A Casa de Cultura está diretamente relacionada ao nome de Alzira Rufino, sua presidente, que em 1986 lançou a semente dessa entidade, com a ativação do Coletivo de Mulheres Negras, organização que consolidou e ampliou seus objetivos iniciais de oferecer retaguarda completa e apoio jurídico à população feminina, conforme destacou Suely Morgado. “A partir de 1991, essa organização não-governamental passou a ter inserção mundial, pois foi uma das 20 instituições internacionais a participar de estágio nos Estados Unidos sobre violência contra a mulher”, comentou, acrescentando que dois anos depois a Casa de Cultura representou o Brasil no fórum paralelo das ongs, da Conferência Mundial de Direitos Humanos, em Viena. Além disso, prosseguiu, a entidade também foi a primeira ong brasileira a ser credenciada pelo Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos.
Em seu agradecimento, feito de improviso, Alzira Rufino frisou a feliz coincidência da criação, em Santos, de uma ong voltada para a população negra. “Santos teve três quilombos, a maioria de sua população é negra e formada por mulheres, e a Cidade registra elevado índice de racismo e de violência contra a população feminina, além d grande desigualdade social”. Na opinião da presidente, os 14 anos de existência da entidade demonstram a importância de se acreditar nos sonhos: “Se não fosse isso, não valeria a pena viver nesta terra”. Ela ainda lembrou a recente perda de duas companheiras na jornada de consolidação da ong, destacando a figura de Maria Rosa Pereira, “grande companheira e a branca mais negra que a Casa já teve”.
Durante a solenidade, Iria Belchior declamou poema de J. G. de Araújo Jorge e Urivaní de Carvalho, a poesia Sou Negra, Ponto Final, de autoria de Alzira Rufino. Após a cerimônia os convidados participaram de confraternização no Salão dos Vereadores.
PRONUNCIAMENTO DA VEREADORA SUELY MORGADO
A Casa de Cultura da Mulher Negra é uma organização que se destaca, a nível nacional, pela defesa dos direitos das mulheres e da população negra. Inaugurada em 30 de junho de 1990, a Casa de Cultura oferece assistência jurídica em casos de racismo e apoio legal a mulheres e crianças vítimas de violência doméstica e sexual.
A entidade presta aconselhamento psicológico para mulheres e crianças violentadas e, nos casos de racismo, também aos homens negros. A Casa de Cultura tem sido responsável por diversas campanhas e encontros, com o objetivo de levantar propostas de políticas públicas e de sensibilização de profissionais sobre as questões que envolvem os negros e as mulheres.
A partir de 1991, a Casa de Cultura da Mulher Negra passou a ter inserção mundial. Ela foi uma das 20 organizações internacionais que participaram de estágio nos Estados Unidos sobre violência contra a mulher e, dois anos depois, representou o Brasil no fórum paralelo das ONGs da Conferência Mundial de Direitos Humanos, em Viena.