"Agora quem dá bola é..." Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro

Compartilhe!

2 curtiram

Só com muita coragem para recusar dezenas de milhões de euros pelo passe do jogador sensação do momento. Pois foi isto que o atual presidente do Santos Futebol Clube, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, fez . Não apenas manteve Neymar no Santos, como mudou toda a lógica do futebol no Brasil.

Conhecido como LAOR, as iniciais de seu nome, este santista tem na ousadia sua principal marca profissional. Cresceu em SP, estudou no colégio São Luis, freqüentou o Clube Harmonia. Aos 16 anos, virou presidente da União dos Estudantes Secundaristas Paulistanos. Aos 20, em Brasília, foi Oficial de Gabinete do Ministério da Educação. Com o golpe de 1964, largou a Faculdade de Ciências Sociais da USP para montar seu escritório de publicidade.

Antes dos 30 anos, deixou a publicidade para trabalhar com avaliação imobiliária. Na função de Diretor de Patrimônio do Banespa foi convidado pelo ex-jogador Zito para o Conselho do Santos F.C. em 1985.  Durante o governo Sarney, tornou-se Chefe de Gabinete do Ministério da Fazenda e depois, Diretor do Banco Central.

Este bemsucedido homem de negócios herdou do avô Álvaro não apenas  o sangue sergipano, mas a paixão pelo Santos. O avô assumiu a presidência do clube entre 1914 e 1917 e comprou o terreno da Vila Belmiro. Morreu na véspera da inauguração do estádio, mas seu neto trouxe modernidade e popularidade à gestão do Clube, com uma Libertadores nas mãos.

Álvaro não é um dirigente comum. Conselheiro do Santos, depois de dois meses entre a vida e morte, vítima de infarto, aceitou o primeiro convite à presidência do Clube em 2003. Saiu derrotado, mas vivo o suficiente para ganhar em 2009.

Até Álvaro de Oliveira aparecer no esporte, os empresários dos jogadores de futebol forçavam a saída dos melhores para que o clube recebesse a multa rescisória e eles ganhassem comissão. O grande adversário desta prática é  LAOR. Até 2014, Neymar é do Santos. Após a Copa, ele estará livre para fechar com outros times, pois, com a Lei Pelé, o jogador é como outros trabalhadores do Brasil, livre após o final do contrato de trabalho.

Se a década de 80 viu a “Democracia Corinthiana”, o século XXI  tem o “Parlamento Santista”, com uma gestão descentralizada do Clube e um grupo de empresários de peso, dispostos a dar parte de seu tempo ao Santos, através de sua experiência e contatos. O Parlamento deu certo.

A solenidade foi presidida pelo vereador Marcelo Del Bosco Amaral e o título de "Cidadão Emérito de Santos" entregue pelo vereador e presidente do Legislativo santista Manoel Constantino, no último dia 28.

Gabinete da Presidência