Câmara homenageia rotarianos

Vereador Braz é o autor da propositura

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Conforme Decreto Legislativo nº 29/2006, de autoria do Vereador Braz Antunes Mattos Neto, a Câmara Municipal de Santos homenageou com a Medalha “Mérito Rotariano” dez rotarianos eleitos por seus respectivos clubes, durante Sessão Solene no último dia 24 de junho.

Os homenageados deste ano foram:Lamartine Lélio Busnardo - Rotary Club de Santos Marcos Anselmo Ferreira Franco - Rotary Club de Santos-Oeste Geraldo Alexandre Shammas - Rotary Club de Santos-Praia Braz Eduardo de Vasconcelos - Rotary Club de Santos-Ponta da Praia Otelinda Martins Cipriano de Fázio - Rotary Club de Santos-Porto Luiz Fernando de Oliveira Aulicinio - Rotary Club de Santos-Monte Serrat Eliezer Xavier Prates - Rotary Club de Santos-Noroeste Ronaldo Jamar Taboada - Rotary Club de Santos-José Bonifácio Isabela Castro de Castro - Rotary Club de Santos-Boqueirão Edson Carvalho Menezes - Rotary Club de Santos-Vila Belmiro.

O Vereador Braz Antunes Mattos Neto proferiu o seguinte discurso de saudação: Sras e Srs. Meus colegas Rotarianos e seus respeitáveis familiares... Meus amigos e minhas amigas...

No dia 7 de abril de 1936, o companheiro Paul Harris, idealizador e fundador do Rotary Club, esteve em Santos. Bem ali na Praça da República, em  frente ao prédio da Receita Federal, mais conhecida como “Alfândega”, no jardinzinho atrás do monumento ao honorável Braz Cubas, fundador deste bela Cidade,  o nosso ilustre visitante plantou uma árvore.

Mais ou menos no local histórico em que existiu, nos tempos coloniais, a Capela-Mor da Igreja das Misericórdias. Bem pertinho do antigo Largo do Carmo, onde havia o Convento do Carmo, a Casa de Câmara e Cadeia e o Arsenal da Marinha.

Pois foi exatamente  neste local de tão intenso valor histórico que Paul Harris, na Santos dos anos 30, plantou a semente rotária em forma de uma singela árvore Santos era um bocado diferente naqueles tempos. Brilhavam os ternos de linho e os chapéus Panamá.

A riqueza produzida pelo café desencadeava uma intensa mudança urbana e a elite santista ainda vivia mais no Paquetá, na Vila Nova e no Centro. Iniciava-se a ocupação mais acentuada da orla das praias, com mansões,  palacetes e sobrados de duzentos metros quadrados substituindo as chácaras, especialmente no Gonzaga e no Boqueirão, entre as avenidas Ana Costa e Conselheiro Nébias.                                                                                
Aos poucos, a população urbana também começava a buscar as áreas mais próximas das praias, principalmente os profissionais liberais, os comerciantes e o proletariado industrial.

A transformação da Cidade estava em pleno curso.Um pouquinho mais e a população riplicaria, os visitantes começariam a procurar o nosso sol,  as nossas praias e a nossa tranquilidade. A ligação com o Planalto era feita pela Estrada Velha e a Cidade crescia muito,  ocupando todos os espaços disponíveis.

Foi neste clima que os rotarianos receberam Paul Harris.A árvore à qual Paul Harris deu vida ainda está na praça, impávida, vigorosa. Resistiu a tudo: a passagem dos tempos, a urbanização acelerada, os grandes edifícios, o tráfego pesado, o crescimento das operações portuárias, a febre da vida aduaneira, o aumento da população, os tempos modernos, a poluição e a falta de cuidados com o verde, até chegar aos nossos dias de aquecimento global. Dias em que cada vez mais dependemos das árvores para  termos uma qualidade de vida aceitável.

Pois esta nossa “Árvore da Amizade” é um reflexo vivo da própria história do Rotary, que a tudo resiste sem deixar de crescer e se expandir. Resistimos à intolerância, à incredulidade, à desconfiança, à falta de fé nas realizações humanas e no trabalho de cunho social. Resistimos às dúvidas de quem rejeita a solidariedade entre os homens e o trabalho desprendido. Tal e qual a nossa árvore, o Rotary continua germinando, espalhando sementes, produzindo alívio com sua sombra, fornecendo abrigo e ar puro.

E espalhamos também a Amizade e o companheirismo. Esta nossa árvore da Praça da República é também o símbolo de uma preocupação pioneira com a preservação da Natureza,  que marca praticamente toda a trajetória do Rotary. O solo de Santos é arenoso. Mas é fértil o bastante para que as sementes rotarianas continuem  produzindo frutos. Temos sim um passado que nos deixa orgulhosos, cheio de realizações e com participação ativa no crescimento de toda esta  abençoada Região.

A história do Rotary Club na Baixada Santista registra momentos marcantes. Há oitenta e um anos, dedicados e abnegados santistas têm colocado o coração, a alma e o pensamento na tarefa de promover a cidadania, de servir a comunidade, de desenvolver o companheirismo e buscar  a evolução permanente da sociedade.

