A CEI irá se reunir nos próximos dias para avaliar os dados já obtidos e definir as futuras atividades, já que a comissão tem até o próximo dia 31 para concluir seus trabalhos. Comissão com a mesma finalidade poderá, entretanto, ser constituída no próximo ano.
O carpinteiro José Barreto, de 64 anos, confirmou ter trabalhado durante 15 meses para a Administração e alegou que após 90 dias de atividades, a fim de evitar a caracterização de vínculo empregatício, recebia o mês de trabalho seguinte por meio de um ‘cheque de dublê’, ou seja, de outra pessoa, cabendo-lhe ainda descontar R$ 15,00 de seus proventos.
Após várias contradições no mais longo depoimento do dia, André Luiz da Silva disse ter mentido na ação trabalhista que impetrou contra o prefeito. “Eu menti, acabou. Eu estava necessitado, não é brincadeira, não.”A ação foi arquivada cinco dias depois de dar entrada, após Silva ter recebido do prefeito R$ 7 mil. Ele ainda alegou ter assinado recibo de pagamento sem saber o teor do documento, no qual inclusive constava endereço falso.
Funcionário do Governo do Estado desde 1986, lotado no setor de faturamento do Hospital Guilherme Álvaro, onde trabalha meio período, Giorgio Todini trabalhou na Prefeitura de Santos durante quatro anos, contratado pela Lei 650, e depois, em caráter temporário, oficialmente como digitador dos dados cadastrais dos beneficiados pelo Programa Viva Leite, embora prestasse vários outros serviços. Igor Barbosa foi contratado como auxiliar técnico do Departamento de Assuntos Comunitários da Zona Noroeste e trabalhava também na área de informática do ‘Viva Leite’ e no programa de congelamento de favelas, além de ter acompanhado vários funcionários temporários ao Banespa, organizando o recebimento do salário.
Em muitas ocasiões, ele depositou o cheque de funcionários em sua conta bancária, fornecendo-lhes posteriormente o valor que lhes cabia. “Muitos não tinham conta e recebiam cheque cruzado. Para ajudá-los, eu depositava os cheques na minha conta”, justificou. A última a depor foi Itália Bezzi Pasquarelli Todini, chefe da Sessão Administrativa do Departamento de Ação Comunitária da Zona Noroeste. Ela alegou que recebia apenas relatórios verbais dos encarregados Vitor e José Eraldo (mais conhecido como ‘Bolachão’), atestando a freqüência dos funcionários, para que pudesse providenciar o pagamento. Ela disse ainda que, como faltam funcionários, muitas vezes recorria aos contratados em caráter temporário para ajudar em várias atividades que não lhes competiam.