Câmara participa da comemoração dos 471 anos de Santos

Legislativo realizou sessão solene em comemoração a data

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A Câmara de Santos participou nesta quinta-feira (dia 26 de janeiro) a comemoração dos 470 anos da cidade. A cerimônia realizada no Castelinho foi presidida pelo vereador Adilson Júnior (PTB), e contou com as presenças do prefeito Paulo Alexandre Barbosa, do vice-prefeito, Sandoval Soares, vice-governador do Estado de São Paulo, Márcio França, Deputado Federal João Paulo Tavares Papa (PSDB), Deputado Estadual Paulo Corrêa Júnior (PEN) e Caio França (PSB) além de outras autoridades.
 
O vereador Antônio Carlos Banha Joaquim (PMDB) fez o discurso de saudação destacando a história de lutas da cidade como na época do navio Raul Soares e do pioneirismo de Santos em diversas áreas como a construção da primeira Santa Casa do Brasil, além do Santos Futebol Clube na área esportiva.
Ao anunciar obras e investimentos na cidade, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa priorizou as construções das UPAs na Zona Leste, Noroeste e Central. Mencionou a enorme responsabilidade de administrar a cidade em um momento de crise no país. O chefe do Executivo aproveitou para enaltecer o trabalho da Câmara de Santos e da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Já o presidente da Câmara, vereador Adilson Júnior, falou do apoio do Legislativo santista em ajudar o Executivo a sair da crise com os trabalhos dos vereadores ao longo do mandato.
 
Vereadores
Também participaram da cerimônia, os vereadores Rui de Rosis (PMDB), Audrey Kleys (PR), Fabiano da Farmácia (PR), Manoel Constantino (PSDB), Bruno Orlandi (PSDB), Chico Nogueira (PT), Roberto Oliveira Teixeira (PSDB) e Augusto Duarte (PSDB).
 
Apresentação
A solenidade teve a participação da Banda do Instituto GPA do Grupo Pão de Açúcar, que tocou o Hino Nacional Brasileiro e o Hino da cidade de Santos.


Confira na integra o discurso do vereador Banha na sessão solene:

Senhores e senhoras cidadãos e autoridades aqui presentes,
Bom dia! Com a Paz e Graça de nosso Senhor Jesus Cristo.                                                                          

É com muita honra que venho saudar hoje a nossa querida Santos, que completa quatrocentos e setenta e um (471) anos. Uma cidade que amo e, como todo santista, tenho orgulho de morar, seja pela grandeza de sua história passada, seja pela visão de futuro de seu passado recente, seja pela sua brava gente!

Quando o presidente desta Casa, a Câmara Municipal de Santos, vereador Adilson dos Santos Junior, me convidou para saudar a cidade, nesta que para mim é a principal data de Santos, fiquei extremamente honrado e feliz. Santos, sua história é repleta de glórias, de heróis da Pátria e de grandes líderes pela liberdade, independência e democracia.

É uma das cidades mais antigas do Brasil, portanto histórica, mas também cosmopolita, portuária e ecológica. Seu povoamento começou por volta de 1540 e o passado deixou legados preciosos em casarões, museus e igrejas, destacando-se a Bolsa Oficial do Café, marco da riqueza da cidade.

Como não rememorar seus grandes nomes: o desbravador Brás Cubas, os irmãos Bartolomeu e Alexandre de Gusmão e os irmãos Andradas, dentre os quais se projetou José Bonifácio de Andrada e Silva, personagem maior da Proclamação da Independência.
Terra da Caridade e da Liberdade, Santos teve a primeira Santa Casa de Misericórdia da América, abriga o maior complexo portuário da América Latina, construído no início do século XX, fase de grande progresso como escoadouro de café.

O nosso estimado e saudoso Padre Paulo Horneaux de Moura, meu grande amigo, conselheiro e orientador, dizia que o Santos Futebol Clube era outro marco da cidade, um clube que nos deu visibilidade internacional, considerado o embaixador do Planeta!
Para ele, o Santos F.C.  é uma força viva, temperada no fragor de batalhas memoráveis”.

Santos, sua praia com jardins coloridos, entremeados de amendoeiras e palmeiras  foi consagrada pelo Guiness Book como o maior Jardim de Praia do mundo. São 5.335 metros de comprimento, projeto idealizado pelo engenheiro santista Saturnino de Brito, visionário que também criou os famosos canais, que são hoje, ao lado do bonde, e dos jardins da praia os símbolos da nossa cidade.

