Câmara comemora 27 anos da Sociedade Islâmica em Santos

A inversão de valores da sociedade atual, na qual o poder da arma desafia valores, prevalece sobre patrimônios da humanidade e desconsidera a própria vida, foi enfatizada na noite de 20 de dezembro pelo vereador Uriel Villas Boas (PCB), durante Sessão Solene realizada na Sala Princesa Isabel, da Câmara, em comemoração aos 27 anos de fundação da Sociedade Islâmica do Litoral Paulista. A cerimônia, presidida pelo vereador José Lascane (PSDB), contou com a presença de OmarAssaf, presidente da entidade islâmica, que recebeu placa do Legislativo, marcando a homenagem, entre outras autoridades dessa comunidade.

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            Villas Boas lembrou que as armas hoje disponíveis em países do planeta são capazes de dizimar, em segundos, uma população e a própria história da civilização. “Um papiro da Biblioteca do Cairo não tem preço, pois representa a cultura da humanidade”, e disse ser preocupante o fato de, apesar de todo o avanço tecnológico, o mundo ainda contar com governantes que priorizam o fator econômico em detrimento da vida e do patrimônio da humanidade. “Construir um mundo diferente é o desafio que hoje enfrentamos”, afirmou, acrescentando que a Sessão Solene se insere nessa perspectiva de fortalecer a paz e a convivência pacífica entre os seres humanos, sejam qual forem suas origens”.
          O vereador se disse orgulhoso de, nos 18 meses de seu mandato (na suplência, ele assumiu o cargo em função do falecimento da vereadora Luzia Neófiti), ter demonstrado, na tribuna da Câmara, sua indignação e protestado contra a atitude de governos contra países árabes.

           Externando sua satisfação com a homenagem prestada pela Câmara, uma vez representar o conjunto da população santista, Omar Assaf lembrou o sacrifício dos que cruzaram 12 mil quilômetros de terras e mares para chegar ao Brasil, em busca de uma oportunidade e de uma chance de recomeçar sua vida, escorraçados de seus países, primeiramente pelo Império Otomano e depois pelas guerras mundiais. Ele também citou questões geopolíticas como a motivação principal para a beligerância contra os muçulmanos, fato que atravessa os séculos, destruindo vidas em troca de riquezas materiais.

          Assaf lembrou ainda que o Islã é edificado sobre cinco pilares, semelhantes aos da religião cristã: Deus, que é Alá na religião islâmica; a prática da oração; a caridade para com o próximo; o jejum, como forma de conhecer o sofrimento dos menos favorecidos, e a peregrinação a Meca, “que não é obrigatória, mas sim facultativa, podendo ser revertido para os necessitados o dinheiro da viagem”. Em sua opinião, hoje se associa ao muçulmano todo o tipo de atrocidade, embora no Brasil esse povo só tenha gerado riquezas, contribuindo com a sociedade em todas as áreas do conhecimento.

          “A paz não pode ser obtida com inversão de valores. Nossa religião prega a paz, respeita a mulher, não admite o racismo e repudia a inveja”, prosseguiu o presidente da Sociedade Beneficente Islâmica, frisando que a homenagem prestada pela Câmara é da maior importância para a comunidade, por reconhecer sua existência dentro da sociedade santista.

          Após uma reflexão do Alcorão, o livro sagrado do islamismo, a cargo de Mohamad  Ali Malat, diretor da Sociedade Beneficente Islâmica, considerada por José Lascane como “uma bênção, cujos fluidos certamente elevarão os nossos espíritos para a paz  e a liberdade entre os povos de todas as nações,” foi encerrada a Sessão Solene, com confraternização dos convidados.