31/08/04 - Saudação do vereador Odair

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                  Saudação a Antonio Carlos Silva Gonçalves

                              Medalha de Honra ao Mérito Brás Cubas

 

 

Santos é mesmo uma cidade privilegiada.

 

De geografia esculpida caprichosamente pelo Criador, abençoada pelo sol tropical, que perfaz, com o mar e os jardins registrados no Guiness Book, um trinômio único no mundo, Santos tem mesmo a nossa cara.

 

Cara de gente feliz, com garra e determinação, que não se intimida com as dificuldades e busca sempre o melhor...

 

Gente de sorriso aberto, de grandes amizades e amores...

 

Gente de fibra, que se orgulha de seu passado de glórias e do espírito nobre de seus filhos, cujos nomes estão perpetuados na história deste País.

 

Gente de coração generoso, idealista, brincalhão....mas sempre pronta para defender sua terra dos críticos de ocasião, que procuram nela ver defeitos. Isso cabe somente a nós, que amamos este chão, ...e mesmo assim com doses alopática de  condescendência, por sabermos do privilégio que é aqui viver...

 

Santos tem mesmo a nossa cara.

 

Feições que se moldaram especialmente nos últimos oito anos, redesenhando-lhe o perfil com mais de 2 mil obras, de pequeno, médio e grande portes, já concluídas ou em andamento, enchendo de orgulho seu povo exigente.

 

Obras iniciadas em 1997, parte integrante de um ambicioso projeto de governo, que tem no engenheiro Antonio Carlos Silva Gonçalves seu braço forte, empreendedor, obreiro...

 

Para um santista de corpo, alma e futebol, não pode haver recompensa maior do que deixar sua marca na Cidade que tanto ama.

 

Aquele menino tímido, mas imbatível nos jogos de tabuleiro, que na Escola Municipal de Primeiro Grau Lourdes Ortiz e no Ginásio Canadá sempre se mostrou ótimo aluno em Ciências Exatas, nem poderia imaginar o que o futuro lhe reservava.

 

Aliás, foi no Canadá que Antonio Carlos ganhou o apelido, renegado na ocasião, mas que o acompanha até hoje. Aconselhando-se com a mãe sobre o seu descontentamento, ouviu de dona Jurema que o melhor seria ignorar a alcunha e não reagir, para que caísse naturalmente no esquecimento.

 

 

Entretanto, o prognóstico de dona Jurema falhou daquela vez: ele passou a ser mais conhecido como Fifi do que como Antonio Carlos.

 

Com as habilidades demonstradas desde pequeno, não foi surpresa para o seu Antônio e a dona Jurema quando Fifi lhes comunicou que queria estudar Engenharia.

 

Entrar na faculdade sem precisar do reforço de um cursinho não chegou a supreender os pais, que deixaram as opções profissionais a cargo dos filhos, se abstendo de influenciá-los. A primogênita, Sandra Heloisa, é psicóloga; a segunda filha, Heloisa Helena, engenheira, e a caçula, Sonia Heloisa, arquiteta.

 

Na Faculdade de Engenharia, cursada em Mogi das Cruzes, Fifi destacou-se pela perseverança e por sua boa índole. “Profissional sério e exigente, mas brincalhão, companheiro, ótima pessoa, incapaz de trair alguém e que jamais fez inimigos”.

 

Essa definição poderia até ser analisada de forma complascente, por ser de autoria de dona Jurema. Trata-se, entretanto, do retrato fiel que traçam seus inúmeros amigos, companheiros de trabalho e profissionais a ele subordinados, com os quais convive há oito anos.

 

Até o professor Edézio Del Santoro, diretor do Canadá, demonstrava certa preferência por Fifi, bom aluno e ótimo jogador de basquete. Conhecido por seu rigor e inflexibilidade, na verdade uma proteção a que se impôs para manter a ordem da juventude, sempre dada a arroubos, desobediências e testando limites, Santoro sempre convocava Fifi para treinos e para representar o colégio nos jogos.

 

Esse fato desgostava dona Jurema, mais preocupada com os estudos dos filhos do que com os esportes. Insegurança típica de mãe, pois Antonio Carlos sempre apresentou um desempenho acima da média, tanto nos estudos como no basquete, handebol e futebol, esporte que, como uma religião, joga todos os sábados à tarde.

 

Esporte compartilhado com amigos de mais de 20 anos. Um deles, inclusive, é seu subordinado na Secretaria de Obras e Serviços Públicos. “Para um chefe com o perfil do Fifi, não tem amizade. Ele elogia, cobra a realização dos serviços e briga como qualquer chefe digno desse nome. E o que é pior, profissionalmente, ficamos até sem nos falar, mas no final do expediente, ou no dia de futebol, conversamos como se nada tivesse acontecido”, confidencia Luiz Antonio Rosas, chefe do Departamento de Vias Públicas.

 

“Não é porque somos amigos que o Fifi dá moleza”, explica. “Muito pelo contrário. A cobrança dele é justamente maior pelo fato de sermos amigos”. Rosas reconhece a posição do secretário, hoje licenciado do cargo. “O período de secretário vai passar, mas nós continuaremos a ser amigos”, acrescenta ele.  

 

Mas não é só o esporte que atrai o secretário.

 

Talvez nem todos saibam do tremendo carnavalesco que ele é...daqueles que se aventuraram a subir, em trajes de banho, o Morro da Mangueira, como aconteceu no início da década de 90, para alugar uma fantasia e desfilar naquela mesma noite, uma confidência do amigo desde a juventude, Eduardo Borges.

