Congregação de São José recebe Medalha Brás Cubas

Os 355 anos de fundação da Congregação das Irmãs de São José, marcados por intensa atividade cristã, social e em prol da educação e da formação integral de crianças e jovens, foram destacados pelo vereador José Lascane (PSDB), que na noite de 9 de outubro, outorgou a Medalha de Honra ao Mérito Brás Cubas à instituição, na pessoa de Irmã Rita de Cássia Nogueira, diretora do colégio, durante Sessão Solene realizada no auditório dessa tradicional unidade de ensino. A cerimônia foi presidida pelo Vereador Carlos Eduardo Adegas (PL).

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Após a execução do Hino Nacional pela pianista Regina Célia de Faria Freire, também professora do Colégio São José, o vereador saudou a congregação, lembrando sua origem e a disposição das irmãs em dar continuidade ao sonho de D. Henrique de Maupas, Bispo e Senhor de Puy (França), transformado em realidade nos idos de 1650. “A Congregação das Irmãs de São José é a realização dos ideais de São Francisco de Sales, ou seja, aliar à vida contemplativa as obras de caridade”, frisou.

 

A instituição, prosseguiu, estabeleceu-se no Brasil em 1858, com a chegada de sete religiosas para dirigir um colégio para meninas - o futuro Colégio Nossa Senhora do Patrocínio -, enviadas por Madre Maria Felicidade, Superiora Geral da Congregação, a pedido do Bispo de São Paulo, D. Antonio Joaquim de Melo. Lascane, que também foi professor do Colégio São José, comentou ainda sua profunda admiração pelo trabalho educacional promovido pela instituição, que mantém-se atualizada, sem esquecer de sua missão maior de disseminar os preceitos  cristãos e a educação voltada à cidadania.

 

Irmã Rita de Cássia proferiu os agradecimentos em nome da congregação, seguindo-se apresentações musicais. Participaram da solenidade Telmo Lara, presidente da Comissão Fiscal do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado de São Paulo; Carolina Ramos, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santos; Danilo Primo de Oliveira Pinto, II Diácomo da Loja Maçônica José Bonifácio; Maria Helena Guimarães, do Colégio Liceu Santista; Tais Stela de Burgos Pimentel, do Colégio Anglo Americano, além de assessores dos vereadores Ademir Pestana (PT) e Geonísio Pereira de Aguiar (PMDB).

          

 

Pronunciamento do vereador José Lascane, autor da propositura

 

Srs.(as) Vereadores(as)

Srs.(as) Autoridades

 

São poucas as oportunidades em que, ao longo de nossas vidas, podemos unir em um único gesto, através de uma homenagem, a satisfação e a gratidão em reconhecimento ao trabalho feito por outras pessoas. Hoje, como representante da sociedade santista, e de todos os segmentos que compõem esta Casa, temos a satisfação de reconhecer a importância do trabalho da Congregação das Irmãs de São José. E, particularmente, cabe-me a gratidão, porque pude, por um período inesquecível da minha vida, pessoal e profissional, conviver com pessoas que entendem que a bondade é o dom maior e inigualável que Deus nos concede e que devemos, sem medir esforços, colocá-lo sempre a frente de nossas vontades próprias ou limitações.

 

Quero, antes de mais nada, relembrar, para aqueles que aqui estão presentes e para aqueles que já ouviram ou fazem parte do São José, um pouco da trajetória deste incomparável trabalho – feito bem aqui, em terras santistas, apenas de coração para coração.

 

A Congregação das Irmãs de São José, fundada na cidade de Puy, na França, de 1648 a 1650, é a realização ideal de São Francisco de Sales (aliar à vida contemplativa, as obras de caridade).

 

Em 15 de novembro de 1648, D. Henrique de Maupas, Bispo e Senhor de Puy, funda a Congregação das Irmãs de São José.

 

A história da Congregação começa em Puy. Não tarda, porém, a serem fundadas diversas casas, conservando cada qual a sua autonomia. A casa do Puy foi, entretanto, considerada sempre como CASA-MÃE, como berço de uma família que se multiplica, mas não esquece sua origem.

