28/09/04 - Pronunciamento da vereadora Suly Morgado

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Sr. Presidente, srs. vereadores, sras. vereadoras,

 

         A superação de limites e o enfrentamento de desafios já fazem parte das características do Homem desde os primórdios de nossa civilização. Ao percebermos nossa fragilidade e pequenez diante da imensidão do universo  e da força da Natureza, procuramos encontrar caminhos que nos levem a compreender os mistérios do mundo e a ultrapassar os obstáculos de toda ordem que surgem diante de nós.

         Vimos, ao longo de milênios, o avanço da ciência e o desenvolvimento do esporte como reflexos dessa busca incessante da humanidade por seu aperfeiçoamento físico e intelectual. O surgimento das Olimpíadas na Grécia, em 776 Antes de Cristo, tinha como finalidade celebrar Zeus, o mais importante deus grego. Por meio das conquistas obtidas nas corridas, nos saltos e nas lutas corporais, os atletas gregos tornavam-se super-homens e aproximavam-se da perfeição de suas divindades.  

As Olimpíadas da era moderna tiveram início em 1896 e vêm se consolidando como o principal certame esportivo do planeta, apesar de alguns percalços por conta da conjuntura política em determinadas épocas, que traduziram-se em boicotes das principais potências, na ação do terrorismo, e nas manifestações de atletas.

As mulheres foram excluídas das competições olímpicas desde seu advento na Grécia, situação que veio modificar-se apenas em 1912, em Estocolmo. Em 1936, obcecado pelo ideal da raça ariana, Hitler negou-se a acompanhar a premiação do atleta norte-americano, negro,  Jesse Owens, ganhador de quatro medalhas de ouro.

Ainda assim, os jogos olímpicos mantêm-se como eficiente forma de confraternização entre as nações. O envolvimento de maior número de países nas últimas décadas, transformaram as Olimpíadas em um grandioso evento global. Na 28ª edição dos jogos olímpicos, realizada poucas semanas atrás em Atenas, participaram 10.500 atletas de 202 países, cujas provas foram assistidas por mais de 4 bilhões de pessoas. Desta vez, o Brasil levou 247 atletas em sua delegação, a maior de todos os tempos. Se na quantidade de medalhas o Brasil não superou edições anteriores, o país bateu o seu recorde em medalhas de ouro: quatro.

Os Jogos Paraolímpicos, encerrados hoje, também vêm despertando o interesse da população. Criados em 1960, os Jogos Paraolímpicos começaram com a participação de 400 atletas de 23 países. Atualmente, são cerca de quatro mil atletas representando mais de cem países.

Ao reunir atletas portadores de deficiência, as Paraolimpíadas oferecem um importante gesto de inclusão social e nos mostram a capacidade do ser humano de encontrar o melhor rendimento mesmo em condições adversas.

O Brasil está revelando sua potencialidade nessa área, ao bater o recorde de medalhas nestes jogos paraolímpicos,-  32, sendo 13 de ouro -,  e trazendo à luz mais um símbolo nacional de perseverança: o nadador Clodoaldo Silva, -seis medalhas de ouro nestas Paraolimpíadas - que a exemplo de muitos outros atletas brasileiros,  acorda de madrugada e pega vários ônibus para poder treinar.

São pessoas que conseguem transpor as dificuldades econômicas e a falta de apoio e vencem duplamente, porque são vitoriosas na vida e no esporte. Os atletas nos dão seguidos exemplos de como deveríamos encarar o cotidiano e desenvolver nossas relações humanas. O esforço para alcançar as metas desejadas, a disciplina com que executam seus treinos e a extrema concentração dos atletas são elementos que resultam em êxitos e podem ser seguidos por todos aqueles que tenham algum propósito em vista.

Como educadora, considero o esporte estreitamente vinculado à Educação.  Somente com o corpo são em mente sã, poderemos ter jovens conscientes de suas potencialidades e capazes de extravasar sua criatividade. Acredito que os vícios e os maus hábitos naturalmente são afastados quando criamos um ambiente em que as crianças e adolescentes podem concentrar sua energia em atividades educativas, culturais e esportivas.

Como parlamentar e cidadã, entendo o esporte como uma das políticas públicas que podem dar uma enorme contribuição para tirar nossos jovens das drogas e da criminalidade.

Por esse motivo, a solenidade desta noite não se restringe a homenagear os atletas de Santos que disputaram as Olimpíadas e as Paraolimpíadas de Atenas. Com a homenagem de hoje, a Câmara Municipal, em nome da população santista, expressa seu profundo reconhecimento a todos que trabalharam para que nossa cidade pudesse estar representada na delegação brasileira.

E mais, a Câmara externa o agradecimento popular a todos aqueles que se dedicam diária e tenazmente ao esporte,  e que, ao chegar à vitória, obtêm mais do que uma conquista individual ou de equipe, pois, ao vestirem a camisa de nosso país, transferem esse prazer para os milhões de brasileiros que os acompanham pela imprensa.

Tivemos a satisfação de ter Leandro Guilheiro como medalhista de bronze, mas todos os atletas homenageados nesta noite prepararam-se durante meses com afinco para conseguir os índices necessários para as Olimpíadas e as Paraolimpíadas e merecem todo o nosso carinho e reverência.

Os técnicos, por sua vez, foram os responsáveis pela estratégia adotada nas competições, pela cobrança de resultados e pelo rigor nos treinamentos, como também foram os grandes apoiadores, confidentes e amigos dos atletas. Por isso, eles também merecem a homenagem dos santistas, bem como os patrocinadores, porque o apoio ao esporte é essencial para que os atletas tenham plenas condições de extrair seu melhor rendimento.

Estamos reunindo hoje a nata do esporte santista e esperamos que esta solenidade seja um novo estímulo aos atletas, preparadores e patrocinadores, de maneira que Santos desponte no cenário nacional e internacional como uma cidade de campeões, uma cidade de super-homens e de supermulheres do novo milênio.

Muito obrigada,