Abusos sexual e moral na Guarda: mais três serão convocados para depor

CEI também vai apurar suposta retaliação aos denunciantes

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Além dos depoimentos de mais dois guardas municipais que já estavam previstos, a Comissão Especial de Inquérito (CEI), que apura denúncias de abusos sexual e moral na corporação, também vai convocar o inspetor denunciado, uma guarda municipal e a guardiã-cidadã que teria sido vítima de estupro.

A decisão do grupo foi tomada nesta quinta-feira (dia 17 de novembro) durante os depoimentos dos guardas Adriano Tadeu Botelho e Josef Magalhães Zabot. Os dois repetiram os relatos de humilhação publicados na imprensa e confirmados por Daniel Lopes dos Santos Cubells e José Roberto Laurindo dos Santos (membros da corporação que depuseram na CEI no dia 8 de novembro), mas acrescentaram à investigação uma nova denúncia: represália.

Segundo Botelho e Magalhães, no dia seguinte ao depoimento de seus companheiros na CEI, um dos guardas foi transferido do Canil para um antigo posto da GM desativado, no Valongo. Como o local estaria em condições insalubres, o cão da corporação remanejado junto com o guarda teria ficado doente.

Para apurar a possível retaliação, uma subcomissão formada pelos vereadores Adilson Junior (PT), Antonio Carlos Banha Joaquim (PMDB) e Sadao Nakai (PSDB) foi formada. O grupo visitará o posto na próxima segunda-feira (dia 21), às 15 horas.


Justiça

Xingamentos, choques e o uso de armas de airsoft (que disparam balas de plástico) contra os subordinados foram relatados por Botelho e Magalhães como parte da rotina de humilhações que os guardas municipais lotados no Canil eram submetidos. Ao observarem uma foto que integra documentação da Comissão Permanente de Inquéritos e Sindicâncias (Cominq) da Prefeitura e mostrada aos depoentes pelo presidente da CEI, o vereador Reinaldo Martins (PT), os dois confirmaram se tratar do autor dos abusos.

“Eu estou aqui em busca de justiça. Pelo desrespeito e humilhação que nós passávamos”, argumentou Botelho ao justificar a decisão de denunciar o superior. “Esta pessoa nunca poderia estar num cargo de chefia”.

Da mesma forma, Magalhães disse que não quer que ninguém da Guarda e da Prefeitura sofra esse constrangimento. “É ridículo isso acontecer no serviço público. É uma vergonha”, resumiu.

Assim como nos depoimentos anteriores, Botelho e Magalhães confirmaram a participação de uma guarda municipal nas humilhações. Com o respaldo do superior, ela teria atitudes arrogantes com o grupo. Por isso, o colegiado decidiu convocá-la para depor.

Questionados sobre o suposto episódio de abuso sexual envolvendo o superior e uma guardiã-cidadã que trabalhava no Canil, os guardas disseram que não presenciaram nada, mas que tinham conhecimento do caso.


Assessoria de imprensa

Câmara Santos

3211-4145