Comissão que apura denúncias de abuso na Guarda ouve mais dois depoimentos

Ex-coordenador do canil e uma guarda municipal falaram em sigilo

Compartilhe!

2 curtiram


A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura denúncias de assédios sexual e moral na Guarda Municipal ouviu nesta quinta-feira (dia 1 de dezembro) o ex-coordenador do canil da corporação, apontado como autor de abusos contra seus subordinados, e uma guarda municipal, que seria seu braço-direito. Foram quatro horas de depoimentos a portas fechadas. Os dois optaram por falar com os vereadores em sigilo.

A guarda municipal foi a primeira a depor. Ambos foram inquiridos por vários vereadores. No final da oitiva, o presidente da CEI, vereador Reinaldo Martins (PT), disse que os dois negaram todas as acusações contra eles. “Eles não titubearam. As respostas foram muito claras”

De acordo com cinco guardas municipais e um guardião-cidadão já ouvidos pela CEI, o superior humilhava seus subordinados com xingamentos e atirava neles com armas de airsoft, que disparam balas de plástico e não são de uso da Guarda. Ainda conforme os depoentes, as armas eram guardadas no canil.

Contra o ex-coordenador, há ainda a acusação de uma guardiã-cidadã que disse ter sido abusada sexualmente por ele. A denúncia, publicada na imprensa, motivou a criação da CEI na Câmara. Os casos também estão sendo apurados pela Comissão Permanente de Inquéritos e Sindicâncias (Cominq) da Prefeitura.


Abuso sexual e armas

“Os dois negaram as acusações de violência sexual, física e de assédio moral”. Segundo Reinaldo foram anotadas pequenas contradições nos depoimentos, mas nada suficiente para um desmentir o outro. “Ele disse que nunca teve relação sexual, amorosa ou de maior intimidade com a guardiã-cidadã”.

A aquisição das armas de airsoft foram confirmadas pelo ex-coordenador do canil. Apesar de se tratarem de réplicas, é preciso autorização do Exército para comprá-las, o que segundo Reinaldo, ele tem. Tanto que trouxe para a Comissão notas fiscais comprovando a compra regular.

“Ele assume que tinha as armas, mas diz que elas não ficavam lá (no canil) e que nunca usou contra eles”. No entanto, ainda de acordo com Reinaldo, faltaram algumas notas fiscais que serão encaminhadas à Comissão.

Além disso, os membros da CEI vão pedir à Prefeitura a quebra do sigilo telefônico da linha utilizada por ele. Isso porque um dos depoentes afirmou que quando o suposto envolvimento do ex-coordenador com a guardiã-cidadã chegou ao conhecimento da esposa do superior, ele teria ligado para o celular de um dos guardas pedindo ajuda. A ideia é checar as duas contas telefônicas, para tentar identificar a ligação.

Apesar de ainda não ter sido confirmada a data, a guardiã-cidadã que acusa o ex-coordenador de assédio sexual deve ser a próxima a depor na CEI.

Segundo Reinaldo, de posse de todas as informações, os vereadores da Comissão farão a análise das denúncias, “confrontando eventuais provas para tomarmos a posição sobre quem tem razão”.

Além de Reinaldo Martins, a Comissão é composta pelos vereadores José Lascane (PSDB – vice-presidente), Marcus de Rosis (PMDB – relator), Arlindo Barros e Sadao Nakai (PSDB), Antonio Carlos Banha Joaquim e Manoel Constantino (PMDB), Braz Antunes Mattos Neto (PPS), Odair Gonzalez (PR) e Valdir Nahora (PSB).


Assessoria de imprensa

Câmara Santos

3211-4145