Casa de Cultura da Mulher Negra recebe homenagem pelos 14 anos

O pioneirismo da Casa de Cultura da Mulher Negra e sua história de luta na defesa dos direitos e das questões que envolvem negros e mulheres foram lembrados pela vereadora Suely Morgado (PT), que na noite de 27 de agosto outorgou Placa comemorativa aos 14 anos de existência da entidade, durante Sessão Solene realizada na Sala Princesa Isabel, da Câmara. A cerimônia foi presidida pelo vereador Augusto Zago (PSDB) e contou com a presença de Cassandra Maroni Nunes (PT) e do deputado estadual Fausto Figueira (PT), entre outras autoridades da região.

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A Casa de Cultura está diretamente relacionada ao nome de Alzira Rufino, sua presidente, que em 1986 lançou a semente dessa entidade, com a ativação do Coletivo de Mulheres Negras, organização que consolidou e ampliou seus objetivos iniciais de oferecer retaguarda completa e apoio jurídico à população feminina, conforme destacou Suely Morgado.    “A partir de 1991, essa organização não-governamental passou a ter inserção mundial, pois foi uma das 20 instituições internacionais a participar de estágio nos Estados Unidos sobre violência contra a mulher”, comentou, acrescentando que dois anos depois a Casa de Cultura representou o Brasil no fórum paralelo das ongs, da Conferência Mundial de Direitos Humanos, em Viena. Além disso, prosseguiu, a entidade também foi a primeira ong brasileira a ser credenciada pelo Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos.


Em seu agradecimento, feito de improviso, Alzira Rufino frisou a feliz coincidência da criação, em Santos, de uma ong voltada para a população negra. “Santos teve três quilombos, a maioria de sua população é negra e formada por mulheres, e a Cidade registra elevado índice de racismo e de violência contra a população feminina, além d grande desigualdade social”. Na opinião da presidente, os 14 anos de existência da entidade demonstram a importância de se acreditar nos sonhos: “Se não fosse isso, não valeria a pena viver nesta terra”. Ela ainda lembrou a recente perda de duas companheiras na jornada de consolidação da ong, destacando a figura de Maria Rosa Pereira, “grande companheira e a branca mais negra que a Casa já teve”.


Durante a solenidade, Iria Belchior declamou poema de J. G. de Araújo Jorge e Urivaní de Carvalho, a poesia Sou Negra, Ponto Final, de autoria de Alzira Rufino. Após a cerimônia os convidados participaram de confraternização no Salão dos Vereadores.

          

PRONUNCIAMENTO DA VEREADORA SUELY MORGADO

A Casa de Cultura da Mulher Negra é uma organização que se destaca, a nível nacional, pela defesa dos direitos das mulheres e da população negra. Inaugurada em 30 de junho de 1990, a Casa de Cultura oferece assistência jurídica em casos de racismo  e apoio legal a mulheres e crianças vítimas de violência doméstica e sexual.     

A entidade presta aconselhamento psicológico para mulheres e crianças violentadas e, nos casos de racismo, também aos homens negros. A Casa de Cultura tem sido responsável por diversas campanhas e encontros, com o objetivo de levantar propostas de políticas públicas e de sensibilização de profissionais sobre as questões que envolvem os negros e as mulheres.

        

A partir de 1991, a Casa de Cultura da Mulher Negra passou a ter inserção mundial. Ela foi uma das 20 organizações internacionais que participaram de estágio nos Estados Unidos sobre violência contra a mulher e, dois anos depois, representou o Brasil no fórum paralelo das ONGs da Conferência Mundial de Direitos Humanos, em Viena.  

 

PRONUNCIAMENTO NA ÍNTEGRA...