CEMITÉRIOS SATURADOS E ULTRAPASSADOS

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O vereador, em seu requerimento, analisa as condições de cada cemitério. O da Filosofia, no Saboó, com área de 45.500 m2 possui 16.598 campas, entre solo e parede, 70% delas j perpétuas.  Inaugurado em 1892, e praticamente com seu espaço esgotado, o cemitério da Filosofia realiza, em média, 98 sepultamentos a cada mês, contemplando invariavelmente quem já possui direitos de perpetuação.

As poucas vagas que poderiam ser abertas, com a transferência de despojos para novos ossários, ficam comprometidas com novos pedidos de perpetuação.

É a razão pela qual acreditamos que uma das soluções mais adequadas para a Municipalidade cumprir com seu papel social é a construção de um crematório público, tal como existe na capital paulista, na Vila Alpina, cujo equipamento foi erguido com base na lei 7017 de 19 de abril de 1967..    

A situação do Cemitério do Paquetá, o mais antigo de Santos, inaugurado em 1853, é ainda mais complicada, em relação saturação, com 10 irmandades gerenciando grande parte das campas. Há muitos anos não dispõe de vagas, já que foi um cemitério criado quase como uma extensão das capelas paroquiais, onde os praticantes católicos eram enterrados como tradição, até meados do século XIX. 

Furtado lembra que no século XIX as grandes epidemias obrigaram os governantes a criar novos espaços, além dos pátios das igrejas, para enterrar centenas de pessoas dizimadas por doenças relacionadas às baixas condições sanitárias.. 

Antes do Paquetá, a Cidade teve seu cemitério de estrangeiros (onde eram enterrados os protestantes) construído por volta de 1850, na Vila Nova, de frente para rua Henrique Dias e lateral para a Praça Iguatemy Martins, hoje uma área pertencente à Codesp.  As campas, com restos mortais de protestantes (que não eram aceitos nos sepultamentos nas igrejas católicas) acabaram removidas ao Paquetá em 1933. 

Com apenas 26 mil m2 e 5.795 campas, o Paquetá é, sem dúvida, um patrimônio histórico e cultural, não apenas pela riqueza de seus jazigos e mausoléus, como também pelo acervo de grandes nomes de nossa história que ali repousam. Mas é um cemitério, tal como os demais pertencentes Municipalidade, desprovido de tecnologia e serviços modernos que garantam higiene e qualidade ambiental.

Em resumo. Para a população de baixa renda, a única opção existente, é o cemitério da Areia Branca, inaugurado em agosto de 1953, com 50 mil m2 e que ao longo de 5 décadas abriga 17.562 campas. A média atual é de 300 sepultamentos mês, restando no momento, aproximadamente 1.200 vagas disponíveis.