Prestar homenagem é incumbência muito gratificante. Enaltecer qualidades produz um sentimento que engrandece a quem o faz. Por outro lado, as mesmas razões que provocam em nós esse sentimento, também atribuem-nos responsabilidades e preocupações, sobretudo a de que, nossas palavras possam não elevar a homenagem à altura do homenageado.

Homenagear na Câmara Municipal uma igreja é principalmente destacar seu trabalho em prol da comunidade. É para o político mais do que uma liturgia. Significa a oportunidade exteriorizar todas as suas convicções pessoais, que digam respeito à valorização da cidadania e seu exercício, as quais ele expõe publicamente como modelo para a sociedade, recorrendo a entidade homenageada.

Mas estamos falando de um ente espiritual. A igreja é o corpo de Cristo., que se reúne em todo lugar e no templo. É a igreja templo de Cristo que homenageamos., nas pessoas do seu sacerdote e do seu corpo.

Falar da igreja São Judas Tadeu é recordar os melhores 20 anos de minha vida. Nasci e vivi todo esse tempo perto dessa igreja. Na minha infância era raro o dia em que não passava por ela. Acompanhei sua construção e a chegada do Pe. Roque Murano, com quem tantas vezes, menino, foi pedir a bênção.

Qual foi minha surpresa ao constatar nos registros que recebi, que em 1957 o Sr. Bispo Diocesano visitou a paróquia achando o serviço muito moroso e deixou recomendações sobre o seu andamento. Esse fato também me deixava, um garoto de 11 anos já com vocação para a engenharia, ansioso de ver a igreja construída.

Mas a oportunidade de hoje além do privilégio da homenagem, também me possibilitou conhecer que a igreja que tanto eu queria ver pronta, foi projetada originalmente por Benedito Calixto de Jesus Neto, arquiteto da Basílica Nacional da Aparecida do Norte e neto dum dos maiores artista-pintor do Brasil, nascido em nossa região.

Na São Judas Tadeu tive as minhas primeiras experiências espirituais. Nela vim conhecer o cristianismo, que hoje e até o final dos meus dias sustentará minha vida e sei que sou abençoado por isso. Nessa igreja fiz a minha primeira e tantas outras comunhões.

O rebanho da São Judas Tadeu tem um pastor, cuja vocação sacerdotal conduz essa comunidade na semeadura da árvore do amor, com raízes, tronco, flores e frutos, como o sermão do Padre Vieira. A árvore da vida, alimentando de amor ao próximo, fundada nas raízes do Evangelho, de um só tronco que constitui uma comunidade forte e que sustenta seus ramos, flores e frutos. Ramos que crescem em obras sociais. Flores que unem as pessoas, como formosas flores da laranjeira, prenunciando os frutos. Os frutos da salvação, da família e da paz que vem de Cristo.

Jamais se falará da igreja São Judas Tadeu sem ser citado o Pe. Francisco Leite, carinhosamente chamado de Padre Chiquinho. Anunciador do testemunho de Deus, sua pregação é demonstração de Espírito e de poder. Seu amor pelo o próximo o transformou em semeador de Evangelho. Sua energia e sua força, produz uma luz que faz do seu semear o sublime de Tadeu e sua valentia uma obra grandiosa.

São tantas as suas maneiras de convocar e motivar a comunidade da igreja a ter fé e realizar Obras, para converter o mundo e ter vida abundante. Pregador e semeador, é ação que move a igreja para tantas obras que são referência na cidade, para acolher com mesmo amor crianças, jovens e adultos necessitados.

Natural de Prainha, hoje Miracatu, Padre Chico transferiu-se aos 12 anos de idade para Santos onde cursou o Seminarinho.

Daqui foi para Campinas onde ganhou uma bolsa de estudos e foi para Roma.

Bacharelou-se e licenciou-se em Filosofia e teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Entre vários cursos, ordenações e títulos, o último recebido de Roma em 1985 foi de Monsenhor.

Professor e Diretor Geral da Sociedade Visconde de São Leopoldo, membro do Conselho Presbiterial, Padre Chico colocou toda sua bagagem intelectual à disposição dos mais simples e humildes. De todas as atividades humanas exercidas em especial na Paróquia São Judas Tadeu, há que se ressaltar a sua dedicação ao menor carente, estando construindo um Centro de Convivência que vai abrigar 160 menores em regime de semi-internato na Rua Alberto Veiga, 21.

Junto com a comunidade da igreja, construiu o centro Comunitário que serve aos bairros do Marapé, Vila Belmiro e Campo Grande. O prédio com quatro andares coloca à disposição do bairro vários cursos.

Padre Chico está à frente da paróquia São Judas Tadeu há 36 anos. Aí formou a comunidade forte com mais ou menos 40 pastorais e vários grupos. A ÚLTIMA É A Pastoral da Criança e o trabalho Missões e a Pastoral para a 3ª idade.

A história da Paróquia São Judas Tadeu conta com amor um belo trecho da história da cidade de Santos. Quem vive nesta terra de Brás Cubas e não conhece esta paróquia, tão famosa por seus alegres e festivos eventos?

Igreja forte com comunidade bem enraizada no cristianismo é dos símbolos do simpático bairro do Marapé.

Sua pedra fundamental foi lançada em 1º de janeiro de 1949 e suas obras foram iniciadas em 13 de novembro de 1949, que hoje estaria completando 55 anos, segundo o pesquisador José da Costa Ramos.

Entretanto, 9 de agosto de 1954 ficou estabelecida a data oficial da fundação da igreja, no bispado de D. Idílio José Soares, quando o Mons. Primo Motta Vieira deu posse ao Pe. Roque Murano..

Foi em 4 de fevereiro de 1968, que o Padre Francisco Leite tomou posse na igreja São Judas.

Comemorar o Jubileu de Ouro da Paróquia São Judas Tadeu é celebrar 50 anos de vida de uma comunidade que mudou a vida de uma cidade. Além do trabalho de evangelização, realizou grandes obras voltadas à área social.

Entre as várias atividades criadas pelo  padre Chico, destacamos aqui o Grupo T.U.B.O. que atende 900 crianças do bairro e das redondezas, de 01 ano de idade até o jovem de 20 anos.

Merece destaque também a Pastoral Social que atende mais ou menos 150 famílias necessitadas. O trabalho envolve cestas básicas, orientação familiar, assistência na área de saúde. 

É a paróquia São Judas que promove a maior festa da criança da cidade. O DIA DA CRIANÇA atende 3.000 crianças dos Morros, das entidades e dos bairros.

A história da paróquia São Judas conta às obras maravilhosas, as proezas, as vitórias e as conquistas. Ela é marcada principalmente pela virtude, pela luz e pelo prêmio supremo da vocação sacerdotal do Padre Francisco Leite, o famoso Pe. Chiquinho.

Sua vida tem dignificado esta cidade e tem sido exemplo para muitas pessoas. Rogamos a Deus para lhe dar saúde e permitir que continue realizando sua obra por muitos e muitos anos. Santos, sente orgulho de te-lo como filho.

A quem honra, honras.

A paróquia de São Judas, nas pessoas do Pe. Chiquinho e sua comunidade, recebe esta homenagem da Câmara Municipal de Santos, por seu Jubileu de Ouro, homenagem esta que ficará registrada na história desta Casa, pelo carinho Poe esta cidade, e como reconhecimento do profícuo trabalho realizado para o engrandecimento da comunidade santista. Feliz aniversário.