29/06/04 - Pronunciamento na Íntegra

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Em 1957, o médico ortopedista João de Azevedo Lage viu morrer, em poucas horas, um irmão de 42 anos de idade, vítima de um infarto. Acreditando que, se houvesse uma melhor estrutura para o socorro imediato, seu irmão não teria morrido, o Dr. Lage se empenhou para melhorar o atendimento médico em Santos, construindo um Pronto-Socorro particular.


O parceiro para o empreendimento seria o amigo Jorge Armando de Oliveira, médico e administrador do Hospital São Jorge, em São Paulo. O primeiro passo dado em direção à concretização do sonho surgiu com a oportunidade da compra de uma ambulância alemã, usada, da marca Volkswagen, carinhosamente apelidada de “Gertrudes”, ainda no mesmo ano.


Em seguida, aconteceu a desocupação de um sobrado, bem ao lado da casa onde morava a família Lage, no número 468 da Avenida Dona Ana Costa, no bairro do Gonzaga. Os médicos alugaram o imóvel, fazendo as reformas e adquirindo os equipamentos necessários. O passo final foi a formação da equipe médica e administrativa. E no dia 27 de julho de 1957 abria as portas o Pronto-Socorro Ana Costa.


A primeira diretoria do Pronto-Socorro foi constituída pelos médicos Jorge Armando Camargo de Oliveira, presidente; Emílio Navajas Filho, diretor clínico, e João de Azevedo Lage, diretor administrativo. O primeiro corpo clínico foi formado por médicos de reconhecida competência e prestígio, como Arthur Domingues Pinto, Emílio Navajas Filho e Carlos Alberto Caldas Cortese. De São Paulo, vieram ainda os médicos Egon Falkenberg, Hélio Corbett Moreira e Luiz Geraldo de Carvalho, que deu o primeiro plantão no Pronto Socorro Ana Costa.


Durante um ano, a equipe médica, então acrescida de Renauld Theophilo Bellegard, se dividiu entre Santos e São Paulo, mas os compromissos na capital também se avolumavam, especialmente para Jorge Armando e João Lage. Era a hora de passar o comando a outros homens igualmente empreendedores.


Chegavam ao Pronto Socorro “Ana Costa” aqueles que impulsionariam essa vocação de assistência médica e dariam à Cidade muito mais. Eles traziam o entusiasmo e o idealismo que determinariam, dali para frente, um estilo de administrar que se provaria, ao longo dos anos, como um grande sucesso, tornando-se o Complexo Hospitalar Ana Costa.

 

A nova diretoria tinha uma meta: construir um hospital para dar continuidade aos atendimentos do Pronto-Socorro. Porém, para os fundadores o empreendimento parecia ser por demais grandioso.

 

Sonhar pequeno, entretanto, não era o estilo de Aloísio Fernandes, Jayme Rozenbojm, Gildo da Rocha Brito e Walderez Malavasi Rodrigues, que vieram enriquecer a direção do Pronto Socorro “Ana Costa”. Trabalharam duro, se revezando nos plantões com profissionais que hoje também estão na história do Ana Costa, como Maria Magdalena Donalísio Fernandes, Eduardo Martinelli, Darcy Silvano, e o saudoso Walter Bestane, entre outros.

 

A nova diretoria, presidida por Aloísio Fernandes, sabia do desafio que tinha pela frente. No entanto, sabiam que o pronto-socorro sem o hospital era um navio sem porto. Os recursos vieram de um financiamento da Caixa Econômica Federal e, finalmente, em 12 de novembro de 1966, no número 50 da Rua Pedro Américo, em Santos, era inaugurado o hospital, sob a razão social de Hospital Ana Costa S.A.

 

A variação da configuração da clientela, com a progressiva diminuição da clínica particular, a dependência da Previdência Social, massificação da assistência médica e a necessidade da busca de sistemas alternativos de atendimentos, fez surgir a concepção de um plano de expansão, voltado fundamentalmente para um maior atendimento ambulatorial e para a extensão desse atendimento a outras regiões da Baixada Santista, através da construção de três hospitais de vanguarda.

 

Após dez anos de funcionamento do Hospital Ana Costa, em 1976, foi inaugurado o Hospital Ana Costa de Guarujá e a Lavanderia Central, para atender toda a rede hospitalar que se criava.

 

No ano seguinte, surgem os hospitais de Cubatão e São Vicente, juntamente com o Centro de Diagnóstico, localizado num prédio único, anexo ao hospital de Santos. Um projeto revolucionário para a época, que aliava o atendimento médico aos recursos tecnológicos do hospital. Completava-se assim o II Plano de Expansão com a construção de hospitais para atender a população da Baixada Santista, em casos de pequeno, médio e grande risco, em locais com baixo índice de leitos hospitalares e de alta densidade demográfica.

 

O Hospital Ana Costa foi, ainda, pioneiro na instalação de serviços como o da Unidade de Terapia Intensiva, em 1970, a segunda do Estado de São Paulo. Obteve um dos primeiros equipamentos de Medicina Nuclear. Em janeiro de 1972, foi entregue à população o primeiro rim artificial de nossa região, iniciando o Serviço de Hemodiálise e os transplantes renais.

Inovou nos serviços de diagnóstico por imagem como ultra-sonografia, tomografia computadorizada, serviço de videolaparoscopia cirúrgica e endoscopia com fibra ótica. Em 1991, a primeira UTI de Neonatologia da região da Baixada Santista e, em 1994, inaugurou a sua UTI Cardiológica.


Investir cada vez mais em tecnologia e desenvolvimento profissional são as metas para a atual direção do Hospital Ana Costa, formada pelas Administradoras de Empresa Maria Inez Marques Rodrigues e Rose Mary Bellem, e pelo Diretor Clínico, o médico José Luiz Boechat Paione.

Para tanto, em 2000 foi implantando o Prontuário Eletrônico, um dos primeiros da América Latina, e foi o primeiro hospital da Baixada Santista a realizar cirurgias endovasculares de alta complexidade.

Em setembro do mesmo ano, foi inaugurada a nova Unidade de Fisioterapia, criada com o objetivo de aliar tecnologia, comodidade e conforto aos clientes.

Sempre atento às necessidades da região, o Hospital Ana Costa investiu em tecnologia e recursos humanos especializados para criar um Pronto-Socorro Cardiológico, com um Centro Cardiológico de Alto Padrão, funcionando 24 horas, inaugurado em 2003, junto com as novas instalações do Pronto-Socorro Ana Costa, ao lado do Hospital, na Rua Pedro Américo, 60.

Por estes 37 anos de excelentes serviços prestados à comunidade santista e da região, é que ofereço esta placa de bronze em homenagem ao Hospital Ana Costa.

 

Muito Obrigado.