Câmara quer detalhes do processo de remediação do lixão da Alemoa

Vereadores visitaram obra do futuro terminal da BTP

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A Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara de Santos vai solicitar a Brasil Terminal Portuário (BTP) detalhes do processo de remediação da área do lixão da Alemoa. O local, que por mais de 50 anos acumulou resíduos e detritos contaminados provenientes do porto, está passando por recuperação ambiental para receber o futuro terminal da empresa, que vai operar contêineres e granéis líquidos.

Acompanhado do vereador Marcelo Del Bosco (PPS) e de assessores parlamentares, o presidente da comissão, Adilson Junior (PT), visitou nesta quinta-feira (dia 10 de novembro) o canteiro de obras da BTP. No local, eles puderam conhecer o projeto do terminal, apresentado pelo diretor-presidente da empresa, Henry James Robinson.

A expectativa é que o trabalho de remediação da área seja concluído em 45 dias. O empreendimento deve iniciar as operações no final de 2012.

Apesar da apresentação do projeto e da visita, a comissão quer mais informações. O vereadores querem saber, por exemplo, a quantidade de terra contaminada que foi removida, em que local e condições ela foi disposta, quanto desse material pôde ser recuperado, quanto de água para limpar o solo foi possível tratar e como foi feito esse tratamento. “Nosso objetivo é coletar essas informações e potencializá-las”, argumentou Adilson Junior.

O lixão da Alemoa era considerado o maior passivo ambiental do Estado. A contaminação era tanta, que o local chegou a ser oferecido a outros operadores mas foi recusado, segundo Robinson. “Ninguém queria colocar a mão aqui. Quem faz a remediação, assume a responsabilidade pelo resultado”, explicou.

No total, 680 mil m3 de resíduos e solo contaminados foram identificados. Mais de 16 mil análises foram feitas. Das opções disponíveis para remediação da área, a BTP optou pelo método que “elimina completamente a fonte de poluição”, garantiu Robinson.

O sistema consiste basicamente em cavar até o solo original e descontaminar o material retirado, separando o poluente da terra. No entanto, como o solo de Santos é muito ruim, a expectativa inicial de devolver cerca de 70% do material não se confirmou. Assim, o que não pôde ser aproveitado precisou ser enviado para um aterro sanitário classe 1 (para resíduos perigosos). Entre os metais identificados no solo, foram encontrados mercúrio e chumbo.

O local contará com 55 postos de monitoramento. Se depois de dois anos for confirmada a eficiência da descontaminação, um termo de área reabilitada será emitido.

O investimento para a construção do terminal é de R$ 1,8 bilhão. Somente com a remediação, segundo Robinson, foram gastos R$ 260 milhões. Há 22 programas ambientais associados à obra, entre eles o monitoramento de aves terrestres e aquáticas, e das águas subterrâneas.

Assessoria de Imprensa
Câmara Santos
3211-4145