Em síntese, dedicamos nossos esforços para construir um mundo melhor para todos, por meio  da  colaboração em alto nível, através do voluntariado e da dedicação aos necessitados. Falar dos projetos relevantes implantados e mantidos pelos dez Rotarys Clubs de Santos levaria certamente a noite inteira.

Mas considero obrigatório citar, entre outras realizações, o imenso trabalho desenvolvido pela Casa da Esperança e pela Casa da Visão; os cursos de alfabetização de adultos; o combate ao HPV; o plantio e  a identificação de árvores urbanas; a prevenção à AIDS e às drogas; a defesa do Meio Ambiente; a divulgação da palavra e da figura do Patriarca da Independência José Bonifácio, que é motivo de orgulho para todos os santistas; a promoção da cortesia e da ética; a proteção aos índios e a diversas comunidades carentes; a manutenção de creches, escolas, asilos e a intensa colaboração com os nossos hospitais; o Banco de Leite Humano; o Projeto Rumo, que presta assistência aos jovens do CAMPS; e a concessão de bolsas de estudos a jovens que, sem este benefício, não teriam como estudar.

Entre tantas outras ações meritórias, temos o atendimento odontogeriátrico e o atendimento odontológico a portadores do HIV;  o Projeto Construindo as Letras; o curso de capacitação profissional para garçons, garçonetes e copeiras; a campanha de prevenção ao glaucoma; o Rumo ao Esporte e o Rumo a Santos; o projeto de turismo histórico; a reforma de Unidades Básicas de Saúde; o Projeto Pingo de Cultura destinado ao incentivo à leitura;  a Horta Comunitária na Vila Gilda; o auxílio ao Grupo Amigo do Lar Pobre; o Nurex; o programa de inclusão digital e a promoção de festas de Natal nas comunidades carentes.

Estas atividades são a comprovação de que os dez Rotarys Clubs de Santos têm uma ativa participação na vida social da Cidade e da Região, honrando os ideais lançados em 1905 por Paul Harris, em Chicago. E que hoje são praticados em 168 países, envolvendo mais de um milhão e duzentas mil pessoas e mais de 32 mil clubes. No Brasil, superamos a marca de cinquenta mil rotarianos, distribuídos em mais de 2.300 clubes. E é sempre oportuno lembrar que apenas três entidades, além dos países, fazem parte da ONU: a Cruz Vermelha, o Vaticano o Rotary.

Por muitas razões,  a realização esta noite da segunda entrega da Medalha do Mérito Rotariano é uma celebração especial, que exalta a evolução da nossa comunidade e o comprometimento dos rotarianos com as causas sociais e com o desenvolvimento da Ética e do companheirismo.                                    

Esta Medalha do Mérito Rotariano, concedida pela Câmara Municipal de Santos, foi criada  pelo Decreto Legislativo nº 29 de 12 de dezembro de 2006, que é de minha autoria, com muito orgulho. Seu objetivo é premiar aqueles companheiros que se destacam a cada Ano Rotário, em cada um dos Rotarys de Santos. A indicação parte dos integrantes dos respectivos  Clubs, o que - na minha visão - confere ainda maior importância a esta premiação.

Humildemente, gostaria neste instante de estender esta homenagem a todos os atuais e aos ex-presidentes dos nosso Clubs, bem como  do Rotaract, Interact, Fundação de Rotarianos e Associação de Famílias de Rotarianos, além dos Governadores do nosso Distrito, pois todos merecem o devido reconhecimento e o respectivo aplauso.

E gostaria de relembrar a figura do grande santista Paulo Viriato Correa da Costa,  que exerceu a  Presidência do Rotary Internacional, no Ano Rotário de 1990/1991, atuando com o seu intenso brilho e a sua enorme capacidade, lançando o  grande tema “Preserve o Planeta Terra”.

Meus companheiros, senhoras e senhores presentes: Com imenso orgulho tenho atuado na Câmara Municipal  destacando sempre, neste três anos e meio de mandato, a importância e a relevância do Rotary, promovendo homenagens, lutando pela criação da Praça Paul Harris, objetivo que foi alcançado; e intermediando as demandas junto ao Poder Municipal. Este é um compromisso que assumi comigo mesmo que tenho procurado honrar de todas as formas. Pois, no momento em que estou prestes a completar dezoito anos de Rotary, sinto-me gratificado em ser o autor da lei que criou esta homenagem.

Creio sinceramente que, assim como acontece comigo, todos os homenageados de hoje  tiveram suas vidas definidas em grande  parte  pelos ideais. Por tudo isso, esta é uma ocasião que preenche o meu coração da mais cristalina alegria e satisfação. Aproveito este momento para cumprimentar efusivamente todos os agraciados e dizer que a indicação de cada um é altamente merecida.

E para que todos saibam, informo que recentemente solicitei, por meio de Requerimento, que o setor competente da Prefeitura  promova a limpeza da “Árvore da Amizade”, retirando ervas e parasitas, para que ela  continue sendo o símbolo vivo da nossa tarefa e da nossa missão. E que continue nos lembrando da passagem por Santos do nosso fundador Paul Harris.
Meu desejo sincero é que muitas outras “árvores da amizade” floresçam em todo o Brasil!.
Muito obrigado a todos.