Nossos antepassados portugueses chegaram ao Brasil, em busca de novos horizontes, acreditando ser aqui uma terra promissora. E, não é que acertaram!!!. Muitos deles desembarcaram no porto de Santos e espalharam-se por todo o Estado de São Paulo. Grande parte se radicou nesta cidade, tornando Santos digna do título de “A cidade mais portuguesa do Brasil”.

Acolhidos por esta terra e graças a muito trabalho e dedicação, vislumbrando novos horizontes, contribuíram decisivamente para o progresso e desenvolvimento da cidade.

Era uma luta incansável, mas nos momentos de lazer, lá estava o Centro Português de Santos, com sua imponente sede em estilo manuelino, admirada por todos aqueles que tiveram o privilégio de a conhecer, e que os recebia de braços abertos, num convívio sadio com outros patrícios, em reuniões festivas e nos mais diversos eventos realizados pela entidade, até hoje orgulho de toda a comunidade portuguesa.

Mas faltava um “algo mais” para recordar e  matar a saudade da pátria mãe Portugal e fincar raízes definitivas para manter a acesa a chama da cultura portuguesa em terras brasileiras.

Foi aí que, durante a gestão do então presidente, o comendador Manoel Tavares da Silva ocorreu à idéia, e no mês de junho de 1961, portanto há 43 anos, surgia o Rancho Folclórico do Centro Português de Santos,  e que mais tarde seria batizado com o nome de Rancho Folclórico Verde Gaio do Centro Português de Santos. Este grupo começou com 8 pares um cantor, uma cantadeira e cinco músicos. Seus primeiros ensaiadores foram o sr Antonio Henriques Marques, com a colaboração da Sra Cleide de Abreu, tecladista e professora de musica e do sr Manoel Alexandre Gonçalves e posteriormente o sr Luiz de Figueiredo. Sua primeira apresentação ocorreu em 1º de dezembro do mesmo ano, exclusivamente para associados do Centro Português de Santos.

Estavam abertas as portas para consolidação da cultura portuguesa aqui, e no Estado de São Paulo. Inspirados no Rancho Folclórico Verde Gaio, começaram a surgir grupos como: Aldeias de Portugal, Casa de Portugal de São Paulo, Pedro Homem de Melo e muitos outros na capital do Estado, como também aqui na cidade surgiram Tricanas de Coimbra, que nasceu de uma dissidência do Centro Português, o Típico Madeirense do morro do São Bento, e na vizinha Praia Grande, o Grupo Folclórico da Casa de Portugal.

Daí em diante, este grupo oriundo da terra de Braz Cubas, e  pioneiro em todo o Estado de São Paulo, iniciou sua trajetória histórica espalhando a cultura portuguesa, através suas danças e cantares por todo o estado de São Paulo – com apresentações na TV Bandeirantes – por este Brasil afora e mostrando em terras portuguesas, por duas ocasiões, como se faz o folclore português aqui no Brasil, cantando e dançando as regiões de Portugal, respeitando sempre as tradições de cada uma delas.

O grande responsável pela pujança deste grupo, foi o imigrante que veio de Vila Meã, profundo conhecedor do folclore português, e que trouxe em sua bagagem todo o conhecimento lá adquirido,  participando de vários grupos folclóricos e os aplicou no Verde Gaio, ensinando desde o inicio, um a um,  todos os seus componentes, cuidando com muito carinho os mínimos detalhes, durante mais de 40 anos, como se fosse sua família, dedicando-se de corpo e alma.

Somos testemunha de que sua competência foi sempre reconhecida pelos mais diversos folcloristas de São Paulo, Rio de Janeiro e outras localidades onde o grupo tenha se apresentado, que nunca pouparam elogios e sempre admiraram  a forma com que o Rancho Folclórico Verde Gaio, sob seu comando, sempre dignificou o folclore português .

As coreografias que nos deixou como legado, respeitam os costumes, jeitos e trejeitos de cada região a qual se originou a dança, e são seguidas por seus discípulos.

Por onde passamos, não só o nome do grupo e o folclore são enaltecidos mas também o nome da nossa querida Santos, pois sempre é lembrada por um belo poema que traduz tudo aquilo  que sentimos por nossa terra.

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Responsáveis também por esta trajetória são as diretorias que se sucederam desde a sua criação  dando sempre ao grupo, o apoio necessário.

Todos os componentes do Rancho Folclórico Verde Gaio do Centro Português de Santos, agora com somente 4 portugueses, estão realmente de parabéns, todos indistintamente, tanto os que atualmente compõe o grupo quanto àqueles que por qualquer motivo já não estão entre nós. Vocês, com vosso trabalho incessante nestes anos todos, nos ensaios sábados domingos e feriados, enfim em suas horas de lazer, colocando muitas vezes vossa vida particular em segundo plano, sempre procurando mostrar um folclore a altura das tradições portuguesas, são a razão do sucesso do grupo, pois tornaram o Verde Gaio forte, famoso e respeitado, sendo seu valor reconhecido onde quer que se apresente, tanto no Centro Português, como em outras entidades, eventos de prefeituras, etc..

Por isso vocês são, junto com o Centro Português de Santos, legítimos merecedores, com toda a justiça, de  estarem recebendo conforme Decreto Legislativo nº 58, de 17 de dezembro de 2003, de autoria do Nobre Vereador  Geonísio Pereira de Aguiar a PLACA DE HONRA AO MÉRITO AO RANCHO FOLCLÓRICO VERDE GAIO, por sua contribuição para a história do folclore português no Brasil.

E o nosso muito obrigado aos nobres vereadores à Câmara Municipal de Santos, pelo reconhecimento ao trabalho do nosso Rancho Folclórico Verde Gaio. Nossa responsabilidade, de agora diante é muito maior, vamos procurar cada vez mais a aproximarmos da perfeição, a fim de continuarmos elevando o folclore português que representamos, e o nome da cidade a que orgulhosamente pertencemos.

Viva o Rancho Folclórico Verde Gaio do Centro Português de Santos.

Viva a nossa querida Cidade de Santos, terra da caridade e da liberdade.