Poucos sabem, que o grande poeta do Mar, Vicente de Carvalho, em nome de quem reverenciou todos os grandes artistas da terra, foi o responsável pelo impedimento da venda da praia de Santos a particulares.
Ele, em 1921, enviou uma carta ao então Presidente da República, Epitácio Pessoa, fazendo o pedido que deixasse a praia pública, e conseguiu, assim, que o governo doasse o local ao povo santista.

É seu este verso: "Mar, belo mar selvagem / ah! vem daí por certo a voz que escuto em mim..." E é por isso que hoje sua estátua encontrasse erguida nos jardins da praia de Santos.
Este mar tudo viu: da escravidão à liberdade política, testemunhou os mais diversos acontecimentos decisivos para o a história do País.  E para reverenciar a trajetória mais recente de Santos, escolhi falar do que vi. Já que meus 51 anos de idade, me tornaram testemunha de meio século de história contemporânea da minha terra natal.

Em 1964, um dos momentos mais conturbados da sua história política. O maior Porto da América Latina, por onde passam
67% do PIB do Brasil, se olharmos para sua área de influência primária, e  56% da Balança Comercial Brasileira, em valores, era o atracadouro do navio prisão, o Raul Soares.

Tempos sombrios que não desejamos ver novamente nunca mais, tempos vencidos bravamente pela força da democracia e de sua gente guerreira, atuante na resistência política contra o regime e gente trabalhadora em seu porto.
No ano que nasci, em 1965, era criada a Prodesan pelo Eng. Aníbal Martins Clemente, uma das maiores empresas de planejamento urbano do país. A missão era “pensar a cidade” para o futuro, livre das amarras burocráticas do Executivo.
Por isso, venho testemunhar que nosso passado pujante não pode ser esquecido e deve servir de exemplo para elevarmos a nossa Cidade, mais uma vez, a categoria de terra promissora.

Em 1968, Santos assistiu à inauguração da primeira Faculdade de Educação Física do Brasil, tendo como fundadora e idealizadora nossa querida Rosinha Viegas, uma figura humana iluminada, valente e aguerrida. Tenha certeza, minha doce professora, que a saudade não será nunca maior do que a gratidão que tenho pela senhora. Um de seus alunos foi ninguém menos que o atleta do século, o nosso Rei Pelé. Dando passagem a tantas outras instituições de renome Educacional que a cidade abriga, não poderia ser diferente, numa cidade onde surgiu para o Brasil o Remo, o Surf e o Tamboréu.

O pioneirismo é marca santista, uma vez que aqui nasceu a primeira Santa Casa das Américas/ o primeiro Aquário Municipal do país e o Primeiro Festival de Teatro Amador do Brasil.

Ainda era menino, quando a cidade, em 1971, realizou a I Edição da Bienal de Artes Plásticas, no salão do Atlético Santista. Em 1973, inaugurava o Jardim Botânico da Zona Noroeste, ambas iniciativas revelavam sua ampla vocação artística, um verdadeiro Porto Cultural, e também de preservação ambiental.
Na minha adolescência, aos 14 anos, iniciava como patrulheiro do CAMPs, na década de 80, onde meu primeiro emprego foi na Rodrimar S/A – Agência, Comissária e Armazéns Gerais Ltda. A cidade, uma das pioneiras no trabalho assistencial aos jovens para a vida profissional, tinha muito que oferecer em suas grandes empresas de café e de exportação e importação, agências marítimas e comissárias de despacho.

Com olhos da juventude, vi em 1983, Santos recuperar sua autonomia política. Em 1984, pelas mãos do ex-prefeito Oswaldo Justo, iniciei minha atuação na vida pública, que já era meu professor de Karatê junto com meu mestre e conselheiro Yoshihide Shinzato, 10º DAN / Percursor do Karatê no Brasil.

Em 1991, nasceu o primeiro canal de tv regional, a TV Litoral, criado por Lupércio Mussi e depois adquirido pela TV Santa Cecília, pelo saudoso e visionário mestre Milton Teixeira (grande amigo e irmão). No ano seguinte, pelo mesmo partido que estou até hoje, o PMDB, participei da minha primeira eleição a vereador e conquistei uma das suplências do partido.

Em 1992, Santos passou a sediar o maior campeonato de TRIATHLON do país, ganhando mais uma vocação além da turística e portuária, a de cidade dos Esportes, com várias provas nacionais e internacionais. No mesmo ano, ganha seu primeiro atleta olímpico, Rogério Sampaio, e inicia na cidade, a TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, completando o sistema de comunicação A tribuna, iniciada por seu jornal centenário.

Aliás, Santos sempre foi um polo de comunicação. Quem não lembra do jornal Cidade de Santos, que circulou entre 1967 e 1987, um dos mais combativos? Sua falta foi preenchida hoje pelo jornal Diário do Litoral, que bravamente está resistindo há 18 anos.

