Srs. e Sras. presentes....

                    O homem busca o seu ponto de equilíbrio, seja qual  for a situação  em que esteja. O mais valioso dos instintos de preservação é representado pela procura da qualidade de vida individual. A grande contradição dos nossos dias é exatamente esta: os memoráveis avanços científicos e tecnológicos que estamos saboreando hoje abrem a perspectiva de uma existência mais longa, mais  próspera e, principalmente, mais saudável.

                   Porém, este ritmo intenso e febril da vida moderna, com todas as suas inquietações, stresses e frustrações, exige uma atenção muito mais intensa em relação à nossa Saúde.

                   A população aumenta, as doenças se multiplicam,  os recursos escasseiam. Na verdade, estamos diante da mais preocupante das questões que assolam a existência humana: como garantir Saúde para todos?

                   Como tratar de forma igual as nossas populações, dentro de um

País que é essencialmente desigual? 

                   Como buscar a absoluta democratização dos benefícios se há tantos procurando semear malefícios e embolsar vantagens?

                   O atendimento de Saúde é, sem dúvida alguma, o tema central das preocupações dos brasileiros. E no centro deste redemoinho social  movido ao sabor do  Sistema Único de Saúde, localiza-se a figura do  Médico.

                   Médicos são, em uma das muitas definições possíveis, Profissionais  Liberais que passaram por muitas turbulências nos últimos tempos e que, aos  poucos,  conheceram alterações marcantes no seu perfil.

Hoje, são cada vez  mais assalariados, precisam lutar -e lutar muito- por melhores salários e condições dignas de trabalho, entre outras questões .

                   Os Médicos, na verdade, estão hoje em dia recebendo grande destaque  nos Meios de Comunicação, em razão dos  muitos avanços e conquistas da Profissão e, também, face às constantes reivindicações por mais recursos para a Saúde e para a melhoria do atendimento nas unidades públicas. Mas, no contexto social, permanece sendo aquele Profissional que merece total respeito, aquele que dedica sua vida à promover o bem mais precioso da Humanidade: a Saúde.

                   Para enfrentar estes novos tempos, é preciso muita união e organização.

                   Pois bem: um dos maiores e mais antigos exemplos de união e organização de uma Categoria Profissional, na Baixada Santista, é exatamente a Associação dos Médicos de Santos.

                   Em seus 70 bem vividos anos de existência, a AMS tornou-se

uma das mais emblemáticas e  respeitadas Entidades da nossa Região, tanto pelo seu próprio significado social quanto por sua inserção na vida comunitária.

                   Esta é a razão principal pela qual apresentei, com imensa honra,

o Decreto Legislativo nº 26, de 31 de agosto de 2009, que concede Placa de Honra ao Mérito à Associação dos Médicos de Santos, em homenagem aos seus 70 anos de fundação.

                   Meus senhores, minhas senhoras, meus amigos: permitam-me uma explicação sobre o caráter desta homenagem. Desde o início do meu primeiro  mandato, em 2005, procurei honrar, coerente com a minha própria formação,  Entidades de reconhecido valor na nossa Região, que  apresentassem uma história sólida e meritória  e que não tivessem sido anteriormente homenageadas pelo poder Legislativo.

                    Assim foi que no meu primeiro mandato  escolhi a Casa da Esperança, no aniversário de 50 anos;  o Rotary Club de Santos, em seus  80  anos;  a Associação dos Cirurgiões Dentistas da Baixada Santista, também 80 anos;  o Sindicato dos Comerciários, 85 anos;   e a Escola José Bonifácio, cem anos de existência.

                   Neste segundo mandato, o Clube dos Ingleses, que completou 120 anos, e agora, a Associação dos Médicos, em seus 70 anos de fundação.

                   Em 2012, logicamente, estarei homenageando o centenário do Santos F.C.....

                   Esta foi a forma, simples e humilde, que  empreguei para valorizar as homenagens prestadas pela Câmara Municipal de Santos.

                   Logicamente, faltava saudar de forma digna a Associação dos Médicos de Santos.

                   A  AMS surgiu em 1939, no dia sete de setembro, a partir de um sonho do Médico Patologista Samuel Augusto Leão de Moura, um dos grandes nomes da Medicina santista, juntamente com diversos outros Profissionais de valor e de consciência.

