11/08/04 - Pronunciamento Lascane

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Nossa homenageada

 

 

VOLUNTÁRIAS DA ASSOCIAÇÃO DE FAMÍLIAS DE ROTARIANOS DE SANTOS.

 

Ter a sensibilidade e a percepção que o outro precisa ser socorrido é um dom maior, próprio de pessoas que doam o seu amor e dedicação apenas para ver o sorriso e o conforto transformado em serenidade após a dor. É esta e tão somente esta a troca que as mulheres rotarianas desejam. Dedicam horas de seus dias ao trabalho voluntário às crianças, aos idosos e tantos outros.

 

Entre tantos projetos realizados com amor pela Associação de Famílias Rotarianos de Santos destacamos o da confecção de próteses mamárias a mulheres vítimas de câncer de mama.

 

O dever indubitável de cada um, o mais forte e o mais urgente, seria de prestar socorro físico ou moral a todos que em torno de nós se debatem em sofrimento.

 

Tudo começou em 1995 através da preocupação da Srª Regina Célia de Lellis pela dificuldade que o Hospital Guilherme Álvaro tinha em fornecer as próteses externas que eram insuficientes às mulheres mastectomizadas pela falta de mão de obra para confeccioná-las. Ofereceu ajuda e dessa maneira reuniu outras mulheres dispostas a colaborar. Estava formada a equipe de voluntárias, mulheres essas incansáveis cada uma na sua tarefa. A Daizy César Sérgio risca e recorta os moldes na espuma em que a prótese vai ser confeccionada, Eunice do Santos Costa faz a montagem da prótese fixando a espuma com a cola, o peso dos chumbinhos de cada peça é controlado pela Maria Galvão de Souza e a Elza Molina Cicone faz as costuras que dão o acabamento final ás próteses.

 

Vocês já se deram conta de quantos sorrisos essas mulheres possuidoras de mãos abençoadas devolveram a outras mulheres quando pela fatalidade tiveram o seio mutilado pelo câncer?  Centenas de mulheres tiveram de volta a sua auto-estima pela representação estética da mama através da prótese.

 

A Eunice dos Santos Costa, a Daizy César Sérgio, a Maria Galvão de Souza e a Elza Molina Cicone são as responsáveis por este momento de alegria e renascimento da esperança nesta luta tão difícil contra o câncer.

 

Somente num mundo onde não houvesse senão gente socorrendo-se e amando-se, faríamos do mundo um paraíso onde todos viveriam alegremente.

                Se temos somente recordações sem generosidade e sem luz quando chegar o momento – que chega sempre – onde as recordações se transformam em lágrimas, essas lágrimas sem generosidade e sem luz, mas se essas recordações forem aureoladas de bondade e de amor ao próximo, transformam-se em alegria e felicidade.

 

Se escalais uma montanha, vedes, a pouco e pouco, as árvores, os vales, os campos desaparecerem na sombra esvanescente dos vossos olhos. Mas a noite chega e os pequenos pontos luminosos das casas dos vossos semelhantes que dormem aos vossos pés, são cada vez mais numerosos, à medida que vos elevais. A luz, por mais frágil que seja, é talvez a única coisa que nada perde do seu valor em face da imensidade. Assim acontece com as nossas luzes morais, quando olhamos a vida de um pouco mais alto. É bom que a contemplação nos ensine a nos desinteressarmos de nossas paixões inferiores, mas que nunca enfraqueça ou desencoraje o mais humilde de nossos desejos de verdade, de justiça e de amor.

 

A maioria das mulheres que são beneficiadas com a doação das próteses não teriam condições de adquirir as próteses de silicone pelo seu alto custo. É tão doloroso para a mulher o impacto da mutilação da mama cuja importância vai além do estético – é o seio que alimenta, é o seio que define a sensualidade e impõe a feminilidade. Há uma alegria humana em fazer o bem, buscando um fim; há uma alegria divina em fazer o bem e nada esperar. Portanto, é imperioso que aplaudamos o trabalho destas voluntárias que não medem esforços em abrir mão de seu tempo para a doação, talvez tocadas pela sensibilidade feminina no entendimento da dor de outra mulher.

 

Santos, 11 de agosto de 2004.

 

 

Vereador José Lascane