2ª Semana Martins Fontes prossegue até hoje

Comemoração integra Calendário Oficial

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Até o próximo dia 23 de junho/2008, Santos respirará poesia. É que já começou a 2ª Semana Martins Fontes, uma parceria entre a Prefeitura e a Câmara Municipal de Santos.
 
Instituída no Calendário Oficial do Município através da Lei nº 2445/07, de autoria do Vereador Braz Antunes Mattos Neto, a Semana homenageia o poeta santista José Martins Fontes, nascido em 23 de junho de 1884 e falecido em 25 de junho de 1937, autor de obras valiosas, com mais de 80 títulos publicados em poesia e prosa, além de algumas de caráter científico.
 
O evento tem o apoio das Secretarias Municipais de Cultura e Educação, Academia Santista de Letras, Pinacoteca Benedito Calixto, Instituto Histórico e Geográfico de Santos, Academia Feminina de Ciências, Letras e Artes de Santos, Sociedade dos Poetas Vivos, Grupo Cantigas Praianas, Clube de Poetas do Litoral, Clube dos 21 Irmãos Amigos de Santos, Rotary Club de Santos-Boqueirão e Rotary Club de Santos-Praia.
 
A Semana Martins Fontes foi aberta oficialmente em Sessão Solene na Câmara Municipal de Santos no último dia 17 , às 19 horas, na Sala Princesa Isabel (1º andar do Paço Municipal). Na oportunidade, o Vereador Braz Antunes fez o discurso de abertura. A solenidade contou com a apresentação do Coral Eco (alunos da UME - Lourdes Ortiz) e da participação do Clube de Poetas do Litoral.
 
Verifique a programação completa:
 
Dia 18 – 20h – Clube dos 21 Irmãos Amigos de Santos promove jantar no Le Coq D’Or (Hotel Mendes Plaza – Av. Mal. Floriano Peixoto, 42 - convites por adesão até três dias antes pelo telefone 3222-7824) e apresentação de Momento Poético sobre Martins Fontes, na Academia Santista de Letras.
 
Dia 19 – 7h30 – Rotary Club de Santos - Boqueirão: Palestra “A dança na obra de Martins Fontes”, proferida pela Dra. Maria Zilda da Cruz (Presidente da Academia Feminina de Ciências, Letras e Artes de Santos; Membro da Diretoria da Academia Santista de Letras e Doutora em Psicologia pela USP) e café da manhã, por adesão, até três dias antes pelo tel. 9782-3719. Local: Tênis Clube de Santos (Rua Minas Gerais, 37).
 
19h30 – Rotary Club de Santos - Praia: Palestra com a escritora Edith Pires Gonçalves e jantar, por adesão, até três dias antes pelo tel. 3234-7903. Local: Edifício Rotary – Av. Ana Costa, 151
 
Dia 20 – 20h30 – Grupo Cantigas Praianas apresenta o Concerto de Leitura “São João em Samangolê”, com acompanhamento do violonista José Dario dos Santos. Local: Instituto Histórico e Geográfico de Santos (Av. Conselheiro Nébias, 689)
 
Dia 21 – 17h – Academia Feminina de Ciências, Letras e Artes de Santos apresenta Coral com regência da Maestrina Meire Berti Gomiero Fonseca e a Sociedade dos Poetas Vivos apresenta o espetáculo literomusical “Martins Fontes, Essência do Amor”. Local: Pinacoteca Benedito Calixto.
 
Dia 22 – 9h – Academia Santista de Letras realiza a Romaria dos Cravos Vermelhos. Encontro no portão do Cemitério do Paquetá, rumo ao túmulo de Martins Fontes para deposição de cravos.
 
10h às 15h – Secult promove o Projeto “Leitura na Praia”. Local: Jardim da Praia (canal 2), junto ao Busto de Martins Fontes.
 
Dia 23 – 10h – Solenidade de Encerramento da Semana Martins Fontes na Academia Santista de Letras, ocasião em que será comemorado o aniversário de 52 anos da Academia, Premiação do Concurso Literário “Santos, Cidade do Patriarca”, lançamento da quinta edição da Revista Literária e apresentação do Coral Vozes de Esperança, com poesias de Martins Fontes musicadas pela regente Glorinha Velloso. Local: Praça José Bonifácio, 59 – 3 andar.

DISCURSO DO VEREADOR BRAZ ANTUNES MATTOS NETO , LÍDER DO PPS, NA ABERTURA DA “SEMANA MARTINS FONTES”, EM 18 DE JUNHO DE 2008, NA SALA PRINCESA ISABEL DA CÂMARA MUNICIPAL DE  SANTOS.
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Srs. e Sras....
Minhas amigas e meus amigos...

