Câmara se despede da Sala Princesa Isabel

A partir de agosto sessões serão no Castelinho

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As pinturas nas paredes que retratam momentos históricos, o grande lustre com cristais Bohêmia, as cadeiras de jacarandá paulista. Cada detalhe do local que abrigou as sessões do Legislativo santista até esta quinta-feira (30 de junho) vai deixar saudade nos vereadores. Eles se despediram da Sala Princesa Isabel, no Paço Municipal, durante a última sessão antes do recesso. A partir de agosto, os trabalhos já serão realizados no Castelinho, no plenário Oswaldo De Rosis.

Apesar da importância da conquista do imóvel próprio – a nova sede do Legislativo funcionará na Praça Tenente Mauro Batista de Miranda, nº 1, Vila Nova – sentir saudade da Sala Princesa Isabel é inevitável. Fato que ficou evidente na fala dos parlamentares que se manifestaram nesta quinta-feira.

Os que frequentam o local há mais tempo lembraram de ex-vereadores, como Fernando Oliva e Paulo Gomes Barbosa. Os mais novos ou menos experientes ressaltaram o orgulho de ser parlamentar e poder participar da vida pública da Cidade neste ambiente.

Memória preservada

O presidente da Câmara, Manoel Constantino (PMDB) lembrou da primeira vez que discursou na tribuna da Sala Princesa Isabel e dos 26 anos que frequenta o local.

Para manter o espaço e a memória dos embates políticos que a sala testemunhou, Constantino apresentou projeto de resolução que possibilita usar o local para sessões solenes, e especifica a manutenção das características arquitetônicas do ambiente.

A ideia é que no futuro as pessoas saibam como os vereadores trabalhavam na Sala Princesal Isabel.

Detalhes

Talvez esteja na própria Princesa Isabel, figura da história do Brasil que entre outros feitos assinou a Lei Áurea, ou ao menos no quadro dela, obra de Ângelo Cantú, intitulada "A Redentora", que fica acima da bancada da Mesa Diretora, a explicação para a nostalgia que o cenário deve deixar nos vereadores.

Toda a estrutura do ambiente impressiona. Logo na entrada, à direita, há uma imagem de Martim Afonso de Souza, fundador da Vila de São Vicente. Do outro lado, também na entrada do plenário, a pintura retrata Brás Cubas, fundador da Vila de Santos.

Acima da primeira entrada, um quadro revela a chegada de Martim Afonso de Souza e sua expedição pela Ilha de Santo Amaro. Já na outra porta, há uma pintura do Forte São João da Barra ou da Bertioga, antiga Fortaleza de São Tiago.

A história contada na Sala Princesa Isabel não para por aí. Atrás das galerias há mais quatro pinturas na parede, de autoria de R. Mertig. Da esquerda para a direira, elas retratam os transportes marítimos e ferroviários, que representam o Porto e a economia, a agricultura, a deusa Minerva, e a indústria.

Já os quatro vitrais da sala mostram a maternidade, a justiça, a liberdade e a nacionalidade.

Impossível não se impressionar também com o grande lustre de cristal Bohêmia. A peça pesa cerca de 300 quilos. Ao todo, a Sala Princesa Isabel tem um conjunto de 12 lustres que garantem uma iluminação especial ao ambiente e um tom amarelado às imagens fotografadas.