legislativo, Telma leu o manifesto de produtores, que “denuncia e repudia acontecimentos que desrespeitam a Constituição Federal no que diz respeito ao direito à cultura”. No documento, vários dados são elencados, confirmando a falta de uma política cultural que permita o acesso à divulgação da produção local.
 
A audiência, na quarta, contou com representantes de diversos segmentos. Compuseram a mesa, Ucho Carvalho, arquiteto, programador cênico e consultor de estilos, o ator e produtor teatral, Júnior Brassalotti, o escritor e crítico literário, Flávio Amoreira, além de Telma, o vereador Geonísio, e Eliana Mattar, representando a Secretaria de Planejamento.
 
Brassalotti, diretor do Festival Curta Santos, abordou a dificuldade em conseguir um dos espaços públicos para agendar espetáculos. “O Coliseu, não pode porque não tem estrutura; o municipal está para começar uma reforma; o Rosinha (Mastrangelo), está abandonado; no Guarany, não se pode cobrar ingresso. Não tem por onde vazar a produção”, afirmou.
 
Ricardo Motta, autor de diversas esculturas na cidade, como por exemplo, o Peixe, na entrada de Santos, falou sobre como suas criações são tratadas com indiferença. Numa delas, o patrocinador mandou instalar uma placa em homenagem ao próprio pai, denunciou. Ele afirmou ter se colocado à disposição para indicar a forma correta de manutenção de algumas delas. Não foi ouvido.
 
Para Flávio Amoreira, Santos, que é de vanguarda, deve decidir qual destino quer para si. “Esta Administração, aliás, aquelas que ocuparam o Paço, nos últimos 16 anos, precisam entender que cultura é commodity, gera lucro e riquezas. Nós queremos ser uma Miami cucaracha?”, ironizou, sobre algumas opções arquitetônicas adotadas.
 
A falta de apoio a eventos como o Festival de Teatro Amador – Festa, Música Nova, Curta Santos, Bienal Nacional de Artes Plásticas, Festival de Cenas Teatrais - Fescete e outros, foi amplamente discutida, mostrando como os organizadores sofrem para mantê-los. Foi abordado ainda o atrelamento do Conselho Municipal de Cultura à Prefeitura, deixando de cumprir sua finalidade original. O músico Maurício Sandália Rayel, sugeriu a aglutinação de todas as demandas e atuação conjunta de todos os interessados.
 
Telma criticou o quadro atual no setor e colocou-se à disposição para encaminhar questões junto ao Executivo. “A minha sensação total e contínua é a de que eles não compreendem, não alcançam o significado do que a cultura representa para a alma humana, para a cidadania, as liberdades individuais, para permitir e estimular o pensamento verdadeiramente revolucionário”, afirmou. Na sessão de ontem, ela apresentou requerimento com pedido de informações sobre o motivo pelo qual a Prefeitura devolveu os recursos federais enviados para a criação de dez pontos de cultura em Santos.
 
Assessoria de Imprensa
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