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Veículo sobre trilhos é consenso entre as lideranças políticas da região. (Matéria publicada na edição desta quinta-feira, do jornal A Tribuna.)

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Audiência não vai além de informações técnicas

Da Redação

A audiência pública sobre a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), realizada ontem na Câmara Municipal, deixou a impressão de que a adoção deste sistema de transporte coletivo pela Região Metropolitana da Baixada Santista ainda está longe de ser colocada em prática.

A única certeza que os participantes da audiência tiveram é que o veículo sobre trilhos é consenso entre as lideranças políticas da região, como salientou o diretor executivo da Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), Francisco Prado de Oliveira Ribeiro. ‘‘Pelo menos podemos constatar que os trilhos foram aceitos pelos políticos como a via de transporte’’.

O diretor se referia ao impasse na definição do sistema, pois por muito tempo foi discutido se o modelo adotado pela Baixada Santista seria o VLT ou o Veículo Leve sobre Pneus (VLP). Contudo, durante a audiência, nem o representante da Secretaria de Estado de Transportes Metropolitanos (STM), Roberto Arantes Filho, soube informar a data exata da apresentação do projeto de implantação do VLT na região.

Arantes afirmou apenas que ‘‘está dentro do prazo estipulado pela Secretaria aos prefeitos da Baixada’’.

Presidente da Comissão Especial de Vereadores (CEV) do VLT, José Antônio Marques Almeida, o Jama (PDT), afirmou que não entende o porquê da morosidade. ‘‘Eles estão há 12 anos fazendo este projeto. Desde a gestão do Mário Covas’’. O vereador argumentou que uma das condições para a desativação do Trem Inter-Metropolitano (TIM), que fazia o transporte entre o bairro Samaritá, em São Vicente, e a Estação Sorocabana, na Avenida Ana Costa, em Santos, ocorrida em 1999, seria a implantação imediata do VLT.

O parlamentar também expôs que as condições da Baixada para a implementação deste sistema são diferentes do restante do País porque a linha férrea permanente já está pronta, que é a mesma utilizada pelo TIM. ‘‘O único impedimento, não confessado, é o político’’.

O secretário municipal de Governo, Márcio Lara, informou que o titular da STM, José Luiz Portella, combinou com o prefeito João Paulo Tavares Papa, atual presidente do Condesb, que iria elaborar com urgência um estudo de concepção para o Sistema Integrado de Transportes Metropolitanos (SIM). Porém, a entrega deste projeto, de acordo com o Lara, depende somente do Governo do Estado.

AULA SOBRE VLT
Apesar de não terem sido apresentadas ações concretas para a implantação do VLT na região, a audiência serviu para reforçar os benefícios que este sistema de transporte coletivo traria à Baixada.

Os dois especialistas convidados para participar do evento — o chefe do Departamento de Material Rodante (trens) da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Sylvio Cesar Mesquita, e o presidente do Grupo de Transporte, Trânsito e Mobilidade do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp), Laerte Conceição Mathias — deram uma verdadeira aula sobre VLT.

Com a experiência de quem está implantando o Veículo Leve sobre Trilhos em Recife e outras capitais do Nordeste, Mesquita explica que a implantação do VLT não significa acabar com os ônibus, mas sim integrá-los ao sistema de transporte coletivo existente.

Laerte Conceição também fez uma apresentação que deixou quase que incontestáveis os benefícios do VLT para o meio ambiente. Em uma de suas comparações, o engenheiro explicou que para transportar o número de pessoas que um VLT consegue seriam necessários oito ônibus articulados.