Santos poderia ter turismo da Imigração Japonesa, diz Sadao

Cidade tem monumentos e celebra cultura nipônica

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Santos precisa aproveitar as oportunidades turísticas relacionadas à Imigração Japonesa. Essa é a opinião do vereador Sadao Nakai (PSDB). E a sugestão tem fundamento: em junho de 1908, o navio Kasato Maru atracou no Porto de Santos trazendo para o Brasil os primeiros imigrantes japoneses. Já são 111 anos de amizade entre japoneses e santistas.

O vereador, inclusive, já cobrou da Prefeitura, por meio de requerimento, se havia a intenção de criar um roteiro turístico na Cidade que destacasse o tema. A resposta dada pela Administração Municipal, no entanto, limitou-se a informar “que quando a Linha Turística Conheça Santos, que é operada pela iniciativa privada, passa pelo Parque Roberto Mário Santini, um guia faz menção à escultura dos 100 anos da Imigração Japonesa, da artista plástica Tomie Ohtake, e outro monumento, alusivo aos 90 anos”.

“O mesmo acontece na Ponta da Praia, citamos que os japoneses instalaram naquela região, suas chácaras quando chegaram a Santos, no início do século XX, e que, através delas, se iniciou o comércio de verduras em nossa cidade. Também destacamos a importância do Clube Estrela de Ouro, localizado no mesmo bairro", cita a resposta oficial ao requerimento de Sadao.

"Apesar de história e a cultura da colônia japonesa em nossa cidade serem valorizadas e enaltecidas, com monumentos, os turistas que nos visitam têm apenas meras citações. Não se explora o potencial turístico, até mesmo para a parcela da população brasileira com raízes japonesas que poderiam se interessar por esse destino".

Tradição, história e cultura

O Monumento 18 de Junho seria outro ponto de celebração à presença nipônica na cidade. Instalado no antigo cais 14, atualmente armazém 16, ele foi doado pela Votorantim durante as comemorações do Centenário da Imigração Japonesa. Lá está gravado o nome dos primeiros imigrantes que vieram para o Brasil a bordo do navio Kasato Maru. Em função da construção da Avenida Perimetral, não é mais possível passar próximo ao atrativo.

Outro fator cultural e histórico importante foi a luta - de mais de 70 anos - da comunidade nipo-brasileira para que a Associação Japonesa de Santos voltasse a ser dona do imóvel que abriga sua sede e escola, na Rua Paraná, 129, Vila Mathias. A edificação tinha sido confiscada durante a Segunda Guerra Mundial. O imóvel foi retomado definitivamente pela entidade em 2018.

Outro tema cultural japonês que estará à disposição dos santistas e dos turistas é o bonde prefixo 206, doado pela cidade japonesa de Nagasaki. O equipamento foi apresentado à população em fevereiro de 2016, mas o processo de doação começou em 2012, quando o convênio de irmanação entre Nagasaki e Santos completou 40 anos.

Naquele ano, o então prefeito da cidade japonesa, Tomihisa Taue, esteve em Santos e se comprometeu a doar o veículo, com a interlocução do Sadao. A doação foi formalizada dois anos depois, em outubro de 2014, pelo prefeito e o CEO da empresa Nagasaki Denki Kidou, Matsumoto Yoji. A promessa da Prefeitura é que ele circulará na Linha Turística do Bonde a partir de outubro.

Homenagens

Mais uma personalidade importante para a imigração japonesa para o Brasil poderá ser celebrada em Santos. O vereador pediu e a Prefeitura prometeu atender: vai sinalizar o túmulo de Sakae Mine, tradutor da primeira onda migratória ao Brasil, em 1908, e vice-cônsul do Escritório do Consulado Japonês em Santos. Em resposta ao pedido de Sadao, a Administração Municipal afirmou que determinou o planejamento orçamentário para novas placas de identificação e localização dos jazigos de personalidades históricas.

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