Escola Carmelita recebe homenagem

Câmara Municipal de Santos entregou Placa Comemorativa à “Escola Municipal de Ensino Especial Professora Maria Carmelita Proost Villaça”.

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A Sessão Solene comemorou os 45 anos de existência da entidade, em cumprimento do decreto Legislativo nº 22/2005.

O evento realizou-se na Sala Princesa Isabel, situada no primeiro andar do Paço Municipal de Santos, Praça Mauá s/nº.

Durante a Solenidade, a Vereadora Suely Morgado (PT) fez o discurso de saudação.


Pronunciamento da Vereadora Suely Morgado na Solenidade de entrega a Placa Comemorativa à escola de Educação Especial Carmelita Proost Villaça .

Sala Princesa Isabel – 27/09/2005

 

 

            A Escola Municipal de Educação Especial Professora Maria Carmelita Proost Villaça completou 45 anos de serviços prestados à comunidade, sendo considerada escola-modelo e referência de qualidade de ensino.  A unidade possui 14 salas de aula, além de biblioteca, salas para oficinas pedagógicas de expressão corporal, artes plásticas, cozinha, meio ambiente, informática, marcenaria, arte em papel, cerâmica e pintura.

            A história do Carmelita começou em 1959 quando um grupo técnico da Secretaria de Saúde fez um levantamento nas escolas municipais para apurar o elevado número de repetências e verificou a existência de um grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem. A Prefeitura criou então duas salas de aula para que fosse iniciado um trabalho específico com essas crianças, dando origem ao Centro de Orientação Infantil.

            Em 20 de agosto de 1960, foi fundada a Escola Maria Carmelita Proost Villaça, que inicialmente funcionava mais com recursos da Secretaria da Saúde. O êxito da experiência fez com que a unidade fosse assumida pela Seduc e a ação pedagógica passou a ser mais enfatizada. Em 1973, a escola foi ampliada, transformando-se no prédio que existe até hoje, na rua Aristóteles de Menezes, 11, na Ponta da Praia.
  

            Trabalhar em uma escola de educação especial não é uma tarefa fácil. Mas, por que será que há tanta paixão por parte dos educadores quando trabalham com a criança e o adolescente especial? Afinal, os desafios são enormes, as dificuldades também. As respostas ao aprendizado são imprevisíveis e o compromisso do professor precisa ser absoluto. Ao cursar o Magistério, decidi especializar-me em Educação Especial e o período em que me dediquei a essa atividade foi extremamente gratificante para minha carreira e como engrandecimento pessoal.
 

            Educadores, alunos e pais estabelecem uma relação de cumplicidade. Juntos, ultrapassam as diferenças, não se acomodam com as barreiras e embrenham-se na busca do desenvolvimento e da formação daqueles jovens que chegam por vezes com diagnósticos pouco animadores. Mas quantas vezes nos surpreendemos com a evolução dos alunos, com reações inesperadas, que derrubam as previsões mais pessimistas?

            Cada gesto, cada sorriso, cada pequeno movimento é comemorado por todos como uma vitória que ilumina a alma e aumenta o prazer de estarmos neste mister. Certamente é por isso que a ligação entre os profissionais que estão ou que já passaram pelo Carmelita seja tão intensa, tão profunda. No contato com as crianças especiais, passamos a enxergar a essência das pessoas e a ter paciência, humildade e perseverança.

            A energia encontrada no Carmelita é resultado do carinho e dedicação de toda a comunidade escolar. Se atualmente o Carmelita é referência em sua área, muito se deve às profissionais que passaram por lá ou que labutam ainda hoje. É o caso de Anita Oliveira de Oliveira, Maria Helena Gomes, Edilena Sudan Gomes, Íris Rosina Neves Lopes e Ana Lúcia Corralo, entre outras, que deixaram sua marca pessoal na direção do estabelecimento.

            Poderia falar de inúmeros educadores que passaram pela escola, mas vou relembrar a professora Eurídice Marques Starck, já falecida, como símbolo de todas as outras. Eurídice entregou-se à causa da educação especial e teve passagem marcante pela escola. Estou convencida de que a atual diretora, Magda Aparecida Bernardes da Silva, e os atuais educadores e funcionários também seguem esse espírito. 

            Os professores e técnicos do Carmelita honram o nome da escola, dado em homenagem a uma professora que desprendidamente destinava parte de sua remuneração para a compra de roupas, lanche, uniforme e objetos escolares para os alunos carentes. A professora Carmelita foi diretora da Associação Prato de Sopa Monsenhor Moreira durante 30 anos. Morreu com apenas 45 anos de idade, em 13 de setembro de 1958, deixando um legado de abnegação ao ensino, marca de quem amava sua profissão e encarava o Magistério como uma missão.

            Hoje estamos sob a égide da inclusão e sabemos que os alunos especiais têm os mesmos direitos que qualquer outro. Devemos lutar para que eles vivam em liberdade e possam estar inseridos no meio social. Entretanto, sabemos também que há necessidade de recursos para o pleno desenvolvimento educacional desses jovens. A escola de nossos sonhos, com oficinas, piscina, amplos jardins, salas ambientes, equipe multiprofissional, não é uma realidade para todas as crianças do Brasil. Carecemos de melhor qualidade de ensino em nossas escolas públicas. Não podemos brincar de incluir e alijar dentro da sala de aula, mantendo alunos especiais sem a infra-estrutura imprescindível para o processo pedagógico.

            Nesse contexto, o trabalho desenvolvido no Carmelita deve nortear os responsáveis pela política de inclusão nas escolas, pois é lá que se une o profissionalismo com o amor ao próximo.