 

Aliás, alguém pode imaginar o Fifi, sempre bem vestido por sua Cristina, fantasiado, com meias coloridas e colantes? É preciso ver para crer...

 

Pois foi justamente em um Carnaval, no Atlético Santista, em 1978, que Antonio Carlos conheceu a Cristina, outra carnavalesca de carteirinha, com quem compartilha a vida há 23 anos.

 

Se bem que, no começo, a Cristina até desconfiou daquele rapaz ... Mas, falando a verdade...quem não ficaria com o pé atrás com alguém apelidado Fifi?????????

 

Para os amigos, Fifi é exemplo de pessoa que sempre trilhou caminhos para ser feliz, que sabe apreciar o valor imaterial dos bens. Ele é daquele que sabem que a vida é muito mais do que ter dinheiro, posição social ou poder.

 

Ninguém melhor do que a Cristina para falar dele. Ela reconhece que foi com o marido, de temperamento calmo, que finalmente aprendeu a contar até 10...e quem conhece a Cris, sabe muito bem o que isso significa para uma jornalista passional, que sempre buscou a profundidade da notícia e aprendeu a se impor em um mundo antes dominado pelo sexo masculino.

 

“O Antonio Carlos é generoso, carinhoso, voltado para a família, que adora ficar em casa, de estar entre os amigos, curtir uma praia e praticar seu esporte”.

 

E agora, fiquem com inveja.... Ele curte fazer supermercado... e mais...GUARDAR AS COMPRAS NO ARMÁRIO!!!!!!!!!!!!!!

 

Com o filho Murilo, hoje com 15 anos, tão ansiosamente esperado, Antonio Carlos tem uma relação toda especial. “Eles vão juntos à Vila Belmiro torcer pelo Peixe, tiram ‘barato’um do outro o tempo todo, jogam bola juntos e, acima de tudo, são grandes amigos”, diz a Cristina.

 

Ele é o tipo de pai que, se acordar no meio da noite, vai para a cama do Murilo só pra ficar beijando o filhote. A ponto do Murilo pedir para o pai deixá-lo dormir. Antonio Carlos, continua a esposa, também é daqueles que sofrem por antecipação, só de pensar que o Murilo sairá de casa dentro de um ano e meio para estudar fora...E já se sente até um pouco amargurado com a idéia, ainda distante, de o filho um dia se casar. Porque aí ele vai se mudar de casa de vez.....

 

A forte ligação e o exemplo familiar forjaram em Antonio Carlos o caráter que distingue os verdadeiros homens. Ele só resolveu disputar a presidência da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos para deixar para o filho exemplos de dignidade e dedicação ao trabalho.

 

“Nunca vou me esquecer disso”, comentou a Cristina. “Ele se sentou ao meu lado e disse: “Você já marcou seu nome no jornalismo. O Murilo sempre terá uma boa referência da mãe. Quero que ele também se orgulhe do pai. Vou dar o melhor de mim na presidência da Associação”.

 

E seu trabalho foi tão destacado que Antonio Carlos foi convidado, pelo recém-eleito prefeito Beto Mansur a ser o titular da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, cargo que ocupa nas duas gestões. Aliás, ele é o único secretário municipal que está no cargo desde 1997. É também o primeiro secretário de Obras na história de Santos a trabalhar por dois mandatos consecutivos.

 

Antonio Carlos é Cidadão Emérito de Santos, título que recebeu da Câmara em 1996, antes, portanto, de ingressar na vida pública. Foi ainda escolhido como Profissional do Ano, em 2000, pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos.

 

A Medalha Brás Cubas, que está Casa de Leis hoje lhe outorga, projeto aprovado em plenário por unanimidade, representa o mais justo reconhecimento ao trabalho de um homem ético, digno, de formação humanística e de princípios elevados.

 

Se o seu trabalho jamais teve como objetivo o reconhecimento, a ele se deve o sentido mais nome de uma profissão – dar o melhor de si a sua terra, honrar o nome de seu pai, Antonio Gonçalves, hoje com 86 anos, e dar o melhor exemplo a seu filho.

 

Se não fossem esses três pilares, tendo como base o imenso amor à esposa, certamente não faria sentido a Antonio Carlos dedicar-se à vida pública com tanta intensidade.

 

Por certo hoje lhe vem mais à lembrança a admiração com que ouvia os amigos de seu pai elogiarem seu Antonio. Ainda criança, e sem saber exatamente o significado daquelas palavras, Antonio Carlos soube que deveria se orgulhar da honestidade e caráter do pai.

 

Amigo Fifi, você já tem seu nome gravado na história de Santos.

 

Mas sua maior vitória, o seu maior prêmio, aquele que você levará para a eternidade em seu coração, é a certeza de que, com o seu exemplo, seu filho já se orgulha de você.

 

Da mesma forma como você, ainda criança, enchia o peito de felicidade ao ouvir elogios ao seu pai.

 

Esta Cidade, que gerou tão nobres filhos, está hoje em festa.

 

A comenda que esta Câmara lhe outorga é o mais alto reconhecimento que esta Terra pode conceder a um filho que honra o solo pátrio, perpetua os princípios que recebeu desde o berço, e sabe - como pouco – o significado da amizade, da solidariedade, do respeito ao próximo... da plenitude e da eternidade do mais verdadeiro Amor.

 

Parabéns Santos, por ter entre seus filhos esse homem que enobrece a Terra de Brás Cubas.

 

Felizes daqueles que compartilham de sua amizade.

 

Felizes nós, que convivemos com você!

 

Santos há de lhe mostrar o reconhecimento por sua dedicação e amor a este solo.

 

 

 

                                                                  Odair Gonzalez

                                                                  Em 31 de agosto de 2004