Villas Boas lembrou que as armas hoje disponíveis em países do planeta são capazes de dizimar, em segundos, uma população e a própria história da civilização. “Um papiro da Biblioteca do Cairo não tem preço, pois representa a cultura da humanidade”, e disse ser preocupante o fato de, apesar de todo o avanço tecnológico, o mundo ainda contar com governantes que priorizam o fator econômico em detrimento da vida e do patrimônio da humanidade. “Construir um mundo diferente é o desafio que hoje enfrentamos”, afirmou, acrescentando que a Sessão Solene se insere nessa perspectiva de fortalecer a paz e a convivência pacífica entre os seres humanos, sejam qual forem suas origens”.
O vereador se disse orgulhoso de, nos 18 meses de seu mandato (na suplência, ele assumiu o cargo em função do falecimento da vereadora Luzia Neófiti), ter demonstrado, na tribuna da Câmara, sua indignação e protestado contra a atitude de governos contra países árabes.
Externando sua satisfação com a homenagem prestada pela Câmara, uma vez representar o conjunto da população santista, Omar Assaf lembrou o sacrifício dos que cruzaram 12 mil quilômetros de terras e mares para chegar ao Brasil, em busca de uma oportunidade e de uma chance de recomeçar sua vida, escorraçados de seus países, primeiramente pelo Império Otomano e depois pelas guerras mundiais. Ele também citou questões geopolíticas como a motivação principal para a beligerância contra os muçulmanos, fato que atravessa os séculos, destruindo vidas em troca de riquezas materiais.
Assaf lembrou ainda que o Islã é edificado sobre cinco pilares, semelhantes aos da religião cristã: Deus, que é Alá na religião islâmica; a prática da oração; a caridade para com o próximo; o jejum, como forma de conhecer o sofrimento dos menos favorecidos, e a peregrinação a Meca, “que não é obrigatória, mas sim facultativa, podendo ser revertido para os necessitados o dinheiro da viagem”. Em sua opinião, hoje se associa ao muçulmano todo o tipo de atrocidade, embora no Brasil esse povo só tenha gerado riquezas, contribuindo com a sociedade em todas as áreas do conhecimento.
“A paz não pode ser obtida com inversão de valores. Nossa religião prega a paz, respeita a mulher, não admite o racismo e repudia a inveja”, prosseguiu o presidente da Sociedade Beneficente Islâmica, frisando que a homenagem prestada pela Câmara é da maior importância para a comunidade, por reconhecer sua existência dentro da sociedade santista.
Após uma reflexão do Alcorão, o livro sagrado do islamismo, a cargo de Mohamad Ali Malat, diretor da Sociedade Beneficente Islâmica, considerada por José Lascane como “uma bênção, cujos fluidos certamente elevarão os nossos espíritos para a paz e a liberdade entre os povos de todas as nações,” foi encerrada a Sessão Solene, com confraternização dos convidados.