Estamos hoje, com muita alegria e muito orgulho, abrindo oficialmente a segunda “Semana Martins Fontes”, instituída pela Lei nº 2445/ 2006, de autoria deste Vereador,  por sinal uma das ações políticas  mais gratificantes do meu  mandato.

Especialmente pelo fato fundamental de que este pedido da Academia Santista de Letras, através da incansável e brilhante Presidente Maria  Araújo, permitiu a concretização da missão mais nobre que pode ter um Vereador:  saudar e exaltar  uma das maiores expressões santistas de todos os tempos e levar a sua obra, a sua vida e a sua mensagem a  todas as gerações de santistas.

Talvez esta importância resida na esperança  de que seja possível repartir uma parcela  do brilho, do porte e do talento de Martins Fontes, para que todos nós, santistas, possamos ser um pouco melhores como cidadãos, um pouco mais ricos em talento, em grandeza da alma, em generosidade e consciência da verdadeira condição humana.

Dizem os estudiosos, que geralmente são também poetas, que a palavra de Martins Fontes era  a palavra de uma pessoa entusiasmada com a vida, com a arte, com a criação poética, com as pessoas.                      
              
E um grande entusiasmo, é claro, por Santos e sua gente.
 
Esperemos sinceramente que um pouco deste entusiasmo permaneça eternamente impregnado nesta nossa amada Cidade, inspirando corações e mentes, iluminando almas, construindo universos.
 
Médico por profissão e humanista por  convicção, Martins Fontes cultivou versos como quem lapidasse o mais puro dos diamantes, construindo inclusive um precioso esquema de rimas triplas, que obviamente exigia uma enorme capacidade mental e um absoluto  poder  de concentração.

E cultivou ao mesmo tempo a amizade e o respeito de grandes figuras da nossa História, como Olavo Bilac, Coelho Neto, Mário de Andrade e tantos outros.

Todos os santistas precisam ser devidamente informados, especialmente as novas gerações, que Martins Fontes é reconhecido como um dos grandes poetas brasileiros, autor de uma obra exuberante. E que foi, citando as palavras de Coelho Neto, “grande pelo talento e sublime pela bondade”.

O “Poeta Vulcão” iluminou a vida santista e construiu, ao lado de nomes como Vicente de Carvalho e Rui Ribeiro Couto, entre outros vultos de importância nacional, uma herança cultural  de proporções cósmicas. Que sem dúvida deveria ser melhor aproveitada  e melhor divulgada.

Mas creio que não cabe propriamente a um leigo como este Vereador louvar qualidades que foram, anteriormente, realçadas por pessoas de muito mais talento e conhecimento, além de uma preciosa intimidade com a arte poética.

A um leigo como  este humilde admirador, cabe somente criar as condições políticas e institucionais para  que o trabalho e o pensamento de Martins Fontes permaneçam vivos, cada vez mais revigorados.
         
Ao falar neste mesmo local por ocasião da primeira “Semana Martins Fontes”, citei com grande satisfação o pedido de minha autoria para a criação de um fundo especial destinado à publicação exclusiva de autores santistas. Continuo defendendo esta mesma proposta, da mesma forma que ouso  propor igualmente que haja uma reedição das obras completas de José Martins Fontes.

Assim como ouso mais ainda, pregando a necessidade de que os versos de Martins Fontes sejam lidos e estudados nas escolas Municipais, ao lado de obras de tantos outros santistas de real  valor.
 
No mínimo, para que possamos mostrar às nossas crianças que  carregamos no coração  um bem precioso, que é esta herança maíscula, este tesouro  em forma de literatura, de poesia, de cultura, de vida.

E neste momento, faço questão de agradecer a todos os presentes, a todos os cultores da memória de Martins Fontes, a todos  que se dedicam à literatura e às artes, por  terem me permitido   participar,  como agente político,  desta justa  homenagem .

Agradeço de forma especial à Academia Santista de Letras,  que de forma tão siginificativa prestou uma marcante homenagem  à minha pessoa, em 7 de maio, pela autoria da lei que instituiu a “Semana Martins Fontes”. São fatos como este que criam o ânimo necessário para  prosseguir na vida política.

Para encerrar, peço licença para  evocar o lado mais social e , digamos, engajado, de Martins Fontes, no poema “O Povo”:

“O povo és tu, sou eu: nós somos povo.
E bendigamos a perfeita graça
De pertencer à multidão, à massa,
Diante da qual me inclino e me comovo.

Dela é que há de surgir o mundo novo.
E partícula dessa populaça,
Sinto que a prepotência me espedaça,
Mas do posto em que estou não me demovo.

Esqueço a Torre de Marfim da lenda.
E, a clarinar me envolvo na contenda,
Ressangrando às pedradas e aos apodos.

Nada de caridade ou de piedade.
Mas de união ou solidariedade,
Sendo todos por um, sendo um por todos”.

Muito obrigado a todos.