Construção do muro de contenção, que desabou na Nova Cintra, não seguiu projeto

Secretário de Serviços Públicos deu explicações aos vereadores

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O muro de contenção, construído na Rua Amália Rodrigues, no Morro da Nova Cintra, e que desabou no último sábado (dia 10 de dezembro), é diferente do que estava previsto no projeto original da obra. A explicação é do secretário de Serviços Públicos, Carlos Alberto Tavares Russo, e foi dada aos parlamentares que integram a Comissão Especial de Riscos Geológicos, presidida pela vereadora Cassandra Maroni Nunes (PT).

Russo esteve na Câmara nesta terça-feira (dia 13) para explicar as causas do acidente, que por sorte não deixou vítimas. Segundo o secretário, o projeto original da obra previa muro de contenção escalonado em três segmentos. “Nós projetamos de uma forma e foi feito de outra. Não sei se por pressão do proprietário (de um estabelecimento que fica próximo ao muro construído)”.

Dessa forma, o espaço entre a obra e a encosta pode ter sido preenchido com aterro clandestino, com o objetivo de ampliar área particular, o que Cassandra considerou um desvio de finalidade.

Conforme Russo, o motivo para a mudança do projeto original e a permissão para alteração serão alvo de apuração da Secretaria. “Nós vamos apurar e com certeza vai ter consequências”.

A decisão de construir um muro de contenção naquele ponto foi tomada para evitar escorregamentos de terra na via pública. De acordo com o secretário, a ideia agora é refazer a obra conforme o desenho projetado originalmente. O trabalho ficará sob responsabilidade da mesma empresa contratada para executar o serviço, e não trará novos custos aos cofres públicos.

Russo ainda se comprometeu a avaliar melhor o solo. Ele acatou sugestão da vereadora Cassandra, que é geóloga e visitou o local. Para a parlamentar, o excesso de água (originado principalmente dos telhados das residências) e o acúmulo de lixo em área próxima seriam as causas dos escorregamentos de terra registrados anteriormente. “Esses pequenos escorregamentos poderiam ser estabilizados com obras simples (antes da decisão de construir um muro de contenção), com a condução adequada da água e o retaludamento da encosta”.

Cassandra insistiu que o desvio das águas é necessário e urgente, inclusive, para garantir a segurança do trabalho que será refeito no local.

Funcionário da Defesa Civil, Ernesto Tabuchi, que acompanhou a reunião do secretário com os vereadores, explicou que não foi feito estudo hidrológico específico para o local, mas que já havia solicitação de melhoria na drenagem da Rua Amália Rodrigues.

Técnica e método

Para a vereadora Cassandra, o desabamento do muro na Rua Amália Rodrigues foi emblemático e chama atenção pelo acúmulo de erros. Ela entende que o planejamento de uma obra deve seguir legislação específica, zoneamento da cidade e ter orientação técnica, o que parece não ter ocorrido neste caso. “Preservar vidas exige método e técnica”.

Conforme o secretário, a maioria das obras de muro de contenção nos morros é solicitada pela Defesa Civil, que verifica as prioridades de atendimento. Russo ainda admitiu a necessidade de ter um geólogo no quadro da Secretaria para acompanhar as ações nos morros, o que ajudaria na tomada de decisões.

Reunião

Participaram também da reunião, o chefe do Departamento da Administração Regional dos Morro (Dear-M), Luiz Bezzi Pasquarelli, o engenheiro civil, Jatil Cardim Filho, os vereadores Geonísio Pereira Aguiar (PMDB), Arlindo Barros (PSDB) e Valdir Nahora (PSB) – que integram a CEV - Manoel Constantino (PMDB) e Benedito Furtado (PSB).

 

Assessoria de Imprensa

Câmara Santos

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