 

Em 1858, a pedido do Bispo de São Paulo, D. Antonio Joaquim de Melo, Madre Maria Felicidade, Superiora Geral da Congregação, manda para o Brasil 7 religiosas para dirigir um Colégio para meninas, o futuro Colégio Nossa Senhora do Patrocínio.

 

Vinha como superiora Madre Maria Basília Genon, que vem a falecer durante a viagem, nas alturas de Cabo Frio.

 

Em 1859 chega madre Maria Teodora Voiron, para substituir Madre Maria Basília, conduzindo esta fundação por mais de 60 anos.

 

Em 1872 foi criada a Província Brasileira e Madre Maria Teodora nomeada provincial, posto onde permaneceu até 1921, quando é substituída por Madre Josefina D’Annunciação Gex, sua assistente. Seu provincialato durou 30 anos.

 

Foi durante o provincialato de Madre Josefina, em 1924, que se deu a fundação do Colégio São José de Santos, fundação essa organizada por Irmã Maria Simpliciana, então diretora do Colégio Externato São José de Santos, fundação essa organizada por Irmã Maria Simpliciana, então diretora do Colégio Externato São José, em São Paulo (1885).

 

Em 1923, a Congregação das Irmãs de São José deu à Irmã Maria Simpliciana, então diretora do externato São José, na Rua da Glória, em São Paulo, o encargo de organizar a fundação do Colégio São José, em Santos.

 

Em 29 de janeiro de 1924 (alguns documentos apresentam a data de 1º de fevereiro), começa a funcionar o Colégio São José de Santos, em uma residência da Rua Dr. Cochrane, nº 53, tendo como primeira aluna matriculada a Srtª Marisa Vaz Guimarães, filha do casal Dr. José Vaz Guimarães e de D. Sinhazinha Vaz Guimarães.

 

O Colégio funcionou provisóriamente neste local por mais ou menos um ano. Sempre crescendo, exigiu mais espaço. Por isso, foi construído um prédio que comportasse maior número de alunas e oferecesse mais conforto. Na Páscoa de 1925 (abril), passa a funcionar no atual prédio da avenida Ana Costa nº 373, no andar térreo já construído, com 90 alunas. Anexo ao Colégio funcionava a Capela, uma das maiores da Diocese de Santos, por sinal.

 

A partir de 1972 o estabelecimento iniciou a implantação da lei nº 5.692 de 11 de agosto de 1971, passando a se denominar Escola de 1º e 2º Graus “São José”.

 

As Irmãs responsáveis pela fundação do Colégio São José em Santos foram:

 

1.        Madre Simpliciana – Superiora e Diretora.

2.        Irmã Letícia

3.        Irmã Maria Edith

4.        Irmã Guilhermina

5.        Irmã Juliana

6.        Irmã Leontina e uma moça, Maria das Dores Mattos (Dorinha).

 

Eis o porquê da minha satisfação como homem público, em estar aqui esta noite – pois sei o quanto representa o trabalho de cada uma de vocês realizado em prol da comunidade.

 

Particularmente, como já falei, permitam-me, também quero expressar a minha gratidão às ex-alunas que fazem parte da Associação São José, pois não por acaso, e hoje eu sei bem disso, quando participei no período em que lecionava no Colégio São José- aliás, onde tive os melhores momentos de  minha vida como educador, pude aprender muito o significado deste trabalho, que hoje determina minha vida como homem público, como pai e companheiro.

 

Tenho a absoluta certeza de que a grandiosidade dos gestos das ex-alunas do Colégio São José deveria servir de exemplo aos grandes assuntos que pautam a vida pública e o cotidiano do homem comum – se assim fosse, mudaríamos significativamente, e para melhor, a sociedade em que vivemos.

 

Para finalizar, à todas aqui, presentes e aquelas que guardamos em nossos corações, quero deixar um afetuoso abraço e um pedido que, tenho certeza, irá se juntar a tantos outros: “Continuem olhando para o próximo com a mesma intenção que marcaram estes 355 anos de existência desta magnífica instituição primando pela formação e educação. Cremos, e vemos claramente, que o trabalho de vocês tem apenas uma razão, sem outros propósitos, que é o de ajudar o ser humano verdadeiramente, a qualquer hora e em qualquer que seja a situação.”

 

Santos, 9 de outubro de 2004

 

 

                                                           Prof. José Lascane

                                                              Vereador - PSDB