Em 1995, a cidade iniciava a navegação pela rede mundial de Computadores, a Internet e, no ano seguinte, 1996, venci minha primeira eleição a vereador, cargo no qual a população desta cidade que amo me confiou 6 mandatos consecutivos através do voto. Lembro aqui de um dos projetos de cunho social, esportivo e de segurança pública mais ousados e revolucionários que elaborei em conjunto com o 17º G.B. Salvamar na figura do então Major Vilela, Roberto Santini, Picuruta Salazar e Quizumba para agregar e treinar jovens talentos do surf com o conhecimento dos bombeiros salva-vidas heróis, que virou referência nacional: o "Projeto Salva Surf", copiado pela Petrobrás como padrão para temporada de verão das praias do litoral paulista. Mas Santos, mais uma vez pioneira, dá exemplo de segurança aos banhistas e turistas com o programa de salvamento e orientação durante todo o ano nas praias da cidade.

Após tal constatação do sucesso do Salva-Surf, dos índices de salvamento e zerando as estatísticas de morte nas praias, o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, Coronel Pacca, valorizou o esporte do surfe e usando o perfil dos surfistas para futuros salva-vidas da gloriosa polícia militar do Estado de SP em todo o litoral devido ao conhecimento das arrebentações e correntezas características de pontos peculiares e conhecidos dos surfistas da nossa região, aliando o preparo físico e conhecimento técnico dos salva-vidas do 17º GB.
Meu amor e minha gratidão por Santos são enormes. Presenciei em meio século, o desenvolvimento contemporâneo desta cidade, sempre como um dos vereadores mais atuantes e fiscalizador do Executivo, papel fundamental da vereança.

É por isso que me preocupo com a estagnação que vejo hoje, infelizmente, é com muita tristeza que vejo a nossa Santos, sofrer com descaso do Governo do Estado e do Governo Federal. Há anos reivindico melhorias na área da Saúde, Segurança Pública, inclusive nas estradas, na Travessia de Balsas entre Santos-Guarujá e Guarujá-Bertioga, na área portuária que exige muito da cidade, sem retribuir a altura.

Santos, através de seu Porto, seus trabalhadores e suas riquezas, contribuiu para o mundo crescer; mas é passagem de servidão, pois está estagnada. Todos se beneficiam das riquezas escoadas pelo Porto, mas a Cidade não ganha nada com isso, apenas poucos postos de trabalho que ainda movimentam a economia da cidade.
Sim, Santos tem pressa de crescer, de se desenvolver e de pagar suas contas! Honrando seus compromissos com seus fornecedores, empresários que geram empregos para a cidade e das quais muitas famílias de santistas dependem.
Nosso povo merece ser tratado com respeito, nossos jovens, das diversas universidades que temos, têm que ter a oportunidade de crescimento na sua terra natal, como eu tive, como muitos de nós tivemos.

Obrigado Santos, por me ver nascer, crescer e me propiciar o futuro! Sou filho de petroleiro, neto de estivador, pais de jovens que, como muitos, querem conquistar seu desenvolvimento profissional perto de suas famílias.

Faço minhas,  as palavras do Mestre Shinzato: “Somente com União, Participação, Harmonia, Respeito e Humildade é que chegamos ao progresso mútuo”. Por isso, acredito que seja nossa missão contribuir para que outros santistas possam viver as mesmas oportunidades que tivemos.

É nossa obrigação defendermos os princípios basilares da sociedade: a família, a coletividade, a educação, a cooperação mútua, criar oportunidades para que todos tenham conquistas fruto do suor do seu trabalho, a seriedade de propósitos em nossas ações, o respeito aos valores e direitos humanos e o amor ao próximo.
Encerro esta homenagem com o trecho do poema SANTOS, de
autoria do jornalista e embaixador santista, Rui Ribeiro Couto:
 
Nasci junto do porto ouvindo o barulho dos embarques.
Os pesados carretões de café
Sacudiam as ruas, faziam trepidar o meu berço.
 
Cresci junto do porto, vendo a azáfama dos embarques.
O apito triste dos cargueiros que partiam
Deixava longas ressonâncias na minha rua.
 
Sou também teu filho, ó cidade marítima,
Tenho no sangue o instinto da partida,
O amor dos estrangeiros e das nações.
 
Oh, não me esqueças nunca, ó cidade marítima,
Que eu te trago comigo por todos os climas
E o cheiro do café me dá tua presença.
 
Muito obrigado a todos! Parabéns Santos, parabéns santistas!



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