Quinta-Feira, 15 de Março de 2007, 07:39
Sabesp rebate suspeitas sobre qualidade da água
Da Reportagem

Recorrendo a estatísticas e padrões nacionais e internacionais de controle de qualidade, representantes da Sabesp rebatem as suspeitas lançadas nos últimos dias sobre as condições da água que abastece Santos.

A polêmica se deu após um questionamento feito pelo primeiro suplente de deputado estadual Fausto Figueira (PT) no mês passado. Baseado em resultados do monitoramento feito na região, divulgados no site da companhia, o parlamentar elaborou um ‘‘ranking negativo’’ de qualidade da água, no qual oito cidades da Baixada Santista — incluindo Santos — figuravam entre as primeiras do Estado.

O levantamento, feito entre janeiro e outubro de 2006, apontou sete amostras coletadas com uma quantidade de coliformes termotolerantes (presentes em fezes de humanos e animais) acima dos índices permitidos pelo Ministério da Saúde.

Na última terça-feira, durante uma audiência pública promovida pela Comissão Permanente de Defesa do Consumidor da Câmara, o superintendente regional da Sabesp, Paulo Roberto de Queiroz, alegou que as sete amostras estão inseridas num total de 2.414 análises feitas pela empresa nesse período e que, em um segundo teste, esses mesmos pontos demonstraram estar em conformidade com os padrões estabelecidos.

‘‘Sempre que alguma amostra indica uma concentração de coliformes fora dos padrões, fazemos nova coleta no mesmo ponto e nos vizinhos, para confirmar a primeira. E nessas contraprovas, não foi detectada nenhuma desconformidade’’, afirmou o superintendente.

Ainda atestando a qualidade da água, Queiroz mencionou a ausência de registros de doenças de veiculação hídrica na região nos últimos anos.
‘‘Não há motivo para preocupação com a água consumida na Baixada, não existe nenhum índice que esteja fora do que é preconizado no Brasil e no mundo’’, minimizou.

Favelas
Apesar da defesa feita ao trabalho da companhia, o diretor de sistemas regionais da Sabesp, Umberto Semeghini, reconheceu ‘‘fragilidades em relação à estética da água’’, referindo-se ao estabelecimento de núcleos habitacionais irregulares nos pontos de captação.

Um dos exemplos é o Rio Cubatão, uma das fontes abastecedoras da Baixada, que abriga favelas próximas à Água Fria, onde é coletada a água. 

O problema também foi criticado pelo presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, o vereador Antônio Carlos Banha Joaquim (PMDB). ‘‘O Poder Público tem se mostrado incompetente quanto ao processo de congelamento de favelas. O que ele deixa de gastar hoje para construir casas e evitar ocupações irregulares, vai gastar três ou quatro vezes mais lá na frente, para despoluir a água que chega ao consumidor’’, comparou.

Raio-X
Fontes: Rios Cubatão e Pilões e Represa Billings
Nº de ligações: 62.709
Pontos atendidos: 182.544
Extensão da rede: 1.250 km
Fonte: Sabesp