'Animais em cativeiro' é tema de audiência

A forma como são tratados os animais que vivem no Orquidário, Aquário e Jardim Botânico Chico Mendes foi um dos temas de concorrida audiência pública realizada na Câmara Municipal.

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Cerca de 35 pessoas participaram da reunião entre elas, Wânia Seixas,
titular da pasta de Turismo, Rita Caramez, chefe da Coordenadoria de
Proteção à Vida Animal, da Semam, técnicos dos equipamentos municipais e
grande número de protetores e ativistas do movimento em defesa dos animais, além dos vereadores Benedito Furtado, Suely Morgado, Marcelo Del Bosco e Fábio Nunes.


Para o vereador Benedito Furtado (PSB), que preside a CEV e conduziu a
audiência, ¨o resultado do encontro foi muito positivo¨, não só porque
muitas dúvidas foram esclarecidas, como também pela oportunidade de
conhecer os bastidores desses equipamentos municipais, que exigem enorme
infra-estrutura e manejo correto dos animais, dentro dos princípios
legais e da sustentabilidade.


¨Já passei por três legislaturas e não conhecia o funcionamento desses
parques¨, admitiu Furtado, elogiando o trabalho realizado pelos técnicos.
Somente no Orquidário vivem 600 animais de cem espécies diferentes, cada
qual exigindo um tipo de tratamento, além da fauna visitante. No Orquidário
também acabam desaguando dezenas de animais acidentados, a maioria com
fraturas graves ou traumatizados, trazidos por técnicos do IBAMA ou
particulares, sem contar aqueles que querem se desfazer de seus animais
silvestres, como papagaios, indiferentes ao estresse que eles sofrem com a
mudança de moradia, exigindo longos períodos de tratamento e adaptação.


Também foi esclarecido o perigo que os gatos ali abandonados,
(transmissores em potencial de toxoplasmose, por meio das fezes) , podem
representar para o plantel de animais silvestres , especialmente para
espécies primatas como saguís, nos quais a doença é fatal. ¨Gatos não
podem ficar no parque em hipótese nenhuma¨, alertou a bióloga Marisete
Fernandes Bandini, lembrando que o local também abriga espécies silvestres
ameaçadas de extinção.


Chamou a atenção o grande número de funcionários envolvidos em diferentes
tarefas no cuidado dos animais, desde a escolha criteriosa de alimentos,
até os cuidados médicos visando a boa saúde física e emocional dos bichos
que vivem em cativeiro, sem contar animais visitantes, que utilizam o
Orquidário como refúgio. Foi mostrado como ocorre a quarentena, tratando-se
de animais novos, série de cuidados na medicina preventiva e ainda o
trabalho realizado nos laboratórios de necrópsia, especialmente no Aquário
onde há equipamentos de última geração.


A responsável pelo Parque Zoobotânico do Orquidário, Greicilene Regina
Pedro, engenheira agrônoma definiu as ações ali realizadas como ¨trabalho
de formiguinha¨, lembrando que o Parque, inaugurado em 1945, recebeu em
2006 um total de 188 877 visitantes, o segundo mais visitado do Estado. O
Coordenador de Parques Turísticos Marco Antônio Rodrigues salientou o
importante trabalho de educação ambiental conduzido nesse equipamento com envolvimento de jovens e estudantes e a obediência às rígidas normas do Ibama.


Os cuidados também envolvem a escolha correta de plantas e árvores que ajudem a atrair a fauna visitantes, como beija-flores e resistam à ânsia
de consumo alimentar dos papagaios.


Entre as boas notícias anunciadas pela Secretária de Turismo, Wânia Seixas
está o projeto de reforma total do Orquidário, com recursos em torno de R$ 6
milhões solicitados ao Governo Federal, visando dotar o parque de mais
segurança, instalar laboratórios e embelezar todo o conjunto do parque.


Denúncias esclarecidas

Maus-tratos a gatos que são abandonados no Jardim Botânico, falta de
segurança no Orquidário, recente acidente que ocorreu no local quando uma
macaca-aranha fugiu e acabou sofrendo choque elétrico ao subir num poste de energia, morte de muitos animais no tanque oceânico do Aquário, além da
suposta venda de exemplares de peixes foram algumas da denúncias levantadas durante a audiência.


A maioria dos participantes aceitou as explicações feitas, inclusive o
emocionado relato de Greicilene Pedro, que chorou muito ao relatar a
necessidade de amputar membro da macaca aranha que sofreu descarga elétrica em sua fuga no Orquidário. ¨Existe muita vigilância mas fugas acontecem infelizmente¨. O trabalho realizado por tratadores, biólogos,
zootecnistas, nutricionistas, médicos veterinários e outros técnicos do
Orquidário e Aquário pesou e foi reconhecido pelos membros da CEI.


Já o problema em relação aos cães, gatos e filhotes deixados nesses
equipamentos é culpa da própria população que adota comportamento cultural errôneo ao abandonar seus animais, assinalou, a presidente da Ong Defesa da Vida Animal, Marília Asevedo, no final das exposições.


Foi utilizada na audiência data show, facilitando a divulgação das fotos de
dependências e equipamentos. A exceção ficou por conta da apresentação feita pelo coordenador do Jardim Botânico Chico Mendes, André Luiz dos Santos que alegou falta de recursos para uma melhor exposição. Ele citou algumas dificuldades na vigilância do Jardim Botânico, em razão da extensão do parque de 98 mil m2 mas garantiu que a Prefeitura deve instalar câmeras de monitoramento.


André Luiz também desqualificou a denúncia de que nos lagos do parque
haveria afogamento sistemático de gatos, enfatizando que o episódio que
ganhou espaço na mídia nunca foi presenciado por funcionários e nem mesmo
por freqüentadores assíduos do Botânico (foram entrevistadas 50 pessoas).
¨Soubemos apenas de um único caso de filhote de gato que apareceu boiando no lago no dia seguinte à publicação de matéria no jornal A Tribuna, com base em denúncia de uma protetora¨.


-------------------------------------------------------------------------Vereador Benedito Furtado (PSB)
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