                   Nada acontece por acaso, os fatos sempre estão interligados: naquela época, ocorria exatamente um dos períodos de maior crescimento de  Santos, tanto social quanto econômico. Era aquela hora precisa de a Cidade se afirmar, ganhar importância, mergulhar na perspectiva de um futuro promissor. Porto, café e  cassinos eram os pontos cardeais dos novos tempos. Por  tudo isso, era muito natural que as relações sociais se organizassem, que as Categorias Profissionais  discutissem seus problemas e debatessem as questões trabalhistas, culturais, éticas e políticas. Pois estava se formando a cultura urbana santista e a convivência comunitária e se fortalecia.

                   No caso dos Médicos,  existia ainda um ponto importante a ser discutido exaustivamente: o aprimoramento científico, tratado em incontáveis jornadas, que  se tornou uma das grandes razões para a brilhante trajetória da Entidade, principalmente após as grandes lutas  em favor das  condições sanitárias da Cidade, quando os Médicos santistas provaram  toda a sua imensa capacidade.

                   A história  registra que, em pouco tempo, a AMS extrapolou a simples condição de ser um  ambiente de convivência entre os Médicos, consolidando-se  também como um dos espaços culturais mais importantes de Santos, atraindo significativa parcela da população, hábito que perdura até hoje.

                   A coexistência destes dois vetores – de um lado, o conhecimento científico e, de outro, o fortalecimento cultural – demonstra a perfeita sintonia da AMS com o desenvolvimento da Cidade e da sua comunidade. Hoje, a sociedade  reconhece  perfeitamente  que a Associação dos Médicos é, também, um patrimônio santista, motivo de orgulho para todos nós.

                   Pois esta autêntica “Casa do Saber” foi erguida, mantida, aperfeiçoada e ampliada às custas de muito esforço das  administrações que se sucederam. Por isso mesmo, considero uma obrigação  reverenciar todos os ex-Presidentes, diretores, membros dos Conselhos e os associados

e suas famílias. Pois o desenvolvimento de Santos deve ser tributado também a esta nobre comunidade dos Médicos.

                   E para comprovar este comprometimento com as causas  sociais, faço questão de saudar de maneira especial o Departamento de Assuntos Comunitários, que desenvolve uma atividade  de altíssima relevância,  o Projeto Menina Mãe, que atende gestantes adolescentes.

                    Além desta homenagem à Associação, que é extensiva a toda a Classe Médica, presto também minhas homenagens, em nome da Câmara

Municipal de Santos, ao Dr. João Sobreira de Moura Neto, que desde 2008 preside a Entidade com absoluta competência e seriedade, bem como a toda a sua Diretoria.

                   Com imenso respeito, me permito neste momento lembrar alguns nomes de alta relevância dentro da atividade médica santista, como o Dr. Jair de Oliveira Freitas, Dr. Arthur Domingues Pinto, Dr. Manoel Hipólito do Rego, Dr. Oswaldo Paulino,  Dr. Silvério Fontes e até seu filho, o grande Martins Fontes, como alguns dos Médicos que marcaram a História de Santos, em seus diversos períodos.

                    Todos os Profissionais da área da Saúde sabem muito bem que temos, todos nós, grandes desafios pela frente, a começar pelo elevado índice de pobreza da nossa  população. Além disso, há a necessidade de consolidação do Sistema SUS, a regulamentação da Emenda 29, o salário mínimo para os profissionais da Saúde, a melhoria do Ensino e a exagerada concentração de profissionais nos grandes centros, são apenas alguns poucos itens de uma extensa lista de questão essenciais.

                   Por isso mesmo, como Cirurgião Dentista, tenho insistido na necessidade extrema da integração entre todas as Categorias da Saúde, tanto na questão do atendimento à população, quanto na formulação de políticas públicas e na reivindicação dos direitos básicos dos trabalhadores de Saúde.

                   Pois acredito que somente desta forma poderemos  alcançar melhores condições de trabalho, que nos permitam oferecer ao povo brasileiro um atendimento digno e de qualidade.

                   Renovo desta forma minha crença no poder da união, da

participação e  da organização,  como instrumentos para o aperfeiçoamento 

da política nacional de Saúde, em suas diversas  especialidades. Precisamos, sim, buscar a politização dos trabalhadores em Saúde, para avançar na implantação de melhores políticas públicas.

                   E renovo também minhas mais sinceras e merecidas homenagens à Associação dos Médicos de Santos.

                   Muito obrigado.

                   Braz Antunes Mattos Neto

                   Vereador – Líder do PPS.